terça-feira, 25 de julho de 2006

futebol? sim, futebol!

Meu time - ah, meu time - está na semifinal da Libertadores e é líder do Brasileiro. Ganhará algum dos dois torneios? Difícil saber, não? Certos, só os fatos até o momento. Eis alguns.
Assisti aos dois últimos jogos, um de cada torneio. E foi estranho: sofri. Especialmente na quarta, com aquela maldita disputa de pênaltis. Poderíamos muito bem ter decidido a peleja nos noventa minutos. Chances não faltaram.
No domingo, adversário mais fraco, mas saímos perdendo logo de cara. O empate só veio ao final do primeiro tempo. A vitória pareceu incerta por alguns momentos - tensos, novamente sofri! - mas aconteceu.
Após descer a lenha nos fanáticos por seleção brasileira (ei, sorte ao Dunga), pareço eu mesmo manifestar sinais de acefalia futebolística. Incoerência? Em absoluto. Perca o Tricolor e não darei a mínima. Das emoções, vivo apenas as positivas.
E quarta mesmo pode ser dia de derrota. Ah, aqueles mexicanos! Já nos bateram duas vezes. Estou com medo. Tem seu lado bom: farei pouco caso de um eventual resultado ruim. Vitória? Risos, gestos grandes e dancinhas - não posso gritar!

***
O Corinthians será rebaixado? Cedo demais para afirmar.Apenas digo que, como são-paulino, é divertido vê-lo, de lá do topo, caindo pelas tabelas. Bem, neste momento não há como cair mais. Já está na lona.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

um insight fino

Sou daquelas pessoas que necessitam de um copo - copão, vá lá - de leite para um café da manhã agradável. Não bastasse ser fonte de vitaminas, proteínas e outros compostos nutritivos, esta bebida fundamental à nossa vida de mamíferos ocorre ser também deliciosa. Tome-a morninha e adoçada a gosto, acompanhada de pães ou biscoitos e tenha um dia feliz.
Todo esse breve sentimento de realização, entretanto, pode se desfazer num único gole. No seu copo pode haver um pouco daquela substância desagradável, de consistência indefinida e difícil deglutição - um sólido onde só se espera encontrar líquido!
Nata acaba com seu leite.
Esta manhã, tomado pelo pavor de estar a ponto de engolir dessa terrível gosma, veio o pensamento. Me pareceu insensato o uso da palavra nata para qualificar, em sentido figurado, a melhor parte de um todo. Afinal, encontrá-la logo em minha primeira refeição é um pesadelo.
Uma rápida consulta ao dicionário, contudo, ofereceu-me nova perspectiva, apesar de fornecer uma informação não necessariamente curiosa e que já deveria ser de meu conhecimento. Burro, burro!
A nata, parte gorda do leite, é matéria-prima para a fabricação de manteiga e creme. Entende-se que, posto estar longe de ser bem-vinda num copo de leite, essa "gordurinha" tem suas qualidades: dela obtêm-se apetitosos novos produtos.
Sendo a nata real, tangível, assim versátil, observe-se com mais atenção a palavra em sentido conotativo. O conceito sobre o que há de melhor em uma determinada coisa varia de pessoa para pessoa. Mesmo a elite de uma sociedade, sua nata, nunca é irrepreensível.
A nata, literal ou figurada, é relativa.
Voltando ao mundo em que se come, não sou xiita a ponto de deixar de admitir que é possível haver gente indiferente, ou até mesmo simpática, à presença de nata em seu leitinho.
Mas esse povo deve ser meio varrido. Leite puro é tão bom.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

definindo os street fighters


(A manhã de hoje foi tão produtiva...)

Os personagens de Street Fighter 2 sob uma ótica não usual...talvez pastelão.

Ryu - é o personagem japonês genérico de séries japonesas. Todas têm o seu: Seiya, Shurato, Goku...sempre a mesma coisa. Só muda o estilo de luta. Ou também, no caso de Goku, a quantidade de gel no cabelo.
E. Honda - aquele gordo nerd que domina Exatas resolveu se dedicar a alguma atividade física. A que mais vinha a calhar era o sumô, mesmo.
Blanka - um monstro, uma aberração de cor esquisita, provoca choques e adora fazer barulho. O brasileiro típico!!
Guile - um "escoteiro", o Capitão América de SF2. Luta com seu uniforme das Forças Armadas, ostentando a bandeira de seu país. E ainda quer descobrir o paradeiro do melhor amigo. Não poderia ser mais certinho.
Ken - o metrossexual do jogo. Ou, deixando de lado o eufemismo, bichinha. Aquele casamento no final é só fachada. Nenhum hetero usa um cabelo daqueles. Seus golpes são idênticos aos de Ryu. Coincidência? Tá bom...paixão platônica, amiga.
Chun-li - personagem altamente fetichista. É a oriental que vive soltando gritinhos. Só não possui tanto apelo entre fãs de hentai e os japoneses em geral porque não usa roupinha de colegial à Sailor Moon. Apesar de ser pensada para ser excitante, creio que, existisse de verdade, a chinesinha seria uma mulher difícil. É, ela não daria para qualquer um.
Zangief - outro fetiche ambulante. O foco, desta vez, é um determinado grupo de homossexuais masculinos, aqueles que adoram ursos. A virilidade, a barba, os pêlos no corpo: let's face it, Zangief is a bear. Sem barriga, porque ele se exercita pra caramba. E pelas cicatrizes em seu corpo musculoso, deve curtir um sexo violento.
Dhalsim - outra aberração terceiro-mundista. Nascido na megapopulosa Índia, "o macumba" se acostumou a não ter o que comer. Devido à fome, foi vitimado por alucinações. Nelas, seus braços e pernas se esticavam e ele soltava fogo pela boca. Os delírios eram tão freqüentes que, em pouco tempo, passaram a se manifestar no mundo real (estamos falando de personagens de videogame, você queria coerência?) Já o teleporte pouco tem de místico: Dhalsim apenas se coloca de perfil e corre para o lado oposto do oponente.
Balrog - Zangief é um urso, Balrog é uma barbie. Corpo escultural e lisinho, sem pêlo algum. Balrog não sai da academia: quando não está treinando boxe, puxa ferro. Tudo por seu grande, grande mesmo, amor russo. Mas a Zangief não agradam os boxeadores, que em sua opinião praticam uma modalidade de luta menor, limitada. Além disso, o velho comunista que já dançou ao lado de Gorbachev dificilmente entregaria o coração a um americano fútil e fã de cassinos.
Vega - injustamente taxado ao longo dos anos como a bichinha de SF2, algo de que sempre discordei. Ele é um homem vaidoso e elegante, nada mais. Talvez o rótulo de metrossexual lhe sirva hoje, mas este de modo algum pode ser utilizado para agregar algum subtexto. Eu sei, eu sei, que Vega não é gay.
M. Bison - mais fetiche. É o mais poderoso entre todos os lutadores, usa uniforme com botas gigantescas e quepe. Tem fama de imbatível. Indiscutivelmente, ostenta uma aura de mistério. Pense, como explicar aquela p... daquele parafuso, mesmo no vale tudo dos chefes apelões de videogames? Sua música tema é a mais sombria no jogo inteiro, capaz de grudar na cabeça e, diz-se, transformar o jogador que passa batalhas seguidas sem vencê-lo num zumbi.
Sagat - magro, alto, só enxerga de um olho...cara, o Sagat sou eu!!
Fei Long, T. Hawk, Dee Jay, Cammy - na boa, alguém se lembra desses caras? Ah, sim, a última é menina.
Akuma - Hrrrmmmm.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

transamerica


Sabrina (Felicity Huffman, Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar pelo papel) é uma transexual prestes a realizar sua tão esperada cirurgia de mudança de sexo. Uma semana antes da operação, recebe uma ligação de um reformatório de Nova York. Um dos internos é seu filho, concebido na época em que Sabrina ainda atendia pelo nome de Stanley. Ela resolve ir atrás do garoto e fazer o possível para afastá-lo de problemas, sem necessariamente revelar a ele a verdade. E ainda é preciso chegar a Los Angeles em tempo para a cirurgia.
Assim temos um road movie dos mais inusitados. E muito bom, ou não receberia menção alguma neste blog. Impossível deixar de simpatizar e se emocionar com a história. Recomendadíssimo.

terça-feira, 18 de julho de 2006

superman - o retorno


Aos grandes protagonistas, somente grandes histórias. É como deveria ser. No passado, tal máxima era seguida: não existem lendas medíocres envolvendo deuses e heróis gregos. Criações de Shakespeare não foram trazidas de volta da morte sob justificativas estapafúrdias. Nunca foi escrito um diário de Capitu no qual se dizia esclarecer a verdade sobre sua vida com Bentinho.
É que os personagens supracitados não são marcas registradas. Foi a indústria cultural a grande culpada pelas situações vexatórias que tantos ícones da cultura pop tiveram de passar. Pela lógica do mercado, é sempre necessário criar histórias estreladas por nomes bem conhecidos do grande público. Esses protagonistas são vistos pelos gigantes do entretenimento que detêm seus direitos autorais como grandes franquias capazes de vender todo tipo de produto previamente licenciado, incluindo desenhos animados, quadrinhos e filmes.
Tais histórias chegam ao público consumidor em tamanha quantidade que é impossível crer na qualidade de todas elas. De fato, a triste verdade é uma só: a maioria dessas criações merece a lata de lixo por tão ruins.
Felizmente, Superman - O Retorno, que estreou hoje nos cinemas brasileiros, é um exemplo de uso adequado de um personagem tão importante.
Bryan Singer, o responsável pela bem-sucedida (em todos os sentidos) empreitada dos X-Men na tela grande, prova mais uma vez seu grande talento ao revitalizar a franquia cinematográfica do Homem de Aço. As novas gerações têm a chance de viver o deslumbramento trazido pelo trabalho de Richard Donner trinta anos atrás, quando pela primeira vez os espectadores "acreditaram que um homem podia voar". Como no passado, é sair do cinema com a certeza de quem é o maior de todos os super-heróis.
O segredo, se há algum, é o total respeito à essência do personagem, àquilo que o torna cativante há quase setenta anos. Ele é a personificação da esperança, a encarnação de nossos ideais mais nobres. Superman faz sempre o certo, mesmo sob as mais adversas condições. Isso é, perdoem-me pela repetição, o essencial, seja qual for a mídia em que se trabalha o herói.
Aqui falamos de cinema, Um roteiro que mantenha os olhos do espectador na tela. Superman volta à Terra após passar cinco anos no espaço à procura de Krypton, seu planeta natal. O mundo teve que seguir em frente sem seu maior campeão. Lex Luthor voltou às ruas. Lois Lane cansou-se de esperar e decidiu constituir família.
Com a ausência do Superman, o mundo passou a questionar se ainda precisava dele. De certa forma, essa dúvida chegou ao filme propriamente dito: enquanto não temos uma resposta, o espectador pode senti-lo um tanto amarrado. Acompanhamos o ínicio das maquinações de Luthor, mas ainda não é possível compreender onde o vilão pretende chegar. Ainda falta o toque de grandiosidade, do qual temos apenas pequenos vislumbres em algumas cenas. E o encanto tem que durar o filme inteiro. Então o herói ressurge num momento de extrema necessidade e mostra que nunca deveríamos ter duvidado de coisa alguma. Nem mesmo quando, mais adiante, ele se depara com uma situação aparentemente insolúvel.
Os personagens, sabemos todos serem interessantes. É preciso saber escrevê-los e ter à disposição um elenco eficaz. Para este quesito, mais uma vez, pegamos a caneta vermelha e marcamos "confere". Todos estão muito bem. Destaque para Kevin Spacey e seu assustador Lex Luthor, talvez um dos mais intimidadores já vistos em qualquer história do Superman. Lex assusta até quando tenta ser engraçado.
Falando em atuações, agora é oficial: existe um novo Superman/Clark Kent. Brandon Routh não deixa nada a dever em relação a seu brilhante e saudoso antecessor, Christopher Reeve.
Superman - O Retorno é filme para não ser esquecido pelos fãs, que certamente o aclamarão como uma das melhores histórias do Homem de Aço já contadas. Surpreendentemente, isso pode causar algum desapontamento. Pois o filme deixa o espectador ávido por novas e grandes aventuras do herói e, como dito acima, elas são proporcionalmente escassas em relação a todo material produzido com o personagem. Basta conferir as pataquadas feitas com ele nos quadrinhos ao longo de sua longa carreira - mais especialmente nos anos noventa. Recomenda-se aos fãs não esmorecerem. Ignorem as porcarias e busquem contos dignos do super-herói. Dada sua grandiosidade, a diversão e a emoção estão garantidas.

domingo, 16 de julho de 2006

in memoriam: shine on and on


Não escrevi antes porque ainda não me havia chegado a notícia. Só soube na madrugada de quinta, quando já fazia quase uma semana. Não importa o tempo que tenha se passado, uma menção a este fato de minha parte é obrigatória.
Syd Barrett está morto.
O músico, co-fundador e primeiro líder do Pink Floyd, faleceu no último dia 7, aos sessenta anos, provavelmente devido a complicações decorrentes do diabetes de que sofria.
Barrett foi afastado da banda que ajudou a criar ainda em 1968, em função de seus problemas com as drogas. Não participou, portanto, da fase mais bem-sucedida do grupo, na década seguinte, quando foram lançados os fundamentais Dark Side of the Moon e The Wall. Sua ausência, porém, inspirou o Pink Floyd a gravar o álbum Wish You Were Here, de 1975. O músico, aliás, esteve em algumas sessões de gravação do disco, no lendário estúdio Abbey Road. Sujo e maltrapilho, não foi reconhecido imediatamente pelos ex-colegas.
Até o momento, não ouvi quase nada do Floyd liderado por Barrett a base de muita psicodelia e LSD. Uma falta que deve ser corrigida o quanto antes. Mesmo mal conhecendo seu trabalho, é obrigatório admitir que uma pessoa por trás do surgimento de uma banda tão importante e que foi homenageada com canções inesquecíveis como Shine on You Crazy Diamond é alguém muito especial.
Após se afastar do Pink Floyd, Barrett passou a viver de maneira reclusa, afastando-se gradativamente da realidade de nosso mundo. Talvez não encontrasse seu lugar aqui. Para pessoas brilhantes como ele, é impossível deixar de desejar que a morte não seja o fim de tudo, mas um veículo que o permita ir mais além em sua busca. E ser bem-sucedido nela.
Adeus, Syd.


sexta-feira, 14 de julho de 2006

transcender

Você já quis chorar a tal ponto de achar necessário que seu corpo se abrisse no meio para dar vazão à enorme quantidade de lágrimas que aparentemente você iria verter? E mesmo assim todo esse choro não seria o suficiente para o que você tem no peito?
Essa sensação, já experimentei, e não porque estivesse triste, pesaroso, ou sentindo uma profunda dor psicológica. Aconteceu, e tudo o que eu estava fazendo na ocasião era ouvir música. Não uma música qualquer...algo realmente belo, tocante, capaz de fazer o ouvinte viver, digamos, uma experiência transcendental.
Em que consiste isso? É como ter consciência de nossa insignificância no universo, porque você viu o que torna o universo tão sublime e por um mísero instante, ainda mais mísero se pensarmos nas dimensões infinitas do espaço e do tempo, você percebe que é parte de toda essa imensidão também.
Creio que, durante quase toda nossa vida, estamos muito distantes dessa espécie de "comunhão cósmica" a qual encontro tanta dificuldade em descrever. E mais complicado ainda é atingi-la. O motivo é apenas um: falta de tempo. Estamos sempre ocupados demais com nossas vidas, nossas relações sociais, com a impressão que causaremos nas pessoas, com nossas próximas refeições. E tais preocupações são corretas, pois são necessárias. Pode acontecer, mais dia, menos dia, a qualquer ser humano descobrir que os assuntos ditos "do mundo", por mais bem resolvidos que estejam, não são as únicas coisas importantes. Mesmo rodeados de pessoas amáveis e vivendo de maneira confortável, pode-se sentir uma certa solidão que nada, nada neste mundo é capaz de aplacar, ao menos entre aquilo que já conhecemos.
Onde, então, encontrar tal conforto? Há quem o busque, poe exemplo, na religião. De fato, pessoas afirmam ter vivido experiências extasiantes enquanto cumpriam rituais religiosos. Há quem considere isso uma grande bobagem. Eu mesmo já pensei assim; hoje, não mais. Não possuo um credo, mas tenho as músicas. Graças a elas, quando alguém fala em sentimento de elevação, de estar próximo de algo muito superior à nossa compreensão, acho que sei do que se trata.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

a day at the movies

A situação: você vai ao cinema com a intenção de assistir a um filme específico. Chegando lá, você descobre que quase todo mundo saiu de casa com a mesma idéia. O filme que você queria ver está sendo exibido em várias salas, e ainda assim as sessões são tremendamente concorridas. Você não está com a menor disposição de encarar fila na porta do cinema e correr o risco de pegar um péssimo lugar lá dentro. O que fazer? Simplesmente voltar para casa não é uma opção: você já está ali em frente à bilheteria mesmo, nada de perder a viagem. Toca escolher um novo filme. O que mais está em cartaz? Veja só. tem um com aquela atriz de que você gosta tanto, mas será que vale a pena? Comédia romântica...já não vimos demais disso na vida? E o que esperar do tipo de humor do filme? Só faltava aparecerem umas piadas de pum, arroto e outras baixarias? Mas parece não haver outra opção...você arrisca.
Isso me aconteceu hoje. Pão-duro como sou, evito a todo custo pagar para ver uma coisa de que eu possa não gostar. Felizmente, o filme de hoje me agradou de verdade.A essa altura, já deve haver gente interessada em saber do que eu fiz e querendo que eu diga logo o nome da tal atriz. A enrolação acaba no próximo parágrafo.
Fugi das sessões hiperlotadas de Carros para conferir Separados Pelo Casamento. É a história de um casal, vivido por Vince Vaughn e Jennifer Aniston (é ela!), que se separa, mas segue vivendo sob o mesmo teto.
Adentrei o cinema achando que estava para assistir a mais uma comédia típica de Hollywood, cheia de situações engraçadas envolvendo o casal descasado. Disse a mim mesmo: tente aproveitar a sessão num outro nível, além das piadas. Isso não foi necessário, pois o filme, apesar de apresentar, de fato, situações divertidas, é mais focado no drama. Se pensarmos bem, esse é, de fato, o tom apropriado para a condução do filme. Temos duas pessoas que se amam e construíram uma vida juntas tendo um desentendimento sério e percebendo que nenhuma de suas ações para retomar seu romance dá resultado; eles não se entendem mais. Isso é muito triste. E as situações são bastante reais. Me senti envolvido pelo que acontecia.
As ótimas atuações colaboram para o telespectador sentir a história. Aniston está ótima como sempre. Não me canso de vê-la em cena desde que me tornei fã de Friends; eu a acho muito autêntica. Vince Vaughn também merece elogios por seu papel de "marciano" (veja o filme e entenda do que estou falando).
No fim das contas, um filme que eu não faria a menor questão de assistir no cinema se mostrou altamente recomendável. Separados Pelo Casamento foi uma ótima surpresa. Quanto a Carros, só pretendo vê-lo depois das férias, quando a procura estiver bem menor.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

ao amor ausente

Ah, meu amor,
por que não está agora ao meu lado?
Por que não sinto suas carícias e afagos, o melhor alívio por mim já encontrado para as atribulações do mundo lá fora?
Por que motivo não tenho seus braços envolvendo meu corpo no mais terno e acolhedor dos abraços?
Amor, quero seus doces beijos agora. Beijos quentes, úmidos. Extasiantes.
Desejo unir-me a você e celebrar nossa paixão da maneira mais intensa, mais sublime. Ao fim de tudo, desejo a impossibilidade de expressar por palavras a beleza do que fizemos juntos. Porque tudo já terá sido dito.
Você é digno do nome pelo qual o chamo...não me canso de chamar...
Meu amor...
Por que não está comigo agora?

terça-feira, 11 de julho de 2006

o final de Belíssima

Posso não ter acompanhado um único jogo da seleção na Copa, mas assisti ao último capítulo de Belíssima. Tendo em mente a máxima de que neste país todos adoram futebol e novela, vocês ainda podem me considerar, no mínimo, metade brasileiro.
O que caracteriza um típico final de novela? Resolução, às vezes apressada, de tramas intrincadas que se estenderam por meses; mistérios desvendados; o derradeiro castigo dos vilões, pondo termo ao sofrimento dos mocinhos, que selam sua união trocando um beijo apaixonado na última cena do folhetim. Não se fugiu muito desta receita em Belíssima, exceto por uma ou outra surpresa.
Para começar, um enorme clichê: o inescrupuloso André (Marcelo Anthony), acidentalmente alvejado por Bia Falcão (Fernanda Montenegro), a grande vilã da história, no capítulo anterior, tem seu sofrimento prolongado até Júlia (Glória Pires) visitá-lo no hospital. Lá, ele entrega todas as tramóias de sua mentora para chegar ao poder e diz a Júlia que sempre a amou. Bia desaparece da cidade, mas é encontrada pela polícia Junto com os oficiais está Vitória (Cláudia Abreu), que revela ser sua filha desaparecida. Bia consegue enganar os policiais e foge novamente, desta vez para fora do país.
Encerrado esse plot, vemos os finais felizes de personagens secundários. Aqui, o humor leve dá o tom. Até as velhas alegres - de ambos os sexos - têm seu momento de brilhar e encontram caras-metades. Algo que merece ser citado é o modo como todos descobrem o romance de Safira (Cláudia Raia) e o mecânico (Reynaldo Gianechini). Ver um prédio caindo devido a uma intensa conjunção carnal parece bizarro à primeira vista; porém, se pensarmos no esforço que os dois sempre fizeram para esconder seu caso, a coisa até funciona.
Em busca de lances significativos de fato, temos de avançar diretamente à última parte do capítulo, que se passa quase totalmente na Europa. Júlia vai a Grécia encontrar Nikos (Tony Ramos) - e temos aí imagens lindíssimas do país. O grego em princípio rejeita a mulher que ama, alegando que ambos vivem em mundos diferentes (será que existe alguém que nunca tenha visto isso antes?), mas é óbvio que os dois ficam juntos no final, com direito a "casamento grego" e tudo mais.
Após a cerimônia, somos levados a Paris, para saber de Bia Falcão. Em princípio, a megera parece estar sozinha num quarto de hotel. Ao fundo, Elis Regina cantando "As aparências enganam..." O espectador pode pensar que Bia vive em amarga solidão, mesmo tendo escapado da justiça. Contudo, não é bem assim: ela tem a companhia de um rapaz, e seus beijos. Final feliz para ela.
A próxima cena, a derradeira da novela, surge como resposta ao que acabamos de ver. De volta à Grécia e aos récem-casados Nikos e Júlia. Os dois trocam algumas palavras. Nikos diz algo como "mesmo com tudo de ruim, viver ainda vale a pena". Não me lembro das palavras exatas. Clichê, a frase? Pode ser. Mas tem um poder danado no contexto em que foi inserida.
Esta última seqüência foi a única capaz de oferecer brilho a um final de novela que, de outra maneira, teria sido medíocre, apenas "mais do mesmo". A repetição de fórmulas é minha principal queixa em relação aos folhetins atuais, ao lado da presença cada vez mais constante de pseudo-atores. Se algo sai do lugar-comum num meio em que raramente se resolve arriscar, mesmo que seja por um mínimo detalhe, e ainda provoca o espectador médio (como assim, bandido se dar bem no final?), não digo que todas as outras mesmices estão perdoadas. Apenas sorrio por dentro com o pequeno esforço do autor em fazer a noite do povão diante da tevê ter um momentozinho especial.

sexta-feira, 7 de julho de 2006

mad world

Anos 80, Tears For Fears. Sim, eu adoro.
Toda vez que ouço essa música, compreendo nitidamente este verso, prestando atenção ou não à letra:

"The dreams in which I'm dying are the best I've ever had."

Estive pensando sobre essas palavras...
Se o melhor sonho é aquele em que se morre, como são os sonhos usuais? Que noites essa pessoa vive?
Ou ainda: o que é a vida dela?

domingo, 2 de julho de 2006

zé carioca contra o goleiro gastão

Antes que ninguém mais agüente ouvir falar em futebol, peço licença para comentar uma história em quadrinhos que me veio à memória ontem e apresenta, como tema, essa grande paixão dos brasileiros.
Ela foi originalmente publicada em janeiro de 1961 na edição 479 da revista do papagaio e que, devido à estranhíssima iniciativa tomada pela Editora Abril de alternar a já existente revista do Pato Donald com uma nova publicação do Zé, vem a ser o primeiro número do gibi do malandro. Depois os títulos foram separados, mas mantiveram a numeração de Zé Carioca lá na frente.
Não sou velho a ponto de ter lido a publicação original, evidentemente. Foi pela coleção Anos de Ouro do Zé Carioca, de 1989, que tive acesso à leitura desse e de outros gibis antigos.
Detalhes editoriais à parte, vamos à história em si.
Seu título, "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão", parece dizer tudo: no caminho do artilheiro Zé, está o goleiro que ocorre ser o ganso mais sortudo do mundo. Mas convido o leitor a ir mais a fundo, envolver-se mesmo. Como o folgado do Gastão, avesso a qualquer atividade que envolva o mínimo de esforço, se torna o guarda-meta de uma equipe de futebol, cabe dizer, prestes a disputar uma final de campeonato contra o time do fenômeno Zé Carioca (este, sim, merece a alcunha)? Explica-se: após levar um "fora" de Rosinha, a eterna namorada do protagonista - porque nessa época os patos e os personagens da turma do Zé se encontravam com freqüência - numa festa, o primo do Donald decide procurar o presidente da equipe que enfrentará o papagaio e seus companheiros na final do campeonato. Para convencer o cartola a colocá-lo no time, o ganso dá uma prova de seus...talentos futebolísticos. Ele apenas se senta diante do gol e ordena que alguém chute em sua direção. A bola não entra, porque é atingida por um míssil balístico. Assim, a extraordinariamente chata sorte de Gastão o garante no time.
É preciso dizer que a final é dramática? Todo tipo de evento capaz de impedir Zé Carioca de fazer balançar as redes adversárias e é absolutamente improvável acontece. Afinal, é Gastão quem está sentado - sim, sentado - diante do gol.
O lance que coloca a equipe de Zé em desvantagem no placar é particularmente irritante. O papagaio mais uma vez se aproxima da área inimiga, onde pode-se ver o goleiro brincando com sua chuteira. No instante em que Zé chuta, Gastão atira o calçado por trás do ombro, atingindo a bola e propiciando um lançamento a um de seus atacantes, que invade a área e marca.
O time de Zé Carioca precisa apenas de um empate para se sagrar campeão, mas é impossível fazer a bola entrar quando, entre outros lances improváveis, a bola vai parar na rede que Gastão amarrou entre suas traves para tirar uma soneca.
No último minuto de jogo, o papagaio é derrubado na área. É a última chance de marcar. Zé põe a bola sobre a marca de pênalti - Gastão está trepado de cabeça para baixo no travessão -, toma distância, chuta no canto e...um terremoto faz com que as traves mudem de lugar e impede que a bola entre.
O juiz, entretanto, apita gol!, alegando que a bola teria entrado se a meta estivesse no local correto. Palavra de árbitro não se discute, e ele mesmo andava cansado da sorte do Gastão. Melhor para Zé e seus amigos, agora com um título para comemorar.
Uma história divertida, o detestável Gastão, cria do mestre Barks, sendo muito bem utilizado e entrando bem no final, como adoramos ver.
Abaixo, a capa de Zé Carioca 479, com uma amostra daquilo que o papagaio teve de enfrentar.

Os dados sobre a revista, bem como a imagem da capa, foram colhidos do site Inducks.

brésil 0 X france 1

Pois é, não é? A França eliminou o Brasil nas quartas-de-final de uma Copa. De novo. Para quem é jovem para lembrar ou por algum acaso ainda não ouviu nada a respeito, isso já havia acontecido em 1986, no México, o primeiro torneio mundial que acompanhei. E naquela ocasião deu para sofrer bastante: os franceses só levaram a melhor nos pênaltis.
Nem quero comentar a piada de 1998. Apenas digo que a atitude de considerar a Argentina nossa nêmese no futebol deveria ser repensada.
Não pude assistir ao jogo de ontem, ao contrário do que tencionava fazer. Minutos antes da partida, fui acometido pelo mal-estar psicólogico mais profundo de que posso recordar (ainda sofro, não adianta). Acabei cochilando em casa logo após o início do primeiro tempo. Pouco antes do intervalo, já estava de pé. Tomei um banho e acompanhei o restante da peleja pelo rádio até o final, sem me deixar abater pela eliminação iminente do time de nosso país - vocês me conhecem.
Ainda acompanhei a transmissão após o fato consumado para saber da ação de vândalos contra qualquer coisa que lhes aparecesse à frente. Que vexame, hein? Não apenas damos um valor excessivo a essa coisa de pátria de chuteiras, como também alguns de nós são maus perdedores. É melhor mesmo que o elenco estrelado, porém apagado, do Brasil volte de mãos abanando. Torcedores fanáticos não mereciam comemorar título algum.
Agora é voltar à vida uma semana antes do esperado. Veja, temos eleições daqui a três meses.

sábado, 1 de julho de 2006

brésil x france...j'ai une surprise pour vous!!

Anuncio a quem interessar que assistirei ao jogo de hoje, em local ainda não definido. Mas não se enganem: minha opinião extremamente crítica sobre a seleção brasileira não mudou em uma única vírgula. Prestigiarei a partida de logo mais unicamente pelo caráter lúdico e social da coisa - trocando em miúdos, para curtir com amigos.
Espero que os dois times façam uma boa apresentação, de modo que a diversão seja completa. Afinal de contas, é certo que Galvão Bueno me proverá ótimas gargalhadas com suas habituais asneiras.

Atenciosamente, moi.