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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

o filme deu origem à série. peraí, a série é o próprio filme!

E lá vamos nós descer a lenha na emissora mais assistida do país de novo. "Nossa, você gosta de descer lenha na Globo, hein?" Gosto mesmo! Enquanto ela der trela e fizer o telespectador de trouxa - e continuará fazendo - critico com gosto.
Semana passada a tevê dos Marinho anunciou e exibiu uma série brasileira inédita, o Bem-Amado. Pensei comigo, nossa, será que refilmaram a série original, nessa onda de remakes? Notei que o papel de Odorico Paraguassu era de Marco Nanini, como no filme exibido recentemente nos cinemas. Até aí, não achei nada de mais. Então, durante a semana, me aparece a bomba, via Twitter: a série que a Globo exibiu É o filme. Um filme exibido ao longo de quatro dias.
E essa semana tem mais: o "filme seriado" da vez é Chico Xavier.
Oi, responsáveis pela programação da rede Globo. Não sou especialista em audiovisual, mas tenho uns toquezinhos para dar. Filme não é série. Sabiam dessa? Não dá pra serializar uma obra que foi pensada como algo contínuo. Ao final de um episódio de uma série de verdade - a própria Globo já fez séries, estão lembrados? - deve haver algo chamado gancho, ou cliffhanger, se a expressão do inglês for mais de seu agrado. Sabe o que o gancho faz? Captura o espectador, incentiva-o a voltar para mais. Um filme não precisa necessariamente de ganchos. Não dá para brincar de fazer "plim-plim" no meio de um filme e dizer "não perca amanhã...", como se estivessem chamando um intervalo de vinte e quatro horas. O telespectador pode até voltar no dia seguinte, afinal ele começou a ver o filme (ops, pra vocês é série) mesmo, mas não é a experiência de ver uma série de verdade. Pode até ser meio enfadonho.
E por que serializar logo o filme do Chico Xavier, disponível em qualquer barraquinha de camelô pra ver inteirinho, a hora que quiser, sem ter de esperar até o fim da semana pra saber como termina? Imagina, vejo o "primeiro capítulo" do filme hoje e no dia seguinte arranjo uma cópia dele em DVD. De um dia para o outro, sou um telespectador a menos. E se eu a emprestar pra alguém, ou fizer uma nova cópia, é menos gente ainda dependendo da boa vontade da Globo pra ver o resto da "série".
Por que não passar o filme inteiro de uma vez? Seria a resposta um certo reality show? Será que depois de ver aquilo, a emissora acha que vão aceitar ver qualquer coisa, até uma fração de filme por dia?
Ou a Globo não quer audiência, ou está fazendo essa audiência de trouxa.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

o casamento de lisa simpson

O nome de Lisa Simpson está nos Trending Topics do Twitter nesta manhã. De início achei que se tratava de alguma celebridade instantânea homônima, mas uns dois cliques logo trouxeram esclarecimento e alívio: era a Lisa "correta". O que deixou este nerd saudosista contente de verdade e ainda motivou este post foi saber o motivo da referência. O dia de ontem foi o dia do hipotético casamento de Lisa, num futuro alternativo retratado no episódio da sexta temporada de Os Simpsons chamado, bem, O Casamento de Lisa. (clique para ver o "convite")

Hoje sequer me lembro de que os Simpsons ainda estão no ar com episódios inéditos - a série simplesmente não me atrai mais, seu tempo passou. À época do episódio em questão, entretanto, valia, e muito, a pena aguardar pela nova situação inusitada que a família iria viver.

A estréia de O Casamento de Lisa para o grande público brasileiro em tempos de TV a cabo pouco difundida - "legal" ou não - e com a internet ainda engatinhando foi no SBT. Sim, os Simpsons passaram pela emissora de Silvio Santos, e mais surpreendente, ia ao ar durante as noites de terça e quinta, fazendo o horário nobre ser digno do nome por um instante. O ano da primeira exibição do episódio foi 1997 ou 1998, não me lembro ao certo.

Durante uma feira renascentista, Lisa persegue um coelho branco (insira simbologia de sua preferência) e acaba encontrando a tenda de uma vidente, que lhe mostra o ano de 2010, data de seu possível casamento. O noivo é um inglês, fino, rico e educado, o total oposto dos Simpsons. Lisa sente vergonha de apresentá-lo à família, esperando um desastre que em muito se confirma. No dia do casamento, Hugh, o noivo, diz que os dois se mudarão para a Inglaterra e os Simpsons não poderão visitá-los. Lisa diz que não pode abandonar sua família e que Hugh não entende seu amor por eles, abandonando-o no altar.

Há no episódio um equilíbrio entre humor e emoção que o torna memorável. Conhecer o destino dos personagens da série nesse futuro alternativo garante boas gargalhadas. Por outro lado, a história do casamento que não se realiza é muito bem contada. A decisão de Lisa não soa óbvia, no sentido de ser gratuita: há diálogos interessantes dela com Homer e com Marge que justificam plenamente o fato de que ela simplesmente não poder deixar sua família para trás.

Ma minha opinião, é um dos melhores episódios de Os Simpsons.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

leonel brizola vs. rede globo

Infelizmente, não tivemos ainda grandes homens públicos que se manifestassem de maneira tão clara e sem restrições ao poder de manipulação da Rede Globo quanto o falecido Leonel Brizola, político que, não por acaso, tem péssima reputação entre o público mais conservador, ou simplesmente não muito bem informado.

Brizola havia sido exilado pelo regime militar. De volta ao Brasil, foi candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro, em 1982. Seu favoritismo era inegável, menos para a Globo, que apontava a vitória do candidato pró-regime militar. A empresa que apurou os votos na eleição tinha em seus quadros pessoas ligadas ao regime, e os resultados quase foram fraudados. No fim, a farsa foi descoberta, e Leonel Brizola foi eleito. A Globo foi acusada de participar do caso. (*)

A perseguição da emissora a Brizola prosseguiu por muitos anos. Mas o político não fugiu da luta, e durante seu segundo mandato como governador do Rio, conseguiu um direito de resposta contra a Globo por um ataque particularmente feroz. O direito de resposta foi lido durante o Jornal Nacional, por ninguém menos que o próprio Cid Moreira, a voz mais marcante que já passou pelo JN. E a Globo foi obrigada a proferir a verdade a respeito de si mesma e de seu dono, Roberto Marinho em rede nacional - pela primeira e, até então, única vez.







(*) Saiba mais: leia sobre o caso Proconsult e confira o trabalho de apuração dos fatos, muitos anos depois.

jornal nacional

Já se vão mais de quarenta anos desde que a primeira edição do Jornal Nacional foi ao ar. Desde então, outras opções de noticiários se apresentam na televisão e fora dela e mesmo a audiência do telejornal está em constante queda. Ainda assim, o noticiário da Globo ainda constitui a fonte de informação mais familiar a grande parte dos brasileiros.

O fato de uma única emissora ter a "preferência" - moldada pelo simples costume - de tantos espectadores como principal fonte de informação e, de forma consciente ou não, formadora de opinião já é extremamente chamativo por si só. Em se tratando de um canal de TV com o histórico da Rede Globo, que apoiou o regime militar e tantas outras forças ligadas ao que há de mais atrasado no país, o caso é realmente de assustar.

Assim como a Globo está longe de "sobrar" em qualidade em relação a outras emissoras, o Jornal Nacional não é em nada superior ao que é apresentado em matéria de jornalismo na TV aberta. Sob sua fachada séria e respeitável, em poucos instantes de transmissão revela-se um jornalismo fraco e repleto de vícios.

Os âncoras lêem as notícias de maneira rápida. A assimilação de todas elas exige extrema atenção e boa vontade do telespectador: um movimento em falso e perde-se algo. Na verdade, a sobreposição de manchetes, sem maior aprofundamento, compromete em muito sua assimilação.

(Não é de admirar que a mudança no penteado da apresentadora repercuta mais que qualquer notícia.)

Também não há uma sequência lógica de apresentação das notícias: à menção ao último incidente na política internacional, pode se suceder uma manchete digna de um Planeta Bizarro.

Mas ainda é jornal, ao menos no nome, então sempre há matérias de maior destaque. São, via de regra, temas que permitem a exploração sentimentalista, como crimes e tragédias naturais, mas há outras opções. Tentaremos falar um pouco de cada uma delas.

O jornal carrega no melodrama em casos que rendem comoção do público. Se alguém morre, veremos choro. Se foi assassinato, veremos alguém clamando por justiça. E tome extensa cobertura, repórteres e repórteres falando, mesmo sem nada acrescentar ao assunto, por dias a fio, até o fim ou completo esquecimento do caso. O dito padrão Globo só não permite mostrar sangue.

Quando o JN permite a "discussão" de temas controversos, ele o faz de forma rasa e manipulativa. Um lado tem mais voz que outro, e a opinião do telespectador menos atento ao fim da matéria é aquela que a Globo quer que ele tenha.

Há espaço para o denuncismo, também. O jornal não hesita em repercutir acusações publicadas na revista Veja, que está longe de merecer qualquer crédito em matéria de isenção e seriedade. Tais denúncias quase sempre carecem de confirmação (ora, é a Veja). Ao fazê-lo, a Globo se firma como a grande representante da mídia conservadora e tendenciosa, já que jornais e revistas semanais têm público bem mais restrito.

Neste ano eleitoral, uma sucessão de "crises" e "escândalos" sem fundamento já foi ventilada, em tentativa desesperada de emplacar ao menos um fato negativo que pudesse afetar os rumos da campanha, levantando o moral de seu candidato preferido.

Grande é o destaque do jornal para competições cuja transmissão é monopólio da emissora, como a Fórmula 1 e grandes campeonatos de futebol locais ou aqueles em que a seleção brasileira venha a participar. Na cobertura desta Copa do Mundo, a pieguice e o ufanismo elevados à última potência; o sucesso nesse torneio se torna questão de vida ou morte.

Via de regra, o futebol tem espaço garantido no último bloco. O único espaço realmente definido no jornal vai para o efêmero entretenimento. Enquanto isso, no Brasil e no mundo...bem, tente se lembrar de algo relevante visto no JN depois que ele termina e a novela começa.

Raso, sensacionalista, parcial, alienante: eis os adjetivos que descrevem o Jornal Nacional. Que sua audiência mantenha a tendência em queda e ele seja relegado à insignificância que merece. Por um horário "nobre" mais digno do nome, e pela maior diversidade de visões sobre nós mesmos.

Para encerrar de vez o assunto, aqui vai: um jornal que tenha tornado o nascimento da filha de Xuxa a manchete do dia não inspira a menor credibilidade. E tenho dito.

sábado, 3 de abril de 2010

os simpsons - o peixe de três olhos


Os episódios dos Simpsons que fizeram a fama do seriado e realmente merecem ser lembrados estão lá atrás, nas primeiras temporadas. Este de que falarei agora é do segundo ano do show.
Bart fisga um peixe de três olhos nas proximidades da usina nuclear da cidade, propriedade do sr. Burns. O fato ganha a mídia e motiva uma inspeção do governo do estado-onde-fica-Springfield. Devido à série de normas de segurança que a usina ignora, Burns é obrigado a reformá-la. Para se livrar da conta, ele tem uma ideia, estranhamente inspirada por Homer: candidatar-se ao governo. Mas é preciso livrar-se do episódio do peixe, coisa que Burns consegue, graças a sua equipe de campanha. O bicho ganha até um apelido carinhoso, Piscadela.
Na campanha, Burns é o típico candidato de uma nota só: brada contra "o que está aí" e na realidade seu único "projeto" são seus objetivos pessoais. Sob a imagem cuidadosamente construída por seus assessores, ele é um plutocrata que odeia os próprios eleitores de quem quer o voto. Nem mesmo ele engole suas próprias histórias, como dito no episódio.
Uma peça fantástica, que muito mostra sobre política em pouco mais de vinte minutos de exibição. Temas como construção e destruição da imagem de pessoas públicas, critério de escolha de candidatos - fará por mim ou fará por todos? - estão lá. (Só faltou a mídia tomar partido...)
Simpsons em excelente forma é televisão em excelente forma. Uma pena o seriado estar longe de seus grandes dias.
Assista antes de votar, e cuidado sempre com o "sr. Burns" da vez.







quarta-feira, 5 de agosto de 2009

informação?

Esta noite, o Jornal Nacional anunciou, à sua maneira, a descoberta do que pode ter sido o primeiro vertebrado a voar sobre esta terra, o pterossauro. Fez parte do corpo de pesquisadores por trás do feito em questão um brasileiro, o que deve justificar a manchete em pleno noticioso entre-novelas. Foram mencionadas técnicas recentes que permitiram dizer bastante sobre o animal, contemporâneo dos dinossauros mas não necessariamente um deles. Foi possível afirmar, por exemplo, que ele não tinha pêlos, nem penas, nem escamas, mas um revestimento cutâneo próprio cujo nome me fugiu. Mas a informação que de fato justificou este post foi outra, e incompleta, por sinal. Foi dito que é mais difícil encontrar fósseis de animais que voam, mas de tal maneira que parecia se fazer uma afirmação totalmente elementar. Bem, de elementar isso não tem nada. E eu quero saber o porquê da mencionada dificuldade, coisa que a Globo não estava a fim de esclarecer. Alguém?

domingo, 17 de maio de 2009

x-men: evolução

Quinze anos atrás, o então novo desenho dos X-Men me pegou em cheio. Eu tinha catorze anos e queria começar a acompanhar coisas menos "infantis". Os mutantes caíram como uma luva. Eles não apenas eram super-heróis, mas também eram obrigados a encarar o preconceito de quem não os entendia. A idéia me parecia sensacional. A Escola para Jovens Superdotados, Magneto e o ideal de supremacia mutante, Genosha - ilha onde mutantes eram escravizados -, os terríveis robôs sentinelas...a variedade de superpoderes...eu vibrava horrores. E nem me importava com pérolas como "eu convoco o poder total da tempestade" e outras bobagens amarradas aos personagens à guisa de personalidade, como a chatice da Jubileu, a Vampira metida a gostosona e as falas afetadíssimas da Tempestade - como se vê no exemplo acima, ela invocava os elementos climáticos como uma bruxa desvairada.
Enfim, eu me divertia e a coisa ainda me ajudou a tornar o "nerd" de hoje.
Hoje, muito por acaso, vi um pedacinho do "novo" desenho dos mutantes, Wolverine e os X-Men e quase morri de tédio. Mais do mesmo a vida toda. Sentinelas, molde-mestre, irmandade de mutantes, mutações como óbvia metáfora para minorias - e adolescentes -, protagonistas rasos cuja "personalidade" se desvenda em uma única frase, além da evidente megaexposição de Logan, como o próprio título da produção atual supõe.
Essas coisas servem para formar gerações de novos fãs (mais gente para dar dinheiro à franquia) e só. Eu caí nessa há quinze anos, outros cairão agora. Mas, por enquanto, é até perdoável eles acharem tudo o máximo; o senso crítico apurado que venha com o tempo. Só peço que não deixe de vir, por favor!, ou seria melhor continuar lá na seção infantil pro resto da vida.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

um assunto pendente

A ilha não me permitiu ficar calado, sabe?
Mais de um mês se passou desde que assisti ao final da temporada de Lost - o tradicional episódio duplo com taquicardia e adrenalina dobradas - e só agora, que o AXN encerrou o quarto ano da série, eu me disponho a falar um pouquinho a respeito. Quanto a isso, sou obrigadoa admitir: aquela última cena trouxe uma revelação bombástica demais para o meu gosto. Perto dela, aceitar o primeiro flashforward da série, um ano ano atrás, foi fichinha. Mesmo. Mas o tempo dá jeito em tudo, em Lost inclusive, e hoje "aceito" melhor o grande chamariz para a quinta temporada, a ser exibida no longínquo ano de 2009, quando um punhado de coisas passará a fazer mais sentido, e outras tantas continuarão um mistério...
Não adianta, eu amo esse programa.


Está me amadurecendo a idéia de um mega review da quarta temporada. Idéias, idéias. Torçam para que se concretize!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

não é que de vez em quando...

...aparece coisa boa (ou, no mínimo, razoável) de onde menos se esperaria?
Para quem ainda não sabe, desde segunda-feira, Chapolin está de volta à programação do SBT. O horário é 13:15. O senão é que há emissoras da rede que exibem programação local nesse momento. Aqui em São Paulo as risadas estão garantidas, mas, em outras cidades, as únicas opções para matar as saudades do "Vermelhinho" são o Youtube e os sites de fãs. Ou suas gravações caseiras...
Outra do tio Silvio: a chamada para Grey's Anatomy é sensacional. Sabe por quê? Normalmente o estilo brega do SBT me enoja um tanto, mas neste caso, vem bem a calhar. "Compra a novela americana com a novela brasileira", diz a locução - a série vai passar às quintas, logo após Pantanal. Novela! Eu nunca assisti e nem pretendo, mas convenhamos, Grey's é isso mesmo. Só o intervalo entre os capítulos é que é mais longo e, por isso, a história quase sem fim dura longos anos, em vez de longos meses.

terça-feira, 24 de junho de 2008

a filosofia de seu madruga (com breves comentários)


(Se você não admite que se fale de Chaves, sinceramente não sei o que está fazendo por aqui.)


"Não há nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar."

Apud um programa de televisão a que o velho pai da Chiquinha assistiu. O mestre - como, aliás, não surpreende - distinguia com sabedoria o trigo do joio na imprensa, e nos transmitia somente o melhor.

"Não existe trabalho ruim! O ruim é ter de trabalhar."

Não é preciso ser sábio para entender que esta lição não exclui a anterior. Trabalho, todos devem ter um, mas é impossível amá-lo, ou odiá-lo, durante cem por cento do tempo. Caso contrário, algo está muito errado!

"Na vida temos que sacrificar algumas coisas para conseguir outras."

Serve como justificativa para deixar de pagar o aluguel e para muitas outras situações práticas.


"Atores vemos...costumes não sabemos!"

Aqui o mestre se manifesta contra o culto às celebridades tão comum em nossos dias.

"Para o amor, não há barreiras! Todas se rompem!"

Sim, ele também versou sobre o amor. Como aconteceu com a maioria dos grandes nomes do pensamento humano, aqui as palavras de Madruga foram mal interpretadas, e ele acabou agarrado por Dona Clotilde.

"A vingança nunca é plena: mata a alma e a envenena."


Não somente uma grande lição de vida praticamente auto-explicativa, mas também um aforismo belamente construído - note-se a rima rica.

"As pessoas boas devem amar seus inimigos."

Madruga não usava de palavras difíceis em seus ensinamentos, dada sua origem humilde. Isso não impedia, contudo, que suas mensagens não tocassem fundo. Que o diga Dona Florinda, que após saber que o dito acima foi proferido por seu tradicional rival, não teve escolha senão a de louvar sua sabedoria, num dos momentos mais tocantes de todo o seriado.


E tenho dito! Se eu lembrar de mais pérolas, edito o post :)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

confirmed dead (comentário sobre o episódio de lost desta semana)


Não é algo que eu faço normalmente, mas este review que escrevi para a comunidade do Orkut Lost Brasil ficou tão bacana (ou seja, longo?) que veio pro blog também. Caia fora imediatamente se não quer ler spoilers!



E aqui estou, após ter assistido ao episódio duas vezes.
Pra começar, tenho de admitir uma coisa: pela primeira vez, desde que comecei a acompanharLost, a quantidade de perguntas não respondidas me incomodou. Um pouco, mas incomodou. Eu estava com um amigo quando vi o episódio pela segunda vez, e na parte em que Charlotte encontra o esqueleto do urso polar, após explicar pro meu brotha (rs) que o símbolo da Estação Hidra estava na coleira do urso, eu disse, "agora quero ver explicar como esse urso foi parar aí", ao que meu amigo respondeu, "se é que vão explicar". Então eu temi, pela primeira vez, por uma possível ausência de respostas, talvez para muitas das coisas estranhas que já vimos. Sei que Lost é um drama, com elementos de ação, ficção e etc., e mais do que tudo quero saber qual vai ser o destino de cada personagem, Oceanic 6 ou não, mas acho que seria muito feio não dar respostas a certas coisas, como por exemplo, à pergunta do Locke sobre o monstro. Para essa e muitas outras, eu não quero um "I don't know".
Pois é, minha fé na ilha sofreu um leve abalo hoje...

Queixa registrada, continuemos...bem, o pessoal que jogou Find 815 - não é meu caso, a propósito - deve ter ficado satisfeito com as referências ao game. Será que perdi muita coisa? E que equipe arrumaram para essa missão de "resgate", não? De todos, o quase-piloto do vôo 815 é o mais normalzinho (o que era aquela vaca?), e o oriental "caça-fantasmas" é o cara da vez para odiar. Pessoas com poderes como o dele não costumam ser retratadas com um temperamento diferente, mais pacífico? Sem contar que eles têm fotos do Desmond, do Ben...estão fazendo coleção ou o quê? rs
E Matthew Abaddon é um dos "bad guys", só pode. No que depender dele, ninguém nem pensa em procurar a ilha. Medo.
No mais: o helicóptero que todos esperavam desde Greatest Hits chegou à ilha. A saber quem vai embarcar nele pra ir para casa, se é que é ele mesmo o veículo de fuga dos Oceanic 6.
E o Ben? Se daqui em diante Lost entrar numa trajetória descendente inimaginável (já bati na madeira não sei quantas vezes; quem está lendo até agora, por favor, faça o mesmo) ainda vai valer a pena continuar assistindo só por ele. Mas que personagem. Nem sozinho e amarrado ele perde a venenosa lábia. E ainda me deixa na maior das dúvidas: dizendo o que sabe sobre o pessoal do helicóptero, ele está agindo no sentido de manipular todo mundo, como de costume, ou ele está mesmo com medo e simplesmente quer sobreviver?
No geral: um episódio inferior à estréia, com o problema de "ah não, perguntas demais" muito à vista, mas com bom ritmo e qualidade bem superior ao abismal Stranger in a Strange Land. Que venha The Economist...

domingo, 3 de fevereiro de 2008

o princípio do fim (calma, gente)

Lost voltou nesta última quinta para os norte-americanos e os fãs de outras partes do mundo incapazes de esperar um segundo a mais pela estréia da quarta temporada; como é de se supor, faço parte, com muito orgulho, do último grupo citado. O episódio estava disponível na internet, já com legendas, no final da madrugada do dia 31 para o dia primeiro, horas depois de sua exibição no canal ABC, e antes que a manhã acabasse, já estava bonitinho em meu computador - assisti duas vezes. Ponto para a tecnologia que tornou isto possível - transmissão de dados veloz - e sinceros agradecimentos à legião de fãs doentes encarregados da tradução das falas de cada personagem, da inserção de legendas no vídeo original e também - quanta coisa! - da "quebra" do arquivo em diversas partes para facilitar o download.
Quanto ao episódio em si, mantenho-me fiel à minha política de não divulgar spoilers - fáceis demais de serem encontrados pela rede - e digo que o retorno cumpriu a (enorme) expectativa deste lostmaníaco. Aquele espectador ávido por respostas imediatas pode se desapontar, contudo. Fatos novos são introduzidos, confirmando alguns rumores divulgados pela internet (sempre ela).
O seriado agora toma um rumo sombrio, conseqüência lógica dos eventos finais da temporada anterior, a saber, a morte de Charlie e a iminente chegada à ilha de pessoas cujos interesses são incertos. Começa aqui a preparação de terreno para o famigerado flashforward que mostrava Jack e Kate fora da ilha, mas longe de terem seus problemas resolvidos. Como é de Lost que estamos falando, neste primeiro episódio são apresentadas novas e curiosíssimas peças de um quebra-cabeças ainda distante de ser plenamente elucidado.
Os longos meses de abstinência chegaram ao fim. Isso é uma excelente coisa. Mas isso não torna mais fácil esperar a semana seguinte por mais um episódio novo em folha. E ainda essa greve de roteiristas em Hollywood, que promete, até o momento, cortar a quarta temporada ao meio.
O que será de mim quando Lost acabar? Estou completamente viciado. O dia em que decidi assistir ao episódio piloto pela primeira vez foi o começo do meu fim.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

eu convoco o poder total da tempestade!

Dá pra acreditar que esta frase, mais do que digna a figurar no rol de coisas mais toscas já proferidas por personagens fictícios em todos os tempos, não tinha nenhuma ocorrência no Google até agora? Bem, acabei de mudar isso.
Ouvir a Tempestade invocando os elementos ao usar seus poderes era uma das coisas mais duras de agüentar no desenho dos X-Men dos anos 90, que passou por um bom tempo na Rede Globo.
E falando nisso...
Sabe o que me faria convocar o poder total da tempestade? A nulidade chamada Big Brother Brasil, atualmente em sua oitava edição. Sempre que isso volta ao ar, eu penso: há ainda interessados no programa da casa cheia de gente vazia? Mas todos os potenciais espectadores devem se fazer a mesma pergunta e, em vez de usar o bom senso, voltam a dar ibope para a coisa, perpetuando a máxima "é ruim, mas como tem quem veja, vai continuar". E sempre há quem alegue falta de opção...sabe, pessoas a quem a alternativa desligue a televisão não foi apresentada.
E, pelo que andei lendo, BBB está garantido até o ano de 2011, no mínimo. Até lá, vamos ver se manifesto poderes climáticos...mas dispenso o discurso empolgado da Tempestade do desenho: a tevê já tem chatonildos de sobra.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

a globo pode?

Alguém mais já reparou que, em transmissões em rede nacional - por exemplo, pronunciamentos oficiais, como o de Lula, agora há pouco -, o sinal da Rede Globo, e somente o dela, está sempre defasado em relação ao de outras emissoras? Coisa de um segundo, mas o atraso existe; é algo de que estou ciente desde garoto. Qual o motivo disso? Quem é o "culpado" por essa falta de sincronia?

sábado, 10 de novembro de 2007

silêncio

Ainda há pouco, surpreendi-me com a notícia da morte de Helena Samara, aos 71 anos, por falência múltipla dos órgãos. E pouquíssimos sabem quem ela é.
É questão de ligar o nome a uma voz. Helena era dubladora, uma profissional competente numa área ingrata e mal reconhecida. (Aliás, um dia faço uma lista de profissões valorizadas neste país, só para me decepcionar amargamente com o resultado.) Entre seus trabalhos, pode-se citar a Mamãe de Futurama, e deve-se listar, sobretudo, seu mais conhecido personagem: a Dona Clotilde, a Bruxa do 71 do incontestavelmente clássico Chaves, que diverte gerações de brasileiros, crianças de agora e as já crescidas, há mais de vinte anos.
Uma triste perda, e o fato de não ser notícia que ganhe o devido destaque a torna ainda mais lamentável.
A seguir, uma lista de alguns dubladores também falecidos, cujas vozes fizeram parte do encantamento de séries, desenhos e filmes que nos deslumbraram, sem se importarem em ficar "escondidos" atrás de personagens muito mais celebrados que eles jamais seriam.

Newton da Matta - Bruce Willis em diversos filmes; morto em 2006
Marcelo Gastaldi - Chaves, Chapolin, Charlie Brown; 1995
Mário Vilela - Seu Barriga, Nhonho
Aldo César - Bender (Futurama); 2001
André Filho - Superman (dublagem original dos primeiros filmes) e filmes mais antigos de Sylvester Stallone; 1997
Older Cazarré - Zé Colméia, Dom Pixote, Homem Fluido (Os Impossíveis), Jaiminho (Chaves); 1992
Olney Cazarré - Pica-Pau, Hadji (Johnny Quest); 1991
André Luiz "Chapéu" - Brutus (Popeye), Tigrão (Ursinho Puff)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

patch adams no roda viva

Meu primeiro contato com esse simpático senhor e seu trabalho, a que o rótulo "medicina humanizada" pode parecer pouco eficaz, como é comum quando se rotula, mas não deixa de ser um começo.
Todo mundo deveria ter visto a entrevista de ontem. Todo mundo mesmo. Adams dá palestras por universidades mundo afora; porém, no meio acadêmico as pessoas pensam a todo momento - ou deveriam fazê-lo - então talvez seu discurso humanitário, aquele que vai além da já mencionada humanização nas relações médico-paciente, não seja tão impactante como na televisão.
O choque causado pelo doutor começa pela sua indumentária: brinco em forma de garfo, camisa florida e calças vermelhas largas como as de palhaço. Que ninguém se engane com esse ar bufão: mesmo em momentos mais descontraídos, a fala de Patch Adams é contundente. Ele inicia criticando o filme baseado em sua vida, estrelado por Robin Williams, que reduz seu trabalho à máxima "rir é o melhor remédio". A cinebiografia pode ter aumentado, e muito, as contribuições financeiras a seu hospital modelo nos Estados Unidos, onde se atende de graça, mas não passa de uma, digamos, hollywoodianização de seus ideais.
E o médico com cara de palhaço se revela um grande provocador. Ele afirma que a indústria farmacológica é nefasta, que os grandes hospitais não são nada além de grandes instituições comerciais/financeiras. O sistema de saúde norte-americano exclui automaticamente 50 milhões de pessoas porque elas não possuem dinheiro.
Adams não se restringe à medicina, uma vez que a mudança de atitude que ele exige dos médicos deve valer para todos. E os petardos continuam. Noventa por cento dos americanos não pensa. As três pessoas mais ricas do mundo possuem renda igual à das 48 nações mais pobres. Torcer por multimilionários jogadores de futebol é uma lastimável perda de tempo - ele se referia ao football, mas nada impede de aplicarmos isso ao "nosso" soccer. Pessoas ricas que nada fazem além de se exibir são completamente vazias. Ele nos exorta várias vezes à questão da Amazônia.
Patch Adams: o capitalismo é a pior coisa que já aconteceu ao mundo!!!
A televisão fica pequena e tímida diante das idiossincrasias do doutor. Ele não tem controle. Fala palavrões e põe convidados e entrevistadores a cantar. Em certo momento, levanta-se da cadeira, arregaça as pernas da calça para mostrar o personagem que interpreta ao apartar - com sucesso em 100% dos casos, segundo ele próprio - brigas entre pessoas que nunca havia visto. Sim, aquelas desentendimentos para os quais qualquer outro ser humano dá as costas. É a revolução de Adams.
Em cada gesto, em cada palavra, a segurança de quem acredita no que está fazendo, que é possível um outro mundo, baseado em fraternidade, cordialidade, amor incondicional, em vez deste nosso corroído pela ganância por poder e dinheiro, e há fome e miséria ali ao lado.
E se todo mundo tivesse visto essa entrevista...todo mundo mesmo...e repensasse a vida...por que não?

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

sabores americanos

Se quiséssemos listar, como exercício, as contribuições mais relevantes de cada civilização majoritária de nossa história ao mundo tal como o percebemos, e encontrássemos dificuldade em definir o legado cultural dos Estados Unidos - talvez o último grande império -, uma boa resposta seria fornecida pela estigmatizada imagem que temos do norte-americano médio, aquele um tanto obeso, estirado no sofá diante de sua televisão grande, empanturrando-se com bebidas e petiscos dos mais calóricos já imaginados.
Olhos fixos nessa imagem, atentaríamos às citadas guloseimas, possivelmente devido à lembrança de seu aroma: todas essas comidas que os americanos criaram, ou popularizaram, tão conhecidas e, mesmo que seu consumo regular não seja recomendável para uma alimentação saudável, devoradas mundo afora.
Refrigerantes, sorvetes, batatas chips, cachorros-quentes. Alimentos cujas histórias podem ser conferidas no programa Sabores Americanos, atração das noites de quarta-feira (21:00) no History Channel. Depoimentos de profissionais da indústria alimentícia e estudiosos, acrescidos da apresentação de uma cronologia com os fatos mais relevantes relativos à produção e à venda de cada produto (um por semana), tornam o programa um registro curioso sobre algo que os americanos definitivamente ensinaram o mundo a fazer como nenhum povo antes: consumir coisas não necessárias pelo mais puro prazer.

Então, logo a seguir, assiste-se ao Álbuns Clássicos, com os melhores trabalhos de Queen, Pink Floyd, The Who, Elton John, e pode-se pensar que a principal contribuição da Inglaterra ao mundo foi a música popular de grande qualidade. Mas isso é outro capítulo de história.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

a escotilha foi reaberta


Deve fazer pouco mais de uma hora que assisti ao final da terceira temporada de Lost. É, não deu pra esperar pela AXN, não. Tinha companhia e os últimos episódios - na verdade, um episódio duplo - baixados da net e mandei ver. Atrasei janta, banho (nesse frio!), enfim, parei tudo, como já tem sido costume para Lost, como nunca antes havia acontecido para nada na televisão. E...
Olha, não gosto de spoilers, evito todos sempre e a todo custo; seguindo esta lógica, não vou soltar nenhum aqui.
O que posso dizer é que não faltam emoção e tensão, como cabe à série. Estoura o grande confronto entre os sobreviventes e os Outros, pessoas inevitavelmente morrem, e no final...os escritores conseguiram. Conseguiram "abrir uma escotilha novamente". Falo assim porque, como ao final da primeira temporada, estamos diante de uma situação sobre a qual é praticamente impossível adivinhar e acertar na mosca sobre o que virá a seguir. No último episódio da temporada anterior, claro, bastante coisa ficou em aberto, mas era evidente que os até então bastante misteriosos Outros mostrariam mais as caras, e os dentes. Mas agora, hoje, ao pensar na série, só consigo pensar: o quê?
Lost até agora:
1a. temporada - adaptação à ilha
2a. temporada - a escotilha
3a. temporada - os Outros
4a. temporada - um enorme ponto de interrogação
A série está totalmente em aberto. A sensação é de que se parte para um novo começo. Num primeiro instante, as questões e conjecturas sobre os personagens e a ilha parecem não fazer mais tanto sentido. E falta muito, muito mesmo, para um novo episódio aparecer - fevereiro de 2008, nos EUA - e nos arrastar de volta àquele mundo que às vezes dá vontade de xingar, mas do qual nós, fãs fanáticos, não podemos mais deixar de ficar sem, não até o final definitivo, daqui a três anos. Final que não faço a menor idéia de como será. E isso faz parte do encanto, do arrebatamento da série.

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É a quarta vez que cito Lost diretamente neste blog. ;)

segunda-feira, 7 de maio de 2007

lost tem seu final marcado!

Acabei de ler. Olha, adoro a série e coisa e tal, e é exatamente por isso que estou vibrando com a notícia. Se os produtores se mantiverem fiéis à data estipulada, maiores são as chances de a série passada na ilha mais louca do mundo ter um final consistente e digno de seu enorme sucesso. Além disso, uma hora, tanto mistério sem resposta cansa. Impossível manter o interesse simplesmente atirando novos enigmas ou adiando soluções para os anteriores. As coisas precisam acabar um dia. Quando o final chegar, quero ter saudades de Lost como um todo, não somente das temporadas mais antigas.

terça-feira, 13 de março de 2007

perdido!

Calma, não estou passando por nenhuma crise de identidade. É que ontem finalmente tive meu primeiro contato com o tão badalado seriado Lost. Vi os três episódios iniciais e achei interessante o bastante para continuar assistindo.
A menos que ontem à noite eu tivesse me tornado um grande detrator da série, creio que não compensaria me alongar muito comentando seu início. O show está atualmente em sua terceira temporada na TV paga, os fãs brasileiros mais ardorosos aguardando a estréia do talentoso Rodrigo Santoro. Mesmo quem acompanha Lost pela Rede Globo vê agora - ou terminou de ver recentemente, não sei ao certo - seu segundo ano. Telespectadores apaixonados, esses capazes de esperar acordados até o horário esdrúxulo que a emissora reservou para o seriado. Continuando, não me aprofundarei muito em minhas considerações sobre o seriado, mas também não posso deixar de registrar as palavrinhas que de costume vêm-me à mente após uma peça de entretenimento que me tenha chamado a atenção. Vamos a elas. Há bastante mistério na série, envolvendo a queda no avião, aquela que pode se chamar a "vida passada" de alguns de seus passageiros e praticamente tudo que se vê ou não na ilha. O modo fragmentado como a história é contada, seja por meio de flashbacks, seja ilustrando uma mesma cena sob diferentes ângulos, deixa o suspense sempre no ar, mantendo o interesse do telespectador. Claro, em algum momento serão exigidas algumas respostas, e a sobreposição de enigmas sem solução pode cansar, mas, para este início, está bem e, ao menos por enquanto, Lost justifica o hype. A idéia de pessoas perdidas numa ilha misteriosa soa batida, mas o desenvolvimento inicial da trama realmente atrai. E lá vou eu me perder em mais um universo ficcional.