terça-feira, 29 de maio de 2007

ego e nada mais

A verdade é que ninguém se importa. Não existe nada além do próprio nariz. É irrelevante a quem quer que seja se você está concentrado em sua leitura, se fumaça de cigarro é fumaça, se aquele som incomoda. Um esbarrão na rua não é motivo para se desculpar com alguém. A pessoa à frente, ou logo atrás, tem pressa e pronto.
(...)

águas rasas

Há uma música, obscura mas legal, chamada What I Am, gravada por Edie Brickett, que contém os seguintes versos, já traduzidos livre e literalmente para o nosso belo idioma:

Afogue-me nas águas rasas
antes que eu vá muito fundo

Faz sentido, isso, pra alguém? Porque, para mim, fez hoje...e até agora, não era mais que umas palvavras opostas entre si colocadas numa mesma frase pra...pra quê? Mas hoje, como dito, fez sentido. Até demais. É que enxerguei uma relação dos versinhos com meus próprios pensamentos, anseios, percepções, etc. Que gente varrida!, eu e quem fala de mim.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

todos latino-americanos!

Do UOL, pelo Reuters.

"A empresa de pesquisa Datanalisis mostrou que quase 70 por cento dos venezuelanos são contra o fechamento (da emissora RCTV), mas a maioria citou a perda das novelas favoritas como motivo, e não preocupações com a limitação da liberdade de expressão."

amores perdidos

Choremos os amores perdidos...lamentemo-nos pelo que jamais se repetirá. Não se repetirá, a não ser assim, em flashes diante de nossos olhos dos tantos beijos, das carícias que bem podiam ter nos percorrido indefinidamente, difícil seria saber se era o tempo ou o corpo que jamais acabava. Ainda agora, sentimos aquele abraço nos apertar, e é só a triste lembrança de que aqueles braços não mais tornarão a envolver-nos. Repassemos as promessas que não se fizeram cumprir, as verbais e as mais eloqüentes que palavras. Que o digam estas lágrimas...sim, pranteemos os amores perdidos, por tão difíceis de serem apagados da memória, e do corpo. Choremos o que se foi e vamos sair à procura de novas paixões, sob as quais pesarão as terríveis incertezas, que as decepções, as perdas, as lágrimas, podem voltar a surgir, mas nada podemos fazer a esse respeito, amor não é algo que assim se rejeite buscar, encontrar quem sabe, é ainda pior viver sem esperança de achá-lo. Em que pese ao temor da perda.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

douglas adams tem algo a dizer sobre mim...

"Na verdade, estou começando a agir de forma bastante estranha, ou talvez não esteja realmente começando a agir estranhamente, mas começando a agir de uma forma que é estranhamente diferente das outras formas estranhas como eu realmente ajo."

terça-feira, 22 de maio de 2007

quem

Mas quem livrará o homem daquilo que é mais que ele pode suportar? Quem será capaz de pôr em seus lábios as palavras que lhe garantirão a bem-aventurança? Em verdade, qualquer pequena graça ser-lhe-ia o maior dos gozos, tamanha é sua atribulação.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

de não dormir

Triste mal é a insônia. Querer, mais que tudo, dormir e não ser capaz de. Pois o sono é o descanso do mundo. Livrar os ombros, ter afrouxados cabrestos, aplacar chamas. Para despertar e tudo de novo outra vez, renascido. Basta recolher-se ao leito e cerrar os olhos. Não para o insone. Mas há algo pior que a incapacidade. A impossibilidade. A obrigação de permanecer em vigília. Ter de manter desperto um corpo que precariamente sustenta erguidas as pálpebras, quando todo o resto está por se entregar. Afinal, para que mostrar esses olhos vermelhos...? Vive mal quem perde o sono, qualquer seja o motivo - embora os que o fazem forçados vivam das piores torturas. São horas que não se deveriam suportar.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

amador

Sou novo no amor. Recém-iniciado. Por esse motivo, faz-se por bem relevar minha nítida inabilidade ao tocar no referido assunto. Mas urge falar de amor, urge falar, uma vez que antes calava-me justamente por não haver comentários.
Amar, amar é muito fácil. È que é natural. Porque não se esquece. Tudo, a todo momento, lembra-me o amor. Palavras, gestos, cores, formas, odores, aromas. Estimulem-me e tragam-me a presença do amor à mente. Até totais desconhecidos o fazem. Em parte porque o amor me era um desconhecido também. Em parte que há ainda pequeno vestígio daquela inquietação antiga, de uma busca quase invariavelmente inglória, que a beleza externa de quem passava me fazia lembrar em dor. E agora? Tenho o que preciso, o que os olhos trazem não me angustia, não inquieta, não faz buscar outro, mas me conforta: tenho o amor de que preciso.
Se pareceu pouco é porque mal comecei.

hein?

Quisera eu demolir as pedras desta caverna a que estou confinado a fim de permitir à luz do sol invadir tudo. Quem disse que deveríamos nos emparedar, afinal?
"Calaboca bixinha. Tah kerendo pagar de gatchynha pra cima da bunitaki? Tah bowa? Chupa kiridjinha"

terça-feira, 15 de maio de 2007

viver em dúvida

Ao ser humano, a dúvida. Tendo se tornado tão inteligente, capaz de pensar, medir suas decisões, essa maravilha da natureza, o Homo sapiens sapiens (a repetição é para afastar dúvidas?) adquiriu ampla, às vezes quase covarde, vantagem sobre qualquer outro animal nesta Terra para lidar com o novo. Penso, logo existo, e se me adapto, sobrevivo, e sobrevivo bem. Mas a tal capacidade de raciocínio pode ser uma maldição. Pois existe sempre a possibilidade de, raios, as escolhas seguidas se revelarem as mais erradas e, racionais que somos, é provável nos fixarmos no "e se...?" a ponto de temer decidir sobre qualquer assunto, do mais corriqueiro ao mais vital.
Viver em dúvida por acaso é viver? Quem é bem-sucedido na vida, humano ou não, corre riscos. É ousar para ser feliz.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

com o papa veio o frio

A chegada do chefe de Estado do Vaticano e suprema autoridade da Igreja Católica promete alterar a rotina dos paulistanos, fiéis - praticantes e afastados - ou não. E coincidiu com uma abrupta mudança no clima que derrubou a temperatura agradável dos últimos dias em muitos graus. É como se o tempo quisesse se adequar ao visitante. Um absurdo, evidentemente; uma pessoa, por mais influente que seja, não nos obriga a tirar do armário as vestimentas mais pesadas, mas por que não aproveitar a circunstância para pensar sobre esta ilustre vinda?
Bento XVI, o papa, não é das pessoas mais carismáticas. Convenhamos! Na comparação com seu antecessor, João Paulo II, homem vigoroso e de fala mansa - ao menos, até começar a definhar até o triste fim diante de nossos olhos - o visitante de hoje perde feio. O pontífice atual, na realidade, é mais lembrado por suas declarações de cunho conservador, daquelas que confirmam a muitos de nós o quão distante está o pensamento da cúpula católica em relação à realidade do mundo (evita-se o uso do adjetivo "mundana" para não causar falso entendimento).
Aí chegamos a um ponto interessante. O número de católicos vem caindo, e os que abandonam o rebanho do papa não necessariamente se tornam evangélicos, como se poderia supor, mas também escolhem outras crenças distintas, ou simplesmente não seguem mais religião alguma. Seja qual for o caso, temos uma situação em que o catolicismo tenta melhorar sua imagem. E um dos motes da visita de Bento XVI a nossas terras é a canonização de Frei Galvão. Sim, um santo brasileiro, e ainda por cima o primeiro deles. Um belo golpe de marketing. Mas o dito popular está correto, já que esse santo de casa não fará milagre algum. As posições da igreja continuarão as mesmas. O pessoal do Congresso disposto a levar adiante um plebiscito sobre a legalização do aborto vai ouvir a sua. Idem para os "fomentadores da promiscuidade" que levam educação sexual a alunos pré-adolescentes e distribuem preservativos por aí a quem quiser usá-los.
Papa no Brasil é megaevento, uma benção a quem a toma como tal. Contudo, mesmo parando o trânsito e provocando comoção coletiva à maneira, digamos, de um popstar, a igreja é a mesma de sempre, que ninguém se engane. E isso não é uma crítica. Cada um tem suas crenças. Os chefes católicos possuem suas próprias convicções e, baseados nelas, tomam decisões sobre a instituição que governam. Com certa frieza, pode-se notar.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

pedra

Tenho uma pedra no bolso de minha blusa favorita. Minhas intenções, evidentemente, são belicosas. Quero meu melhor arremesso. Meus inimigos, aqueles que desejo atingir, não possuem rosto definido, ou mesmo um traje em comum que os defina como tais; suas atitudes identificam-nos. Faz-se desnecesssária uma observação mais atenta, não há disfarces, camuflagens sob as quais enxergar. Assim, toda minha concentração volta-se para a pedra que agora manuseio. Sinto sua aspereza enquanto a faço caminhar sob meu punho cerrado, cócegas nos dedos e na palma da mão. Ela, a pedra, é suja, recoberta de areia que já foi também rocha e de poeira incapaz de me contar sua vasta história, da qual prender-se em meus dedos é mero apêndice numa biblioteca de volumes sem conta. A pedra abandona minha mão. Ou antes eu a abandono, não sei qual direção ela toma, não a vejo, a fim de não me denunciar. Jamais saberei se minha odiosa vontade se concretizou.

lost tem seu final marcado!

Acabei de ler. Olha, adoro a série e coisa e tal, e é exatamente por isso que estou vibrando com a notícia. Se os produtores se mantiverem fiéis à data estipulada, maiores são as chances de a série passada na ilha mais louca do mundo ter um final consistente e digno de seu enorme sucesso. Além disso, uma hora, tanto mistério sem resposta cansa. Impossível manter o interesse simplesmente atirando novos enigmas ou adiando soluções para os anteriores. As coisas precisam acabar um dia. Quando o final chegar, quero ter saudades de Lost como um todo, não somente das temporadas mais antigas.

terça-feira, 1 de maio de 2007

compra de vagas

Que o caminho para estudar numa universidade conceituada é mais fácil para os endinheirados, é fato incontestável. Mas as notícias divulgadas ontem sobre um esquema de compra direta de vagas em faculdades de medicina, públicas e particulares - o valor praticado por uma cadeira nas primeiras seria mais elevado - mostram em nossa já terrível realidade um lado ainda mais sombrio.
Feita a devida articulação, alunos já matriculados em escolas de medicina prestariam vestibular novamente em nome dos filhos de quem os contratou para tal, pela quantia de seis mil reais. Quantia que, se bem pensarmos, não é grande coisa para esses bem nascidos. Não há espaço para ética na mente desses criminosos, e vemos uma suja perpetuação de privilégios. Sem contar que o profissionalismo de tais futuros médicos, tanto mercadores quanto consumidores de vagas, é desde logo altamente questionável.

?

Que aconteceu? Antes você falava mais...sempre arrumava alguma coisa pra dizer, com esse seu jeito meio diferente de dizer...mas agora...nem isso!
O que está errado? É algo de que você não esteja disposto a falar? E que, nesse esforço doido de deixar a coisa guardada, nada mais sai?
...
Fez um dia tão bonito hoje.