segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O melhor golpe aos capitalistas seria a redução de seus lucros. Mas isso não vai acontecer. Não contaminados que estamos pelo vírus do consumismo. Maior e mais avassaladora das pragas, consome-nos vivos, e nos quer bem vivos para gastar mais. E, com isso, despertar em outros a vontade de gastar mais. Não vamos parar nem com um planeta pedindo ajuda.

sábado, 12 de dezembro de 2009

mansão matarazzo (ou, a força da grana)

Hoje acompanhei meu pai numa ida rápida (exceto pelo trânsito) à Avenida Paulista. Como estávamos de carro, foi necessário procurar os serviços de um dos estacionamentos praticantes de preços abusivos da região. Paramos naquele na esquina da avenida com a Rua Pamplona. Muitos que passam por ali não devem saber, mas naquele terreno árido, sem interesse ao público, existiu a residência de uma das mais influentes famílias paulistanas do seculo passado. Daí veio a motivação para a pesquisa e o texto que se segue.
Francisco Matarazzo veio da Itália, como tantos outros imigrantes em busca de nova vida no Brasil no final do século XIX e começo do século XX. Com o tempo, o "conde" construiu o maior império industrial da América Latina. Como residência para sua família, mandou erguer uma mansão na Avenida Paulista, então endereço de outros aristocratas paulistanos. A construção ficou pronta em 1941.
A partir da década de 1960, as grandes construtoras voltaram seus olhos para a avenida, então puramente residencial, e a região à sua volta jamais foi a mesma. Os palacetes foram vendidos e derrubados um a um, para a construção de edifícios, em sua maioria, comerciais. Surgia a Paulista cosmpolita que conhecemos. Poucas das antigas mansões prevaleceram e, até o final dos anos 1980, a propriedade dos Matarazzo era uma delas.
A então prefeita Luiza Erundina queria que o local abrigasse um centro cultural. para o trabalhador. O imóvel chegou a ser tombado pelo Conpresp, responsável pela preservação do patrimônio municipal. Mas a família Matarazzo se opunha a essa destinação para o casarão, atenta à especulação imobiliária que fazia do metro quadrado na região o mais caro da cidade à época. Tentaram mesmo implodi-lo, sem sucesso. Na mídia, muito se discutiu sobre a validade de um tombamento numa região já descaracterizada - valeria a pena manter a mansão como um dos poucos resquícios da antiga Avenida Paulista, contrastando com todos aqueles prédios modernos? Argumentos pró e contra surgiram aos montes, e a ideia do espaço cultural não vingou.
Em 1993, Paulo Maluf assumiu a Prefeitura. Ele suspendeu o tombamento da mansão. O órgão nacional de patrimônio (Iphan) chegou a manifestar-se a favor do tom]bamento. Em 1995, porém, na calada da noite, tratores contratados pelos próprios Matarazzo avançaram contra a casa e a puserram abaixo. O poder da família há muito declinara, e um dos seus poucos símbolos desapareceu pelas mãos de quem deveria ter mais interesse em preservá-lo.
Desde a demolição, funciona no terreno o atual estacionamento. Em 2007, finalmente a família Matarazzo concretizou sua venda. Duas gigantes do mercado imobiliário arremataram-no por R$ 125 milhões. As megaempresas pretendiam construir no espaço mais um grande empreendimento comercial para São Paulo. Até agora, nada se fez.
Restam quatro casarões na Avenida Paulista. Um deles, a Casa das Rosas, é tombado e utilizado como espaço cultural. A região não tem mais o metro quadrado da cidade; as grandes construtoras hoje fazem seus melhores negócios junto à Marginal Pinheiros. Porém, quase todo ponto da cidade está apto a receber novos empreendimentos, desde que não haja legislação em contrário. A história pregressa do local não importa.
Mansão Matarazzo, de possível casa de cultura a estacionamento, ao menos até que se decida que a hora mais rentável para construir chegou. Mais um conto de "Sampa".

Um pouco da história dos Matarazzo conta-se aqui, e pode-se ver o terreno da mansão enquanto ela ainda estava em pé aqui. Nas duas páginas, textos que serviram de base à minha pequena pesquisa. E nesta foto, a antiga entrada do casarão, tudo o que sobrou dele.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

divulgando: natal itaú personnalité (avenida paulista)

A visualização está prejudicada no link abaixo, então copiei e colei aqui no blog o email que recebi com a divulgação. Tenho amigos que vão cantar lá!


fonte: http://ww28.itau.com.br/ImprensaNet/midia/lernoticia.asp?trilha=0,6&menu=10&id_noticia=4767

Natal Itaú Personnalité terá coral e chuva de neve

Tradicional decoração da agência Trianon, na Av. Paulista, incluirá show de luz e apresentação musical

SÃO PAULO - No próximo sábado, dia 28 de novembro, será inaugurada a tradicional decoração de Natal da agência Trianon do Itaú Personnalité, na Avenida Paulista (SP), tendo como tema “Natal Personnalité de Música e Luz”. Pela primeira vez, a agência terá um coral adulto de 12 vozes, com shows abertos ao público de quinta a domingo que incluem espetáculo de luzes e chuva de neve.

No dia 28, perto das 18h, luzes e sons de sinos vindos da Praça Mário Covas, ao lado da agência, vão anunciar o início do espetáculo na agência Itaú Personnalité Trianon, que terá um show sincronizado de luzes e músicas natalinas. O público que visitar o local ainda poderá se encantar com uma chuva de neve. As apresentações serão diárias, de 20 em 20 minutos, das 18h às 21h40. A participação especial do coral ocorrerá de quinta a domingo. Há 12 anos, a agência faz parte do roteiro de turismo da cidade, num passeio que leva aos mais belos pontos decorados com motivos natalinos da capital paulista.

Os visitantes devem se surpreender mais uma vez com a riqueza e o cuidado dos detalhes. Sinos e notas musicais enfeitam a fachada da agência. Um Papai Noel animado eletronicamente tocará órgão e conduzirá o show– todos os movimentos de fala são sincronizados. Dois ursinhos farão a interação com o coral, cantando as músicas natalinas. Um total de 28 pinheiros decorados circundará a agência, a árvore principal terá 5,8 metros, decorada por bolas e notas musicais. Haverá ainda um Papai Noel mecânico de 3 metros na fachada da agência. Tudo para proporcionar ao público uma experiência única de cuidado, proximidade e encantamento.

Outros recursos tecnológicos e detalhes artesanais farão parte da decoração, como:

- trenó do Papai Noel, com quatro renas, duendes e boneco de neve;

- seis conjuntos de tubos dourados de órgão, para os quais foram usados 600 metros de tubos de PVC;

- 65 franjas de luz com 9 km de microlâmpadas brancas na testeira do prédio, e pautas musicais aplicadas à frente;

- 25 laços vermelhos de 1,5 m, 1,0 m e 0,45 m;

- 6.000 bolas decorativas, 3.000 notas musicais, 750 m de guirlandas;

- 400 m de mangueira luminosa (flexlight) nos contornos das janelas, vitrines e porta da agência;

- 12 mil metros de microlâmpadas de fio verde

Uma central de programação DMX comandará todos os sistemas de animação dos bonecos, som e luz.

Decoração semelhante será encontrada na agência do Itaú Personnalité Nossa Senhora da Paz, em Ipanema (esquina das Ruas Visconde de Pirajá e Joana Angélica, no Rio).

Nos últimos finais de semana do ano, um Papai Noel distribuirá pirulitos em frente à agência para as crianças que visitarem os espetáculos.

Uma decoração especial destacará ainda o mais novo espaço verde da capital, a Praça Mário Covas, que será entregue reformada e decorada também no próximo dia 28, com patrocínio do Itaú Unibanco. A praça fica na esquina da Avenida Paulista com a Alameda Ministro Rocha Azevedo e é de lá que partirão os sinos e luzes a anunciar o show na agência Itaú Personnalité.

Outras ações

Neste ano, o Itaú Unibanco vai patrocinar a decoração da Avenida Paulista, em uma parceria com a Prefeitura de São Paulo no projeto “Natal Iluminado”. Idealizado pelo cenógrafo Juarez Fagundes e produzido pela Playcorp, o projeto trará o clima do centro antigo para a moderna avenida, ocupando os postes do canteiro central com faixas, guirlandas, iluminação especial, festão em espiral e duendes. Três papais noéis cenográficos, feitos em fibra de vidro em tamanho real, estarão presentes em cada uma das extremidades e no centro da avenida. Mensagens de “Feliz Natal” e “Boas Festas” estarão em nove idiomas, felicitando tanto a população da cidade quanto os turistas que circulam na região.

O banco promoverá ainda uma apresentação especial da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo no Parque Villa Lobos, no dia 13 de dezembro. O evento, tradicionalmente realizado pelo Unibanco no início da primavera, foi incluído na programação de Natal da instituição. A OSESP é um dos fortes símbolos da cidade, admirada pela população, e a apresentação gratuita em um espaço público como o Parque Villa Lobos é mais um grande presente para a cidade neste Natal.

SERVIÇO
Natal Itaú Personnalité
Onde: Agência Trianon – Av. Paulista, 1.811, esquina com Al. Ministro Rocha Azevedo.
Quando: de 28 de novembro de 2009 a 2 de janeiro de 2010.
Apresentações diárias das 18h às 21h40, de 20 em 20 minutos, com a participação de coral de quinta a domingo.


Fonte: Relações com Imprensa - 23/11/2009

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

metrô

Surpreendente a notícia divulgada esta semana de que 56 por cento dos usuários de Metrô em São Paulo possuem carro. É a confirmação de que existe um bom número de pessoas que se convenceu de que o "conforto" do automóvel no uso diário é ilusório e, tendo a oportunidade de utilizar um transporte coletivo mais eficiente, embora em vias de saturação, fazem-no sem pestanejar. Dá a esperança de que um bom número de veículos pode sim deixar as ruas quando a expansão do Metrô sair da propaganda. E a coisa poderia melhorar ainda mais se houvesse esperança de revitalização das linhas de ônibus e trólebus.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

(se você não era viciado em games no começo dos anos noventa, pule este post)


Aquilo de dar não sei quantas mil voadoras no começo da última fase do Double Dragon do Master System pra ganhar continue infinito era uma boa balela, não? Para evitar o Game Over, só mesmo na habilidade e na sorte. Mas a gente fazia mesmo assim e ia com as mãos doloridas tentar chegar naquele chefão miserável. Antes, muita gente pra derrubar e cuidado com as pedras que empurravam para um fosso. Ah, e o final boss aparecia primeiro por trás da janela de um salão, enquanto você distribuía sopapos a valer em inimigos que pareciam não acabar. Aí a música silenciava...só se ouviam socos e chutes. Finados os subalternos, as portas se abriam e chegava a hora do confronto final. Ou ao menos era o que se pensava, pois quando se jogava em dois, somente um podia salvar a menininha, raison d'étre dessa epopéía, e é claro que o herói era decidido na porrada. E o companheirismo de quatro longas missões ia pelo ralo por tão pouco.

domingo, 15 de novembro de 2009

hoje todo dia é útil

Lembra quando o comércio grande não abria aos domingos e feriados? Nesses dias, para gastar eu dinheirinho, só em lojinhas e mercadinhos perto de casa, e mesmo assim só até antes do almoço. Hoje, tudo pode, desde que o limite do cartão de crédito permita. Você não precisa esperar por um sábado, ou por disponibilidade de tempo num dia útil, para realizar seu sonho de consumo mais louco. As concessionárias não fecham mais. Você, inclusive, já pode ir direto com o seu carro encontrar uma vaga no estacionamento de algum shopping center. Hoje há tantos, não? Muitos são até vizinhos, um de frente para o outro. Isso sim é programa para o domingão: passear no shopping, ver vitrines, comprar. Coisa fina, sofisticada. Mas talvez não haja tempo para isso hoje, porque você precisa passar em algum hipermercado e abastecer despensa e geladeira. Porque hoje temos o conforto de não ter de ficar caçando tempo na agenda para as compras, é só deixar para o domingo ou para o feriado em que não der para viajar. Veja, outras pessoas tiveram a mesma ideia. Muitas, aliás. O mercado tinha de tudo, até fila. E quem trabalha em shoppings centers, supermercados e outros megaestabelecimentos? A boa escala seis por um, o stress da semana chega ao domingo, uma maravilha. Mas se tudo fechasse aos domingos, como antes, seria menos salário, não é mesmo? O serviço é importante, veja toda essa gente querendo comprar, o trabalhador precisando de grana para ele mesmo comprar também, que todo mundo é filho de deus, o dia de folga está aí para isso. Vamos trabalhar, vamos consumir, senão o domingo seria morto, o dia inteiro tendo de procurar algo para fazer, coisa de quem vive na roça. Que a cidade e o dinheiro não parem.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

de uma certa pátria idolatrada

Acabou ainda agora uma execução do hino nacional na tevê (somente instrumental, aparentemente sem problemas - para quem pensou na Vanusa) e me ocorreu um pensamento um tanto herege. Nós, esta nação medíocre, não merecíamos um hino tão bonito. Mas nossa própria condição justifica as coisas. Desde a instituição do que chamamos Brasil, vivemos sob a crença no mito de "país grande" que persiste até hoje, passados tantos momentos políticos distintos - império, varguismo, ditadura militar, Lula - sem de fato se concretizar. E nem poderia, é um ideal utópico; o Brasil nunca será grande e belo para todos. Nem mesmo para a maioria, não importando a força do santo do milagre econômico. Pois bem. É inerente à construção de grandes mitos a existência de símbolos pomposos. Aí se encaixa o nosso hino, de melodia e letra retumbantes.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

nulla in mundo pax sincera (vivaldi)




Aria.

Nulla in mundo pax sincera
sine felle; pura et vera,
dulcis Jesu, est in te.

Inter poenas et tormenta
vivit anima contenta
casti amoris sola spe.


O autor do texto é anônimo. Não se encontra no mundo a paz sincera; em seu estado puro, verdadeiro, ela está alhures. O amor casto é a única esperança da alma que vive em meio a tormentas e atribulações.

Uma lição para assimilar. A ária lindíssima, interpretada por Emma Kirkby, ajuda.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

de um dilema mortal

Em nome de uma vida razoável, preciso separar entre a tomada de atitudes que de fato façam diferença do ativismo quixotesco. Quero a serenidade de espírito, sem resvalar na apatia. O que posso mudar? Que causas não valem uma ruga de preocupação?
Se eu o soubesse, talvez nem precisasse estar neste mundo.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

só vips

Sonhei que na euforia da vitória do time do Brasil em uma Copa Galvão Bueno havia feito a terra a seu redor vibrar. Ele pulava e se esgoelava. A cabine de TV milagrosamente resistiu - talvez ela fosse projetada para esse fim. Paulo Maluf era o prefeito e, não muito depois, ele fazia o chão de São Paulo tremer. Suas obras teriam permanecido?


sábado, 31 de outubro de 2009

20 de outubro

Madrugada. Um pássaro canta incessantemente para uma máquina descontrolada que pia sem cessar, toda a vida. Ela jamais lhe responderá a corte. Mas passarinhos não dormem à noite? Pois é.
De manhã, o caos de motores e buzinas encobre o ruído da máquina, que por fim se revela tão discreto. Já os pássaros estão muito longe. Gostaria de poder ouvi-los por aqui em seu horário correto, e não durante madrugadas insones. Seu suave canto indicaria a presença inequívoca do que é natural neste mundo. E mostraria que não nos tornamos loucos.

***

verde vergonha

De todos os mimos para endinheirados, bosques privativos são especialmente acintosos. Privatizam-se os últimos redutos verdes da cidade, enquanto na periferia grilada, invadida e desmerecida ocupa-se até o último grão de terra disponível. O sem-teto desesperançado não vai se importar com árvores, rios e córregos, lixo.

***

Já que hoje tudo se vende, que tal pôr no mercado cordialidade com pagamento facilitado? Tolerância em dez vezes no cartão de crédito? Qualidade de vida com IPI reduzido?

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

aventura na fórmula 1




Falar do GP Brasil me lembrou uma HQ da infância. O nome é Aventura na Fórmula 1, representante da boa safra italiana da Disney. Essa história em duas partes foi publicada pela primeira vez em Tio Patinhas 256 e Almanaque Disney 184 (ambas de setembro de 1986, porque eu sou um velho) e depois republicada na íntegra em Disney Especial 120 - Fórmula Zum, de março de 1990. Aliás, só li o capítulo final da aventura após essa republicação, porque os chatos dos meus primos só tinham a primeira parte na época do lançamento....bem, águas passadas. Vamos à história.
Tio Patinhas, Donald e os sobrinhos estão assistindo à primeira prova do campeonato de Fórmula 1 de 1986, o Grande Prêmio do Brasil, então disputado no Rio de Janeiro (evidentemente, no gibi Jacarepaguá virou...Jacarequaquá). Donald e os meninos adoram a corrida, enquanto o velho Patinhas encara a coisa como um desperdício de gasolina e a princípio não entende porque os carros e os capacetes dos pilotos têm tantos nomes inscritos. Quando ele se dá conta de que são os patrocinadores das equipes e pilotos, o muquirana quer entrar nessa também, para anunciar seus produtos pelo mundo e lucrar. Mas colocar a marca Patinhas num Fórmula custa caro demais para um velho pão-duro. Qual a solução? Montar uma equipe própria, com um único colaborador. E o piloto? Precisa sair barato: Donald! E quem acha que será fácil para o pato correr na equipe da família, é porque nunca leu uma história desses patos: enquanto os outros pilotos têm dinheiro e tecnologia de ponta à disposição, Donald é vítima da política de contenção de gastos Patinhas, que não permite que ele sequer termine uma corrida, até a gloriosa vitória no Grande Prêmio de Patópolis.
Deu vontade de reler essa história, até porque muitos detalhes me escapam.

As informações sobre as datas das publicações e a imagem da capa vieram mais uma vez do site Inducks - preciosa fonte de informação sobre quadrinhos Disney no mundo todo.

18 de outubro

grande prêmio


Chuva. Helicópteros voando durante a trégua das chuvas. Carrões tão ou mais barulhentos que os helicópteros. Galvão Bueno (falando em barulho...). Milhões e milhões que jamais beneficiarão a cidade como um todo, não importando o que a Globo ou seus braços tentem afirmar. É o chamado circo da Fórmula 1 em sua visita anual a Interlagos.
Rubinho na pole, Button e Vettel lá atrás. Diversão e ibope garantidos. E a coisa ganha ares de marmelada. Tipo, vamos deixar o brasileiro vencer na terra dele. Será? A minha, a sua diversão, um grande negócio? Triste haver margem para um pensamento como esse. Mas não vou deixar de ver a corrida. E olha que eu poderia apresentar muitos outros "contras". Mais um apenas: de uns tempos para cá, virei inimigo de automóveis. Mas não adianta, começa a transmissão de mais um GP e viro moleque de novo. Pelo menos, não torço para ninguém. Juro.
Mas nada é perfeito: quero justiça nas pistas. Burro.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

7 de outubro

Mundo, eu me importo com você.
Pobre de mim.

***

Você era um produto numa prateleira e eu o recusei. Se minha necessidade de você fosse real, não seria necessário chamar minha atenção com um slogan.

***

Quero continuar escrevendo porque tenho esperança de que posso fazê-lo compreender. Mesmo depois que somente minhas palavras estejam presentes.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

quando um provincianismo cairia bem

Em vez de dizer que tal lugar em SP ainda tem "clima de interior" - a imprensa adora usar essa expressão quando se refere aos poucos redutos de paz que sobraram na metrópole" - o correto seria afirmar que o ar da referida localidade é o que deveria predominar na cidade se o crescimento imediatista e a especulação imobiliária permitissem um mínimo de qualidade de vida ao cidadão.


quinta-feira, 22 de outubro de 2009

plantão andré news

(irc, título medonho.)
Se eu continuar melhorando assim e usando mais o computador, logo vêm aí os posts retroativos.


Como nessa cidade a gente tem mania de megaobra - como a mais que discutível Nova Marginal - , o Metrô é a solução da lavoura para o caos no transporte público. Não importa o quanto as obras demorem. Acintosa a propaganda do Serra-2010 citando estações que ainda sequer saíram da fase de projeto como realização de governo. Enquanto isso, ônibus e trólebus não recebm nem um centavo de investimento, nem em propaganda. A única coisa que a prefeitura "faz" para quem insiste bravamente nesse meio de transporte sem jeito é congelar a tarifa em ano eleitoral via aumento de subsídios às empresas que exploram as linhas. Exploram é ótima palavra, aliás, já que elas são estupidamente bem remuneradas para prestar um serviço lamentável.


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

minha cobertura (o que não vai aparecer na mtv)

Meu pai chega e diz que as ruas perto de casa estão um horror. Veículos sabe-se lá de quem entupindo ruas residenciais que deveriam ser tranquilas. Esquema especial pra megaeventos, my ass. Moradores à propria sorte, rios de dinheiro à custa do sofrimento alheio. Et in saecula saeculorum.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

ao eleitor...(melhor sem adjetivo)

Gabriel Chalita, o vereador mais votado de São Paulo na última eleição, está de saída da Câmara e do partido que o elegeu. Tudo bem pra você que votou nele? É só votar de novo, não é? E rezar para que ele termine o próximo mandato.

domingo, 20 de setembro de 2009

Sonho que há um homem a rondar nossa casa. Não a atual, mas a antiga, que sempre pareceu mais segura. Quem o vê é sempre minha mãe. Até o dia em que estou no quarto e, pelas frestas da porta balcão fechada, percebo: está lá fora, na varanda. Tem a aparência cansada, mesmo de pessoa de idade, mas a vivacidade em seus olhos entrega, ele é capaz de muito. E a posição dele: agachado, mas em prontidão, como num desses pin-ups de super-herói. Não sei se há algo no quarto com que eu possa atingi-lo. O que me salva é o acordar.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Tive de fechar a janela do ônibus hoje, tanto a fumaça me incomodava. Eu, um partidário do "pelamordedeus, vamos fazer o ar circular aqui dentro". Ainda bem que estava meio friozinho. Será que existe quem se acostume com a poluição?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Quem foi o doutor Chucri Zaidan e por que uma avenida com o nome dele pode trazer a "modernidade" da região da Berrini para poucos metros de portão de casa? Alguém pediu por isso? Aí a Vila Cruzeiro vira uma nova Vila Olímpia? E a ponte na cara do Burle Marx. Será que o parque continua o mesmo? E a ampliação da marginal, túneis, viadutos e tantas outras "obras" viárias para você que simplesmente anda de carro achar que as coisas vão melhorar um pouco até que tudo fique entupido como antes? Parece que o malufismo só muda de rosto e você aí no "conforto" de seu automóvel a um por hora nem vê.


terça-feira, 15 de setembro de 2009

nextel

Adoro Nextel. Acho sensacional poder ouvir a conversa de desconhecidos ao celular na íntegra. E aquele sinal sonoro que indica a vez de alguém responder (tipo câmbio), então. Se você quer me ver contente, fale de Nextel ao meu lado.
Pensar que, um tempo atrás, eu disse que ia evitar o sarcasmo.

tardia

Information Society é mesmo bem fraco, comparado a tudo de espetacular e criativo que surgiu nos anos 80 com sintetizadores. E ter um vocalista que se acha no direito de bancar a estrelinha num programa como o do Faustão (tipo, então por que estavam lá, para começo de conversa?) enterra a banda de vez no rol das insignificâncias.

sábado, 12 de setembro de 2009

(sem) alternativas (?)

Volta e meia alguém se pergunta: o que seria de uma cidade como São Paulo sem as marginais, sem Radial Leste e outras grandes artérias? Essas que vivem congestionadas, o povo se esquece de mencionar. Bem...poderíamos ter um transporte público melhor, mais eficiente. Pois é.
E a ampliação da Tietê vai mesmo sair...não é grande surpresa que a tal liminar contra a obra não tenha sido aceita, apesar da chuvarada de terça mostrar que aquele nadinha de área ainda permeável que vai ser substituído por asfalto pode, sim, fazer falta.
No mais, pagando o preço. Pra sempre?


***

Um dia eu paro de postar e pensar em mobilidade urbana. Acho...




quarta-feira, 9 de setembro de 2009

eu lembro...

(instantâneos de uma infância na cidade veloz)

...o cheiro de chocolate vindo da fábrica da Lacta no Brooklin...era atravessar o viaduto da Vereador José Diniz sobre a Vicente Rao e o doce aroma surgia a nos deleitar.
...The Waves, um parque aquático perto do Centro Empresarial, onde hoje estão um Extra e um Assai. Nunca entrei lá. Devia ser caro.
...fábricas da Monark e da Caloi na Marginal Pinheiros. E tantas, tantas outras.
...anúncio da Metal Leve na Pedro Álvares Cabral, um pouco depois do Detran. Tinha uma engrenagem que não parava...
...idas ao Mappin Itaim e Praça Ramos.
...a vizinhança na periferia tomada por ruas de terra. Era poeira ou lama.
...as milhares de linhas de ônibus que ligavam cada "jardim" com nome de mulher ou de flor com ruas trafegáveis (vide acima) ao centro da cidade, antes da implantação dos terminais municipais (Santo Amaro, João Dias, Capelinha...)
...ônibus. De todos os tipos. Pintados em todas as cores. Uns muito velhos, outros nem tanto. Alguns menos barulhentos. Trólebus, uns que pareciam trólebus (eram da Mafersa). De linhas retas ou arredondadas. Até de dois andares. Levando a toda parte.
Foi o que lembrei agora.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

cartilha

A experiência mostra que pessoas introvertidas não gostariam de ser lembradas de que falam pouco, se assim pudesse ser.
Também é desagradável a elas serem largadas ali falando ao vento quando lhes dá dizer algo. (o que acontece aqui?)
E não, cáspite, ninguém precisa ser igual a ninguém. Se for para pontuar a diferença, faça-o com respeito. Sim? Quem não tagarela pode ser legal também. Você nem imagina? Descubra.

O que eu tenho a dizer, é à minha peculiar maneira.


(Ops.)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

As pessoas não gostam de quem reclama...
A vida precisa mudar, mas, adivinhe só, não vai. Amanhã todos acordamos para mais um dia de luta sem saber exatamente o porquê de tudo - se houver um porquê. O mundo é grande, inúmeras são as fontes de tédio, embaraço e desmotivação prontas a te derrubar ali na próxima esquina. É com você aguentar firme, tentar enxergar a vida de modo que  o simples acordar e sair na rua pareça menos insuportável, e isso não só para você mesmo, mas para as pessoas à sua volta...ah, porque o que toda a gente sabe fazer melhor - algumas, é só o que sabem - é observar seus deslizes, suas excentricidades, seus tiques, seu modo de pisar o chão tão bruto quanto tantas pessoas nesta terra, e dizer, fulano é isso, é aquilo, fulano não abre a boca, sicrano é incapaz, um inferno. E continuam a trazer mais gente para cá, tantos nascem todos os dias, para sofrer, fazerem sofrer, para tudo continuar exatamente do jeito que está.
Desculpe-me, hoje eu não estava me sentindo disposto a provocar risadas. Todos adoram rir. Eu adoro rir. Mas quando você não está gargalhando, o mundo vem mostrar-lhe a face.


sábado, 5 de setembro de 2009

Noite tranqüila, mas o que há em mim perturba, não permite desfrutar a calma que tanto prezo, de que tanto preciso. Estou inquieto. Vi o pesadelo com plenas condições de se concretizar. Preciso crer na minha capacidade de fazer diferente, eliminar o incômodo (...)

primeira trova (hilda hilst)

De "Trovas com muito amor para um amado senhor"


Nave

Ave

Moinho

E tudo mais serei

Para que seja leve

Meu passo

Em vosso caminho.



quarta-feira, 2 de setembro de 2009

twittermania

A gente tem a "inspiração" e já pensa se ela se escreve em 140 caracteres. Avestruz.


O centro infestado de siriris. Pergunto-me se eles sentem falta dos rios de outrora. De sapos e outros papa-insetos, é certo que não.


terça-feira, 1 de setembro de 2009

E por que eu teria de morar em apartamento? Em vez do luxo aparente, não mereço ter uma casa numa rua tranqüila – coisa cada vez mais rara – onde eu quero?

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

do antigo front (um adendo)

Só uma coisa que eu esqueci...e também porque eu sou chato pra caramba.

Na minha visita à antiga vizinhança houve quem se surpreendesse por eu não ter vindo de carro. E ainda acharam estranho eu não usar veículo próprio durante a semana, para ir ao trabalho. Faz favor!


domingo, 30 de agosto de 2009

do antigo front

A quantidade imensa de lixo no chão, as calçadas inexistentes, as ruas sem sinalização na pista mesmo em trechos perigosos, trânsito - sim, trânsito. Todas as coisas de que a gente vê e com as quais tenta não se chatear muito no cotidiano da metrópole são muito, muito piores na periferia braba. Uma ida a esse bairros distantes - onde há pouco tempo atrás se encontrava minha casa - e a cidade "do outro lado da ponte" ganha ares paradisíacos. Porque aqui tá ruim, mas não tanto quanto lá.

***

Bem perto de onde eu morava - quase vizinhos mesmo - estão para sair um conjunto da CDHU e um condomínio clube com mais de 30 itens de lazer. Claro, eu não morava em Paraisópolis, então o alto padrão não vai ser tão alto assim, mas ainda assim é curiosidade, não?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

fim do cinema? qual o quê

E estavam se perguntando até agora num programa de tv se as histórias a serem contadas iriam acabar, mas especificamente para a cinema. Ora, eu digo que sempre haverá alguém querendo vingança ou aprontando altas confusões. Sem contar as seqüências.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

as folhas caem irrevogavelmente mortas
sobre o chão que pena para devolvê-las ao ciclo
de uma vida cada vez mais desafiadora
para quem dá folhas
para quem dá vida

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

e dormireis sob a cerração. a vós, a bênção.


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Vejo com uma baita desconfiança essa explosão de arranha-céus por toda a cidade. Cada um deles gera um maior fluxo de automóveis em seu entorno, piorando ainda mais os congestionamentos. Durante as obras, sem o devido planejamento, as escavações requeridas para suas fundações podem comprometer o solo, ameaçando construções vizinhas e mesmo lençóis freáticos. Eles modificam em definitivo a visão da linha do horizonte, "roubam" a luz solar de quem está ao nível do solo, ou mesmo de edifícios viznhos, e, se muito concentrados, interferem na circulação atmosférica. Taambém têm o poder de modificar o perfil de uma localidade: um bairro com muitos prédios altos é automaticamente considerado "nobre", o preço do metro quadrado sobe e os mais humildes são convidados a se retirar da vista de quem está no alto das torres reluzentes.

Vi uma foto do skyline novaiorquino e achei tão bonito.


quarta-feira, 5 de agosto de 2009

informação?

Esta noite, o Jornal Nacional anunciou, à sua maneira, a descoberta do que pode ter sido o primeiro vertebrado a voar sobre esta terra, o pterossauro. Fez parte do corpo de pesquisadores por trás do feito em questão um brasileiro, o que deve justificar a manchete em pleno noticioso entre-novelas. Foram mencionadas técnicas recentes que permitiram dizer bastante sobre o animal, contemporâneo dos dinossauros mas não necessariamente um deles. Foi possível afirmar, por exemplo, que ele não tinha pêlos, nem penas, nem escamas, mas um revestimento cutâneo próprio cujo nome me fugiu. Mas a informação que de fato justificou este post foi outra, e incompleta, por sinal. Foi dito que é mais difícil encontrar fósseis de animais que voam, mas de tal maneira que parecia se fazer uma afirmação totalmente elementar. Bem, de elementar isso não tem nada. E eu quero saber o porquê da mencionada dificuldade, coisa que a Globo não estava a fim de esclarecer. Alguém?

terça-feira, 4 de agosto de 2009

A coisa mais triste sobre Euclydes da Cunha não é sua amargura, nem a tragédia que lhe tirou a vida: e que seu algoz foi interpretado pelo picareta Guilherme "não fiz Chatô e embolsei uma bolada" Fontes. Sempre que me lembro do autor de Os Sertões, vem-me a cara do atorzinho.

sábado, 1 de agosto de 2009

no cordão da saideira (edu lobo)

Hoje não tem dança
Não tem mais menina de trança
Nem cheiro de lança no ar
Hoje não tem frevo
Tem gente que passa com medo
E na praça ninguém pra cantar
Me lembro tanto
E é tão grande a saudade
Que até parece verdade
Que o tempo inda pode voltar

Tempo da praia de ponta de pedra
Das noites de lua, dos blocos de rua
Do susto é carreira na caramboleira
Do bomba-meu-boi
Que tempo que foi
Agulha frita, munguzá, cravo e canela
Serenata eu fiz pra ela
Cada noite de luar

Tempo do corso, na Rua da Aurora
É moço no passo
Menino e senhora do bonde de Olinda
Pra baixo e pra cima
Do caramanchão
Esqueço mais não
E frevo ainda apesar da quarta-feira
No cordão da saideira
Vendo a vida se enfeitar

quinta-feira, 30 de julho de 2009

E esse pessoal vai trabalhar de carro e larga o bonitinho na rua, oito, nove, dez horas seguidas, às vezes na frente da casa dos outros? Algumas ruas devem parecer pátios de montadoras, vistas do alto. Quem disse que se pode um particular, quem quer que seja, dispor do espaço público dessa maneira? Já tem o luxo do automóvel, faça o serviço completo: pague estacionamento, zona azul, o que for.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Agora vivo agruras de classe média. Essa semana tem um megashow perto de casa e estão preparando algum esquema de segurança para que a movimentação de ricaços não nos perturbe demais. Foi-se o tempo em que as maiores ameaças ao meu sossego eram os vizinhos evangélicos ou os pagodeiros.
Aliás, esses eventos bem podiam ser proibidos assim próximos de áreas residenciais, não?



domingo, 26 de julho de 2009

frio? que bom

Na verdade, estou a-do-ran-do todo este frio. Sabe, um inverno digno do nome. Lembram-se do ano passado, aqueles dias quentes e absurdamente secos? Gente, aquilo não era clima, e sim tortura. Auto-flagelo, na realidade, porque fomos nós que "fabricamos" as condições para dias cmo aqueles. Ora, os dias de inverno são naturalmente mais secos, e as condições da metrópole - muito asfalto e pouca área permeável, muitos escapamentos - tornam tudo mais sufocante mesmo. Acho que devíamos é ser agradecidos por ainda poder sentir um friozinho de quando em vez. E que o calorão fique para quando deve, o verão, a estação úmida.


sábado, 25 de julho de 2009

quanto custa ter um automóvel?

Posso ter muitas dúvidas na cachola, mas há uma certeza em minha vida de que me orgulho: estou decidido a jamais comprar um automóvel. Não sinto necessidade extrema de ter um, e nem acho que a cidade precisa de mais um habitante motorizado a poluir e congestionar nosso já tão castigado meio urbano. Às vezes, contudo, vejo-me sim obrigado a dirigir, se o deslocamento por outro meio de transporte torna-se inviável por algum motivo. Então acordei hoje com um pensamento: e se eu assumisse as contas do carro de meu pai, que ele tem interesse em vender? Quanto me custaria mantê-lo? Como não sou acometido pela síndrome brasileira de sair dirigindo todo santo dia - doença que assume proporções alarmantes aqui em São Paulo - , o dinheiro literalmente queimado com combustível resume-se a uma quantia irrisória. Utilizando pouco o veículo, também se demanda menos em manutenção. Contudo, um problema mecânico pode surgir a qualquer momento, e torna-se impossível estimar tais cálculos. Na verdade, o "grosso" da coisa está nos custos fixos. Temos impostos, como IPVA e seguro obrigatório. E alguém se arrisca a não fazer seguro do carro? Ponha na conta. E pelo que pude avaliar, este último é o que mais pesa no bolso.
Umas contas rápidas e a sentença: para mim, por ora, não vale a pena.

Como não poderia deixar de ser, deixo um link para você, que acha carro zero com cheirinho de novo uma coisa tão fundamental na vida, pensar melhor a respeito. Pena o site ser de Portugal e, por isso mesmo, indicar valores em euros. Mas boas idéias, acredito, não têm fronteiras. A minha é contribuir um pouquinho por uma vida mais digna. Vamos?

http://thechange2004.blogspot.com/2008/06/os-custos-do-automvel.html

domingo, 19 de julho de 2009

Duas leituras maravilhosas.
Antes do Baile Verde, livro de contos de Lygia Fagundes Telles. Veio do sebo esta semana.
Caminhos do Trem, coleção especial da revista História Viva. Conta a trajetória do meio de transporte decisivo para o crescimento do país e que hoje, após anos de improvável descaso, assiste a tentativas de retomada. Estava há um tempo completinha em casa e já estava na hora de começar a ser lida. Eu virava as páginas pensando, eu poderia estar indo a Sorocaba de trem. E ainda faço o link com o post passado, notaram?

sexta-feira, 17 de julho de 2009

por que é preciso desejar boa viagem...

Dirigindo nesse trânsito maluco e em meio a uma frota de automóveis que não pára de crescer, crescer e crescer, ao que devo acrescentar o gosto que tomei por formas "alternativas" de transporte, aprendi a ter um certo receio de viagens rodoviárias, assim como lamentar a falta de opções a esse modo de deslocamento em distâncias médias. É de lamentar que tenhamos aniquilado nossa malha ferroviária, reduzindo-a ao transporte metropolitano, salvo raríssimas exceções. Viagens relativamente curtas, p. ex. São Paulo-Campinas, só se fazem pegando estrada. Ao menos as rodovias no trecho em questão são boas, mas de que adianta piso bom se grande parte dos motoristas ignora o conceito de direção defensiva? Se nas vias congestionadas da capital vemos toda sorte de loucuras, que barbeiragens não podem ser cometidas em pistas onde a barreira dos 100 quilômetros por hora é batida quase naturalmente por qualquer veículo? Ah, bom mesmo na Europa, onde se vai de um país a outro de trem, e os doidos que fiquem com coisas como a Autobahn. Enquanto isso, vamos lá, atravesse este país de dimensões continentais em meio a nosso arremedo de estradas, entre as quais os bem-cuidados caminhos paulistas são dos poucos que se salvam, ou no escuro de nossas pontes aéreas. E ouse me chamar de paranóico depois de tão salutar experiência.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Ouvinte JP

Ouvinte JP

André relata descaso do Psiu e da Concessionária Caoa

15/julho/2009 por OuvinteJP

Prezados,

Desde a manhã de segunda-feira, na Caoa João Dias, concessionária deveiculos situada no número 2.207 da avenida de mesmo nome, soa um alarme intermitente que provavelmente não incomoda quem está dentro da loja, mas que inferniza a vida dos moradores do entorno, 24 horas por dia. Registrei o ocorrido a funcionários do local e nenhum deles deu a mínima atenção ao caso (deviam se considerar ocupados demais para tratar com alguém que não estava lá para deixar seu dinheiro na loja). Aqui em casa ligamos também para o Psiu, mas eles sequer têm data para vir. A própria atendente disse que a polícia nada poderia fazer num caso como o nosso, pois, apesar de o barulho ser agudo e constante, não é extremamente alto. A pergunta que faço é óbvia: até quando teremos que aturar as consequências de todo esse descaso?

Atenciosamente,

André de Oliveira Leonardo



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quarta-feira, 15 de julho de 2009

Sabe, um dia espero jamais ter de dirigir novamente. Esse bando de pessoas sozinhas em automóveis são extremamente perigosas e capazes das piores barbaridades. Gerar trânsito é só uma delas. Aliás, não é preciso dirigir para se tocar dessa realidade de doidos por volante, não é mesmo? Mas quando você é mais um no meio da carraiada, a dose é mais concentrada.

terça-feira, 14 de julho de 2009

O céu da cidade é essa coisa pobretona, mas sabe que não precisava ser tanto assim? Neste Ano Internacional da Astronomia, um evento chamado Maratona da Via Láctea pretende tornar mais conhecida dos brasileiros uma outra modalidade de poluição: a luminosa. Mais aqui.




Postei o link primeiro no Twitter. E sabe que depois da primeira twittada dá uma vontade doida de repetir a dose incessantemente...mesmo sem assunto?

domingo, 5 de julho de 2009

Onde eu estava que somente agora fui saber da restrição à circulação de veículos em Times Square, um dos cartões postais de Nova York? Fico feito doido só de sentir o cheiro de notícias assim...
Na verdade, esta é somente uma das medidas que vem sendo tomadas na metrópole norte-americana a fim de reduzir o caos e tornar a cidade um tantinho mais humana. Um bom texto sobre o assunto pode ser conferido aqui. E olha que na Big Apple eles estão é correndo atrás; cidades europeias já estão bem à frente no sentido de oferecer alternativas à chamada "cultura do automóvel".
Enquanto isso, aqui em São Paulo, onde "o governo não faz nada" e o paulistano solitário em seu carro confortável ainda menos, continuaremos a bater recordes sucessivos de congestionamento.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

condenação?

O psicanalista austríaco Wilhelm Reich defende, no livro A Biopatia do Câncer, que tumores não surgem misteriosamente, mas tratam-se de doença sistêmica, causada pela privação sexual crônica.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

resposta (maysa)



Ninguém pode calar dentro em mim
Esta chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
E só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
Se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade
De quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou
Ou vai falar de mim

sábado, 30 de maio de 2009

marabá

Hoje o Cine Marabá reabre suas portas ao grande público. Ontem, houve algum desses eventos para convidados, com tapete vermelho e tudo o mais, isso apesar das calçadas  mal conservadas da Avenida Ipiranga...bem, o cinema estava fechado desde 2007 para reforma, a qual deveria respeitar a construção original, tombada pelo patrimônio público. Ainda assim, em vez da enorme sala do passado (com mais de 1500 lugares!), o Marabá agora tem cinco, uma delas com tecnologia 3D. É a primeiro dos antigos cinemas do centro a ser assim revitalizado para o circuito comercial, já que o Olido foi alvo de políticas públicas e hoje é um centro cultural diversificado. As demais antigas salas de exibição da região, onde em tempos idos só se entrava a rigor, elitistas que eram, apresentam atulamente em sua programação filmes não muito adequados a programas saudáveis em família ou entre amigos. Registre-se o ardente desejo de que a iniciativa no Marabá seja bem sucedida e inspire a revitalização cultural e humana do entorno.

sábado, 23 de maio de 2009

Um dia, duas surpresas.
Primeiro, um concerto. Orquestra Pão de Açúcar. Fui sem esperar muita coisa do grupo (formado por adolescentes) nem do repertório (lá vamos nós com obviedades?). Caí do cavalo duplamente. Os meninos são bons e ainda executaram peças bem difíceis - dava para ver o esforço de alguns para manter andamentos e dinâmicas, era interessante. E as melodias mais familiares ali foram a de um tributo ao Queen, muito bacana, que bem poderia ter encerrado o concerto, ao contrário de um brevíssimo Terremoto, de Haydn. Mas valeu.
Número dois. Eu tinha duas opções: ir para casa sem hora para chegar (sexta-feira...) ou assistir àquele filme na sessão "Chuva de Clássicos" na Galeria Olido de que nunca ouvira falar, nem bem nem mal, e ainda por cima em exibição à antiga (super 35, é isso?). Fiquei com o filme. Belíssima. Italiano. Anos 40. Uma mãe quer fazer da filha uma estrela, e para isto está disposta a fazer tudo ao seu alcance. Mas será que isso é o melhor para a menina? Muito bom também. Gostei das personagens femininas, umas italianas autênticas, passionais, que falam alto.


segunda-feira, 18 de maio de 2009

descendo lenha

Um certo jogador de futebol disse um grande jornal que seu rebento é "praticamente europeu", apesar de ter nascido nestas paragens, e prefere que ele tenha amiguinhos nascidos no berço da civilização ocidental. Ao chamado ídolo do esporte não ocorre, entretanto, que é brasileira a equipe que defende, que é majoritariamente brasileira a empresa que lhe rendeu milhões para anunciar suas cervejas, e, sobretudo, foi em terras brasileiras que ele teve a única oportunidade de se destacar em alguma coisa nesta vida e se tornar a máquina de dinheiro de hoje, chance sem a qual jamais ousaria sonhar com a possibilidade de escolher entre os companheiros de seu filhinho, somente infantes nascidos no continente europeu. Óbvio que o profissional da bola não pensou nisso antes de articular suas palavras, nem em todos os conterrâneos despossuídos que esperam sua nova e brilhante jogada. Despossuídos como ele poderia ser até hoje. E que, convencidos por tão fenomenais palavras, podem vir mesmo a se convencer de que somos piores que europeus, norte-americanos, o que o valha.

domingo, 17 de maio de 2009

x-men: evolução

Quinze anos atrás, o então novo desenho dos X-Men me pegou em cheio. Eu tinha catorze anos e queria começar a acompanhar coisas menos "infantis". Os mutantes caíram como uma luva. Eles não apenas eram super-heróis, mas também eram obrigados a encarar o preconceito de quem não os entendia. A idéia me parecia sensacional. A Escola para Jovens Superdotados, Magneto e o ideal de supremacia mutante, Genosha - ilha onde mutantes eram escravizados -, os terríveis robôs sentinelas...a variedade de superpoderes...eu vibrava horrores. E nem me importava com pérolas como "eu convoco o poder total da tempestade" e outras bobagens amarradas aos personagens à guisa de personalidade, como a chatice da Jubileu, a Vampira metida a gostosona e as falas afetadíssimas da Tempestade - como se vê no exemplo acima, ela invocava os elementos climáticos como uma bruxa desvairada.
Enfim, eu me divertia e a coisa ainda me ajudou a tornar o "nerd" de hoje.
Hoje, muito por acaso, vi um pedacinho do "novo" desenho dos mutantes, Wolverine e os X-Men e quase morri de tédio. Mais do mesmo a vida toda. Sentinelas, molde-mestre, irmandade de mutantes, mutações como óbvia metáfora para minorias - e adolescentes -, protagonistas rasos cuja "personalidade" se desvenda em uma única frase, além da evidente megaexposição de Logan, como o próprio título da produção atual supõe.
Essas coisas servem para formar gerações de novos fãs (mais gente para dar dinheiro à franquia) e só. Eu caí nessa há quinze anos, outros cairão agora. Mas, por enquanto, é até perdoável eles acharem tudo o máximo; o senso crítico apurado que venha com o tempo. Só peço que não deixe de vir, por favor!, ou seria melhor continuar lá na seção infantil pro resto da vida.

domingo, 10 de maio de 2009

galvanizando

É daqui a pouquinho...vamos conferir em todas as suas emoções o grande prêmio da Espanha...e os brasileiros ainda vão ter o gostinho de ver dois de seus pilotos na...segunda fila.
A gente chega lá. E quando acontecer, haja coração, amigo.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

quem não tem colírio usa

Não gosto de óculos de sol. Não mais. Já tive um par de lentes escuras, dessas que se acoplam a óculos de grau por meio de um imã. Partiram-se, e as lentes corretoras que uso no momento não lhe oferecem suporte. E nem sinto falta. Quer dizer, qual o problema com o sol? Nossos antepassados viveram milhares de anos sob sua luz, sob condições bem mais adversas que as nossas. Além do mais, quem vive numa cidade tem muito bloqueio a luz solar, muita sombra mesmo. Óculos escuros, só compreendo seu uso contínuo para atividades muito específicas. A mais comum seria dirigir sob o sol, penso eu. Todo aquele reflexo...mas é fato que a população em geral parece acometida por uma febre de óculos escuros. Aparentemente, todos têm de usar. Nos ônibus, à noite, em dias nublados, em casa. Em fotos. Desde os modelos vendidos em camelôs que parecem a maneira mais rápida de derretar as "vistas", aos mais badalados, de "grife", falsos ou não. Modinha ao alcance de todos.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

urbana 2

(em minhas preces, peço que urbana 1 se torne um dia texto completo.)



(...) Tenho meu espaço mais ou menos garantido na cidade. Tive boa educação, médicos; hoje moro bem - como quando vivia com meus pais - , tenho emprego de que posso me orgulhar em termos financeiros e meu lazer está garantido. Tenho dinheiro. O pobre não tem as mesmas chances. Não é nem cidadão. Por isso, só consegue moradia, isso quando consegue, bem longe de mim, longe da cidade boa para os endinheirados. É como as coisas são. E com destino desses, o pobre tem um estilo de vida que eu não consigo imaginar, talvez nem entender. E isso me assusta. Vejo alguém diferente de mim e fico logo ressabiado. Mais todas essas coisas que a gente ouve, na mídia, ou das pessoas, pessoas como eu. A falta de segurança cada vez maior, essas ruas que se tornaram um perigo. E a maior parte dos criminosos é essa gente despossuída, que veio de favelas. Então vou fazer o que muitos de nós estão fazendo. estou indo para um condomínio fechado, com muros, grades, câmeras de vigilância, segurança privada. Posso pagar, mesmo. Mereço um pouco de conforto. Falando em conforto, já chegou a hora de trocar de carro. Vou comprar um desses bem grandes e altos. Devem ser uma delícia de dirigir. Na propaganda diz que enfrentam até enchente. Acho uma ótima idéia, esse problema das enchentes parece aumentar a cada ano. Um carrão desses não vai me deixar na mão. Dirijo sempre sozinho, nunca se sabe. O seguro é bem mais caro que o do outro automóvel. Fazer o quê? Carro sem seguro é impensável nos dias de hoje. Meus pais, meus tios, eles tiveram vários carros e não tinham que se preocupar com isso. É essa cidade, cada vez mais cheia, mais perigosa. Felizmente, posso manter o padrão de vida que acredito que mereço, posso arcar com seguro...e condomínio. Mas até estou gostando de morar aqui. Achei que não iria gostar de apartamento. Eles oferecem tanta coisa. Parque privativo, não-sei-quê gourmet, todos esses equipamentos de lazer. Se eu quiser, praticamente só preciso sair do prédio para trabalhar. E essa vista que tenho...aquilo mais ao longe é uma favela? Bem, daqui a algum tempo posso pensar em procurar algum desses condomínios com casas enormes fora da cidade, desses onde só se chega pegando estrada, praticamente no meio do mato. Aquilo, sim, deve ser conforto.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

álcool (você sabia?...)

o uso crônico de álcool pode resultar em feminização nos homens
by wikipedia
Nem consigo me lembrar de quando foi que descobri, estarrecido, a existência de uma favela enorme encravada no local que eu costumava achar, como tantos - inclusive o mercado imobiliário - que era o Morumbi. Os mapas indicam que Paraisópolis fica no distrito de Vila Andrade. E eu imaginava, aqueles condomínios de altíssimo padrão, com vista para aquele mar de barracos, e vice-versa, eis a face mais ostensiva do capitalismo à brasileira. (Bem, um pensamento assim confirma que a "descoberta" não aconteceu na minha infância.)
E assim soube que favela não é coisa só de lugar distante e "esquecido por deus". Há algumas em localidades ainda mais centrais. A Berrini tem a sua; em Jabaquara, Campo Belo, Vila Mariana, entre outros bairros nada periféricos, as moradias insalubres marcam presença. Sem vergonha nenhuma a ninguém. Bem, ensaiam-se programas de urbanização em Paraisópolis e Heliópolis, as favelas que cresceram a pontos de serem consderados bairros, de modo a coisa não ficar tao feia aos olhos de quem vê de fora, creio. Ao menos há a intenção de fazer algo...em algum lugar...para alguém...mas não sei por quê, continuo tão insatisfeito como quando vi aqueles barracos atrás daquelas torres que tantos consideram elegantes.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Aconteceu há pouco...
Vieram me cumprimentar, e eu respondi...Fala, jóia...tudo fulano?
E não foi de própósito!
Fui o único a perceber...menos mal...
Mas ainda assim...vergonha...momento Chapolin Colorado total!
Acho que é hora de fazer aquela pausa.

sábado, 25 de abril de 2009

o que passa

Entro no blog, vejo posts antigos e até dói. Saíam umas coisas até bacanas no passado. Foi depois do retorno à vida de assalariado que a fonte começou a secar. Mesmo as raras entradas atuais são magrinhas, na comparação com o auge de minha produção. São até repetitivas, né?
O que acontece? Estou pensando menos? Cansando-me mais, sem dúvida. Quando tenho tempo meu para espairecer, quero esvaziar a cabeça...ver tevê...tirar um cochilo, se almocei a pouco. E se penso, são as coisas mesmas de sempre, aborrecidas...às vezes me toma um mau humor, reclamo do que não muda, solto um ou outro palavrão. Nada de que se orgulhar, enfim.
Ou então, um lampejo; uma possível solução se apresenta, as coisas podem finalmente mudar, vamos acabar com esse ranço, sorrir mais. Eu nem percebo quando se perde.
Parar por aqui...não consigo achar jeito de acabar este post sem parecer muito melancólico. Bem, ao menos isso estou procurando evitar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

pratos

Olha, quanto a comida, creio que nunca tive muito do que reclamar. Em casa, sempre tive minha mãe. Os tempos de restaurante universitário, longe das asas protetoras, olho para trás e vejo não foram assim ruins. E agora, tenho um emprego que me permite ótimas refeições, durante a semana e mesmo quando em folga. Que felicidade: bons restaurantes perto do trabalho e perto de casa. Comida muito bem servida a preço justo - que não pago fortuna para sair com fome de restaurantes com nada além de nome e nariz empinado.
Satisfaço bem essa necessidade do corpo, a alimentação. E por isso sempre sou grato. Mesmo quando por acaso me esqueço daquela silenciosa prece. Comer bem enquanto tantos, tantos passam fome, entre outras privações (suspiro)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Quem vive na metrópole sempre aguarda a chegada do feriado. Ah, a chance de fugir da complicada e estressante rotina. E as pessoas fogem mesmo. E levam o caos com elas: para rodoviárias e aeroportos, para as estradas, para as praias, para os polos turísticos do interior.
E a cidade que ficou para trás, aquela coisa feia, suja, barulhenta, ironia das ironias, torna-se tranquila e pacata. Um simples caminhar pelas ruas e avenidas, tão pouco convidativas a quem não trafega por elas de carro - e mesmo para os motorizados, na verdade - vira um programão. O sossego reina, é como um milagre. E nem foi preciso viajar.
Ah, se todos os dias fossem um pouco mais como os feriados. Nada de desejar clima bucólico em plena segunda-feira braba, longe disso, pés no chão aqui. Mas parte do caos urbano somos nós que causamos. Ah, e se não tivéssemos a capacidade de aprender com os erros...não estaríamos aqui. E "aqui" não é só esta cidade, não.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

educação

(baseada em fatos reais...bem, basicamente ocorreu como é narrado a seguir)

Final de semana, manhã tão quente quanto as manhãs de outono podem ser. Pai e filho andam de carro. O menino tem seus oito, nove anos, mas já é fanático por automóveis; sabe nomes e marcas de todos os modelos que vê na rua, sem errar, até os mais obscuros.
O pai faz uma conversão com o farol fechado. Isso também não escapa à atenção do garoto esperto.
"Pai, você passou sinal vermelho, você viu?"
"Vi." Breve pausa. "Hoje é domingo..."
E são tantas as lições.

quarta-feira, 25 de março de 2009

que super-herói eu sou?

Your results:
You are Spider-Man
























Spider-Man
55%
Superman
45%
Robin
45%
Green Lantern
35%
Batman
30%
The Flash
30%
Catwoman
30%
Supergirl
25%
Wonder Woman
25%
Hulk
25%
Iron Man
10%
You are intelligent, witty,
a bit geeky and have great
power and responsibility.


Click here to take the Superhero Personality Quiz

domingo, 8 de março de 2009

Eu ouço você, meu amor
e não somente seu gemido

sexta-feira, 6 de março de 2009

história

Preciso me convencer de que sempre houve erro e maldade, a fim de suportar melhor o presente. É necessário mesmo enfiar na cabeça de uma vez por todas que os bons velhos tempos nunca foram assim de fato, meus olhos e ouvidos e sentidos é que não eram os de hoje. Sempre exploramos, tiramos, matamos, escravizamos, vilipendiamos, devastamos, defenestramos. A novidade é a consciência. E a tecnologia, sim, também.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Doutores da Alegria é um documentário de Mara Mourão. O grupo que empresta seu nome ao filme é composto de pessoas que realmente servem de exemplo a nós todos, em seu trabalho maravilhoso.
Quem assistir tem a chance - mais uma - de descobrir que a programação de verão de certas emissoras é abjeta.
"a vida é uma ópera"...

E nós dois bem poderíamos fazer um dueto...daqueles bem apaixonados...


hahahahahah.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

nossos tempos

Uma cena emblemática...testemunhei-a já há algum tempo, mas não se justifica por nada a ausência de nota. É algo que pode ocorrer todos os dias.
Um automovel fechava um cruzamento, impedindo a passagem de um ônibus. O farol estava aberto para este último, o qual não estava lotado, mas tinha um bom número de passageiros.
O único ocupante do carro era o motorista.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

até onde pode descer?

Whoopi Goldberg não faz mais daqueles filmes tão marcantes, seja o choroso A Cor Púrpura ou o canoro Mudança de Hábito, ou mesmo o meloso-ocultista Ghost, que lhe rendeu o Oscar (a quem me perguntar, só as cenas engraçadas com ela são assistíveis). Ela também não apresenta mais aquela coisa longa e tediosa que é o Oscar. Que fim levou? A programação do começo da tarde na Record deu a resposta. Ela estava lá, num filme chamado Meu Parceiro É um Dinossauro. Me parece uma boa explicar o título para dissipar idéias errôneas sobre...Meu Parceiro é um Dinossauro. Se isso for possível. É daqueles filmes com dois "tiras" - gíria idosa, não? - que são escalados para trabalhar juntos, mas não se conhecem, então tem aquele estranhamento inicial que se supõe capaz de render situações engraçadas. Whoopi é um dos policiais. O parceiro é...bem, agora ficou fácil.
Ou seja...Tá Todo Mundo Louco, com todos aqueles comediantes com o dom de não me fazerem rir, não foi o fundo do poço. A praga deve ter sido feia, e eu nem acredito nessas coisas.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

não cometo poesia

Eu sempre achei que escrever em verso não fosse para reles mortais...
Em prosa, basta organizar as idéias de forma mais ou menos coerente, colocar uma palavra diante da outra e o pretenso escritor pode se sair bem. Mas verso? Verso é mais, ou assim sempre supus. Não ligo muito para coisas como métrica ou rimas, embora admire e faça mil deferências a quem consiga fazer poesia de qualidade dessa forma, sem engolir sílabas, palavras ou o bom senso. Se fosse isso apenas...em minha mente, há como que uma série de axiomas que parecem ditos ao megafone de maneira ensurdecedora quando tenho a audácia de cogitar a escrita em verso.
Tanto me convenço de minha incapacidade de extrair arte da pena - ou da pedra - que uns tempos atrás, após compor umas estrofezinhas desajeitadas, quis me redimir trazendo algo que começava como Meu verso não é poesia. Mas isso mesmo eu pretendia fazer em verso e a coisa jamais saiu das primeiras linhas. Ah, e da última: definitivamente, meu verso não é poesia.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A água não sabe
que está escondida
que seu leito agora
é sob a terra
mas às vezes ela retorna
reclama seu lugar
na superfície
e é como se se vingasse
de seus tolos captores
eles não sabem
mas na verdade
temem o som
da água revolta
da última vez jurei
ter ouvido o som
de uma gargalhada.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

No noticiário noturno de ontem e no desta manhã mencionou-se, em nítido tom "ufa, uma boa nova em meio à crise", um aumento na produção e na venda de automóveis - um dos dois processos, segundo a manchete, quase dobrou seus números, minhas desculpas se agora não lembro qual.
Ok...a indústria automobilística sustenta muitas outras. Fato incontestável. Um punhado de empregos deve ter se mantido por aí. Mas bem poderia ser outra a notícia boa neste período de incertezas. É que comemorar sucesso em venda de carros com as ruas simplesmente lotadas não parece muito sensato.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

domínio

se é público...
o passeio? pode sujar
o dinheiro? pode roubar
o bem? pode abusar

o funcionário? ha...esse não faz nada...é mal educado, bate ponto,
toma cafezinho, bate ponto...só.

Continuemos pensando assim.

a velha monark

Subindo num ônibus no ponto da Marginal Pinheiros mais próximo de casa, seguindo sempre adiante, em poucos minutos chega-se ao que já foi uma fábrica da Monark. A quem o nome nada diz, esclareço: tratava-se de uma montadora de bicicletas. Não sei quando o complexo foi desativado - certamente antes de eu passar a atentar em tais coisas, infelizmente - mas sei do que acontece agora, porque vejo: sua demolição começou há alguns dias.
A história da velha fábrica não é única, bem sabemos. Tantas outras indústrias já deixaram a cidade em busca de vantagens logísticas e fiscais. Cabe perguntar o que foi permitido a seus antigos funcionários buscar, após a extinção de seus postos de trabalho.
Os antigos terrenos industriais, alguns ainda não tiveram destinação definida. Estes abrigam esqueletos apodrecendo ao sol, desgastando-se sob as intempéries, até o mercado lembrar-se de utilizar essas áreas. Em tantos outros, as velhas fábricas já foram abaixo, cedendo espaço a mais torres, em sua maioria residenciais, daquelas que prometem conforto e lazer total a seus moradores. Assim que eles conseguirem sair do trânsito, ao menos.
Ainda não sei o que será da antiga Monark. Garanto a informação neste espaço assim que a tiver.


Em tempo: não estou atacando a saída das indústrias, muito menos pretendo com este post algo do tipo bons-tempos-eram-os-antigos. Apenas observo.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um grito na rua me gela o coração.
Ele se repete, mais distinto.
É uma criança imitando um carro.
A gente até esquece que ainda há inocência no mundo.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

um novo retorno

E eu tinha mais saudade do que jamais supunha.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

guia

Sinto falta do silêncio. Era quando você vinha ter comigo. O mundo prendia o fôlego, era a pausa que precedia uma pergunta, ainda que eu não a tivesse feito. E você me dizia o que fazer. Sempre. Não me recordo de uma única falha - como poderia? Nesse tempo, eu era feliz. Sentia-me mesmo iluminado. Tanta paz. Hoje? Tantos ruídos, de todas as direções, todas as fontes. Não ouço mais a voz. Às vezes, no apagar das luzes, eu sinto que está por perto - sei que está - e anseio pela próxima vez em que me virá falar. Respiro fundo para depois silenciar. Aguardo.

na estufa

Saudades do verão. Lembram? Dias quentes e tardes com chuvas torrenciais, mas breves. Elas tinham até o nome da estação.
Verão, inverno, todas as outras estações...aqui em nossa estufa paulistana, todas pertencem ao passado. Só não vamos esquecer os nomes delas graças às obras de Vivaldi...Legião Urbana...e Sandy e Júnior.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Aparece em casa um celular novo. Não é meu. Simples, ele. Basicamente fala e tem rádio FM.
O meu aparelho ainda funciona; uma troca não se justifica, apesar de sua idade. Ainda faz o que se espera dele. É suscetível, inclusive, às mesmíssimas falhas a que estão sujeitos celulares novos ,ou nem tanto, ou nem um pouco. Pois celular tende a falhar quando mais dele se precisa, não sei se todos já perceberam.
Ainda assim, uma fagulhazinha consumista se acende. Tenha dó.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ah, o primeiro post do ano - durante o qual espero comparecer mais ao blog com novas palavras, coitadinho - o primeiro post do ano nem é totalmente meu. São umas belas palavrinhas que recebi de aniversário, de um amigo de longe, longe. Eu as havia colocado no Orkut, agora vieram para cá.

"Bom querido, que tudo se Ilumine na sua vida, neste mais um Ano, e mais que isso, que vc se Ilumine permitindo que sua Luz brilhe cada vez mais, cumprindo seu Papel nessa Jornada Terrena!
Nunca se esqueça vc é Luz porque é criação dela, e sempre voce podera Iluminar seu caminho e outros caminhos que cruzarem o seu!
Siga sempre o caminho ditado pela sua Alma e terás muito mais momentos de felicidade do que de tristeza!
De Paz que sofrimentos!
Esteja sempre no Centro de si, mesmo, no que é real e verdadeiro!!"