domingo, 20 de junho de 2010

zíper na boca e o primo do bach

Para relembrar o meu tempo no Coral Unicamp Zíper na Boca, que fez um concerto especial para comemorar seus 25 anos de atividades (e que eu fiquei morrendo de vontade de assistir...)
Em tempo, Johann Ludwig Bach foi primo de Johann Sebastian Bach, e não um dos seus muitos filhos, como eu havia dito anteriormente. #fail


Por Danilo Demori

achei esses dois links de duas peças maravilhosas de outros tempos do Zíper.
Para os Ziperianos novos e antigos, curtam bastante...


Johann Ludwig Bach - Das ist meine Freude



Johann Ludwig Bach - Unsere Trübsal (nota minha: esta saiu do repertório do coro antes de eu começar lá. uma pena!)


sexta-feira, 4 de junho de 2010

nur wer die sehnsucht kennt (tchaikovsky)



Música de Pyotr Illyich Tchaikovsky
Peoma de Johann Wolfgang von Goethe


(Ficamos devendo o nome do solista...)


Nur wer die Sehnsucht kennt

Nur wer die Sehnsucht kennt,
Weiss,was ich leide!
Allein und abgetrennt
Von aller Freude,
Seh ich ans Firmament
Nach jener Seite.

Ach!der mich liebt und kennt
Ist in der Weite.
Es scwwindelt mir,es brennt
Mein Eigenweide.
Nur wer die Sehnsucht kennt,
Weiss,was ich leide!

Só quem já sentiu saudade

Só quem já sentiu saudade,
Quanto sofro há de entender:
Sozinha aqui, longe vivo
De todo e qualquer prazer.
Nos céus meu olhar fixado,
Um só lado quer rever.
Ai! Quem me ama e de mim sabe
Mui distante foi viver.
O tempo todo estonteada,
As entranhas a me arder:
Só quem já sentiu saudade,
Quanto sofro há de entender!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

leonel brizola vs. rede globo

Infelizmente, não tivemos ainda grandes homens públicos que se manifestassem de maneira tão clara e sem restrições ao poder de manipulação da Rede Globo quanto o falecido Leonel Brizola, político que, não por acaso, tem péssima reputação entre o público mais conservador, ou simplesmente não muito bem informado.

Brizola havia sido exilado pelo regime militar. De volta ao Brasil, foi candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1982. Seu favoritismo era inegável, menos para a Globo, que apontava a vitória do candidato pró-regime militar. A empresa que apurou os votos na eleição tinha em seus quadros pessoas ligadas ao regime, e os resultados quase foram fraudados. No fim, a farsa foi descoberta, e Leonel Brizola foi eleito. A Globo foi acusada de participar do caso. (*)

A perseguição da emissora a Brizola prosseguiu por muitos anos. Mas o político não fugiu da luta, e durante seu segundo mandato como governador do Rio, conseguiu um direito de resposta contra a Globo por um ataque particularmente feroz. O direito de resposta foi lido durante o Jornal Nacional, por ninguém menos que o próprio Cid Moreira, a voz mais marcante que já passou pelo JN. E a Globo foi obrigada a proferir a verdade a respeito de si mesma e de seu dono, Roberto Marinho em rede nacional - pela primeira e, até então, única vez.







(*) Saiba mais: leia sobre o caso Proconsult e confira o trabalho de apuração dos fatos, muitos anos depois.

expansão sp: cada vez melhor?

Ah, resolvi compensar a falta de posts por aqui trazendo o texto que publiquei no blog desabafo_sp para cá.


Expansão SP: cada vez melhor?


O Expansão SP é, segundo o próprio governo do Estado, o maior programa de investimento em transporte público jamais realizado em São Paulo. Prometia novas estações, novas linhas e renovação da frota, tanto no Metrô quanto na CPTM.

Os esforços para promovê-lo foram expressivos. Cada novo trem em circulação era anunciado com alardes em todas as estações. Até agoora, porém, somente algumas linhas receberam s novos desde então, mais destacadamente a linha 2 do Metrô, que cruza a Avenida Paulista, e a linha 9 da CPTM, paralela ao Rio Pinheiros. (Esta última teve estação reformada sendo inaugurada como nova, dias atrás.)

Não parou por aí. Linhas e estações cujas obras sequer haviam começado a ser construídas eram anunciadas, não só em grandes cartazes nos trens, mas na televisão. Conexões entre trem e metrô que mal haviam deixado a fase de projeto eram alardeadas como solução próxima.

A realidade é bem outra. O ritmo das obras é lento, marcado por constantes atrasos. Na linha 4 do Metrô houve, no mesmo ano de 2007, um grave acidente, que matou sete pessoas, e um erro de cálculo no projeto que fazia com que túneis não se encontrassem. A linha teve o início de operações prometido para o início deste ano, mas ainda não há previsão para o início do transporte de passageiros. Mesmo assim, só duas estações seriam abertas, em princípio.

E a linha 5, que deveria ligar bairros do zona sul de São Paulo a linhas que cruzam o centro, está empacada desde 2002, data de inauguração de seu trecho inicial (Capão Redondo-Largo 13). A primeira estação a ser entregue em anos deve ficar pronta em 2011, segundo o Metrô, que já chegou a prometer a linha inteira operando em 2012. Até lá, na zona sul só se expandem os congestionamentos.

Desnecessário dizer que a situação nos trens continua bastante problemática. O metrô de São Paulo é o mais lotado do mundo. Que o digam os usuários da Linha 3, que atende a superpopulosa zona leste, onde o Expansão SP só chegou em anúncios e um programa chamado “Embarque Melhor”, totalmente indigno do nome. Nada muito diferente se observa na CPTM: trens antigos, superlotados e constantes atrasos de partidas, mesmo em finais de semana.

O que o governo de São Paulo tem feito ainda é muito pouco para os moradores de São Paulo e cidades vizinhas se deslocarem a trabalho ou lazer com alguma velocidade e um mínimo de conforto.

A propaganda paga pelo contribuinte engana e quer vencer pela insistência.

jornal nacional

Já se vão mais de quarenta anos desde que a primeira edição do Jornal Nacional foi ao ar. Desde então, outras opções de noticiários se apresentam na televisão e fora dela e mesmo a audiência do telejornal está em constante queda. Ainda assim, o noticiário da Globo ainda constitui a fonte de informação mais familiar a grande parte dos brasileiros.

O fato de uma única emissora ter a "preferência" - moldada pelo simples costume - de tantos espectadores como principal fonte de informação e, de forma consciente ou não, formadora de opinião já é extremamente chamativo por si só. Em se tratando de um canal de TV com o histórico da Rede Globo, que apoiou o regime militar e tantas outras forças ligadas ao que há de mais atrasado no país, o caso é realmente de assustar.

Assim como a Globo está longe de "sobrar" em qualidade em relação a outras emissoras, o Jornal Nacional não é em nada superior ao que é apresentado em matéria de jornalismo na TV aberta. Sob sua fachada séria e respeitável, em poucos instantes de transmissão revela-se um jornalismo fraco e repleto de vícios.

Os âncoras lêem as notícias de maneira rápida. A assimilação de todas elas exige extrema atenção e boa vontade do telespectador: um movimento em falso e perde-se algo. Na verdade, a sobreposição de manchetes, sem maior aprofundamento, compromete em muito sua assimilação.

(Não é de admirar que a mudança no penteado da apresentadora repercuta mais que qualquer notícia.)

Também não há uma sequência lógica de apresentação das notícias: à menção ao último incidente na política internacional, pode se suceder uma manchete digna de um Planeta Bizarro.

Mas ainda é jornal, ao menos no nome, então sempre há matérias de maior destaque. São, via de regra, temas que permitem a exploração sentimentalista, como crimes e tragédias naturais, mas há outras opções. Tentaremos falar um pouco de cada uma delas.

O jornal carrega no melodrama em casos que rendem comoção do público. Se alguém morre, veremos choro. Se foi assassinato, veremos alguém clamando por justiça. E tome extensa cobertura, repórteres e repórteres falando, mesmo sem nada acrescentar ao assunto, por dias a fio, até o fim ou completo esquecimento do caso. O dito padrão Globo só não permite mostrar sangue.

Quando o JN permite a "discussão" de temas controversos, ele o faz de forma rasa e manipulativa. Um lado tem mais voz que outro, e a opinião do telespectador menos atento ao fim da matéria é aquela que a Globo quer que ele tenha.

Há espaço para o denuncismo, também. O jornal não hesita em repercutir acusações publicadas na revista Veja, que está longe de merecer qualquer crédito em matéria de isenção e seriedade. Tais denúncias quase sempre carecem de confirmação (ora, é a Veja). Ao fazê-lo, a Globo se firma como a grande representante da mídia conservadora e tendenciosa, já que jornais e revistas semanais têm público bem mais restrito.

Neste ano eleitoral, uma sucessão de "crises" e "escândalos" sem fundamento já foi ventilada, em tentativa desesperada de emplacar ao menos um fato negativo que pudesse afetar os rumos da campanha, levantando o moral de seu candidato preferido.

Grande é o destaque do jornal para competições cuja transmissão é monopólio da emissora, como a Fórmula 1 e grandes campeonatos de futebol locais ou aqueles em que a seleção brasileira venha a participar. Na cobertura desta Copa do Mundo, a pieguice e o ufanismo elevados à última potência; o sucesso nesse torneio se torna questão de vida ou morte.

Via de regra, o futebol tem espaço garantido no último bloco. O único espaço realmente definido no jornal vai para o efêmero entretenimento. Enquanto isso, no Brasil e no mundo...bem, tente se lembrar de algo relevante visto no JN depois que ele termina e a novela começa.

Raso, sensacionalista, parcial, alienante: eis os adjetivos que descrevem o Jornal Nacional. Que sua audiência mantenha a tendência em queda e ele seja relegado à insignificância que merece. Por um horário "nobre" mais digno do nome, e pela maior diversidade de visões sobre nós mesmos.

Para encerrar de vez o assunto, aqui vai: um jornal que tenha tornado o nascimento da filha de Xuxa a manchete do dia não inspira a menor credibilidade. E tenho dito.