sexta-feira, 30 de março de 2007

clima

Dia quente e seco, como nos piores momentos do inverno. Aqui nas redondezas, o céu, próximo ao horizonte, apresenta uma camada de tom acinzentado, a qual, entretanto, não é tão pronunciada quanto a já habitual faixa de gases poluentes observada em outros pontos da cidade. Uma névoaparece encobrir os pontos mais distantes que a vista alcança. Aqui dentro, a garganta seca e dá vontade de tossir.
O vilão da vez, dizem, é o ozônio. Proteção contra os raios solares mais nocivos ao ser encontrado na atmosfera superior, é perigoso poluente quando ao alcance de nossos narizes. Pode ser, em princípio, meio difícil acreditar que um composto formado exclusivamente de oxigênio sejaassim nocivo, mas é mais pura verdade.
Em São Paulo, uma das maiores concentrações de ozônio se encontra no Parque Ibirapuera - justamente onde se poderia imaginar que estaríamos livres desse tipo de problema. A atitude mais saudável é evitar a prática de atividades físicas nas horas mais quentes do dia e rebater o calor com a ingestão regular de líquidos.

quarta-feira, 28 de março de 2007

atestado

Sou tolo por ansiar um animal de estimação e por enternecer-me apenas de imaginar suas festinhas mudas.
Sou tolo por recusar - quase com veemência - as obviedades do mundo que se me oferecem e estão ao alcance de um clique.
Também torna-me tolo querer músicas suaves ao ouvido antes de adormecer, como um ritual em que se oferecem as maiores bênçãos.
E que dizer da insensata mania de olhar para o céu?
Tolo, sempre fui. E sempre o soube. Antes, contudo, não sabia definir a essência de minha tolice.
Agora, é tão claro - e isso não sei se me faz sentir melhor.
Sou tolo em meu ideal de que cada estímulo captado pelo corpo encontre ressonância na alma.

terça-feira, 27 de março de 2007

Triste aquele incapaz de esquecer quem nunca amou.

segunda-feira, 19 de março de 2007

fim de semana na praia, parte 2

18/3

Notaram que, de um certo momento em diante, o texto de ontem fica poser?
Acorda cedo quem dorme cedo. Antes das oito já estava desperto. O céu continuava fechado, mas havia uma vaga promessa de que o tempo poderia melhorar.Perto das dez, praia. O sol bem que tentou se impor, mas era complicado vencer aquelas nuvens. Pelo menos havia mais claridade. Bom para as fotos. Até permiti que me tirassem uma, de costas, staring at the sea.
A água já não trazia tantos galhos e folhas à costa, mas a espuma amarela persistia. Novamente me recusei a molhar mais que os pés.Antes do meio-dia deixei a praia louco para cair na piscina do lugar onde nos hospedamos. Mas a água estava fria, fria...
Uma da tarde. Hora de pegar a estrada. Arrisquei uns cliques na subida da serra. Se eu tivesse me sentado no lado esquerdo do carro, teria feito mais e mais belas fotos.
Foram duas horas até chegar em casa. Fui correndo ao micro descarregar fotinhas. Algumas ficaram tão escuras. No geral, porém, um registro bacana.
A viagem acabou. Hora de voltar às divagações e encanações rotineiras. Uma delas tem nome e endereço, e com elas tenho de acertar as contas essa semana...mas, vão me perdoar o clichê, isso é outra história.

domingo, 18 de março de 2007

fim de semana na praia

17/3

Hoje estou em Suarão. É um bairro da cidade litorânea de Itanhaém, São Paulo. Suarão. Nunca gostei desse nome, desde criança. Evito até pronunciá-lo. Nem é nome. É um verbo. Suar. Futuro do presente, terceira pessoa do plural. Como isso virou o nome de um lugar?
Eu nem queria vir, sabe. Ontem choveu a noite inteira. E o dia começou nublado. Podia ficar em São Paulo, sozinho. Curtir. Mas vim pra praia fria. Ao menso, a natureza proporcionou umas paisagens bacanas durante a viagem. Represa e mata, fica bonito até sem sol. E neblina na serra, então? Pena eu não ter fotos. Só aqui embaixo, parado, para tirar algumas.
Praia fria é praia vazia. Bonita também. Mas a água estava tão suja. Folhas e galhos e mais vestígios de chuva, e o pior: uma espuma amarela, pegajosa. Espirrava e ficava na areia. Enxergá-la fazia mal. Apenas molhei os pés e senti a brisa nas orelhas.
A igreja do bairro é bonitinha. A torre chama atenção da estrada. Mas árvores próximas impedem uma boa foto frontal do templo.
Fim da tarde, fui à vizinha Peruíbe. Garoa - mais frio - pé de serra e casas chiques. Praia vazia e céu carrancudo continuaram rendendo bons cliques.
Volta ao bairro de nome estranho, voltinha noturna. Músicas populares, feira de bugigangas. Cidadezinha qualquer.
O passeio, até agora, não foi perdido. Graças, em parte, a meu mais novo hobby, fotografia. Amanhã subimos de volta, à tarde.

sexta-feira, 16 de março de 2007

dois em um

(título sem leituras ocultas - os textos são independentes entre si.)

São almas incompreendidas, incompreensíveis, sem terem quem as decifre as mais recônditas necessidades. São únicas, solitárias em sua unicidade.

***

Sempre olhei para vocês esperando primeiramente atenção, depois o suave ar de compreensão e, por fim, o doce alento. Em vocês repousava minha única chance de redenção: como quis que me dissessem, você não é feio por dentro! Jamais o disseram. Jamais o dirão, não da maneira que por tempos aguardei...será que ainda aguardo? Feriram-me e nem sequer sabem disso, feriram-me com uma chama lancinante, a dor que senti, nunca poderei esquecê-la, nada a fará parar, mesmo quando ela não se fizer presente. A tocha foi acesa e o fogo jamais se extinguirá. Quero culpá-los pelo que me aconteceu, chegar-me a cada um de vocês e chamá-los seres da mais pura maldade. Sou humano, sempre busco culpados, sempre busco punição, mas a este caso talvez não se aplique. As coisas são. A chama arde. Em vocês, ela me consome.

terça-feira, 13 de março de 2007

perdido!

Calma, não estou passando por nenhuma crise de identidade. É que ontem finalmente tive meu primeiro contato com o tão badalado seriado Lost. Vi os três episódios iniciais e achei interessante o bastante para continuar assistindo.
A menos que ontem à noite eu tivesse me tornado um grande detrator da série, creio que não compensaria me alongar muito comentando seu início. O show está atualmente em sua terceira temporada na TV paga, os fãs brasileiros mais ardorosos aguardando a estréia do talentoso Rodrigo Santoro. Mesmo quem acompanha Lost pela Rede Globo vê agora - ou terminou de ver recentemente, não sei ao certo - seu segundo ano. Telespectadores apaixonados, esses capazes de esperar acordados até o horário esdrúxulo que a emissora reservou para o seriado. Continuando, não me aprofundarei muito em minhas considerações sobre o seriado, mas também não posso deixar de registrar as palavrinhas que de costume vêm-me à mente após uma peça de entretenimento que me tenha chamado a atenção. Vamos a elas. Há bastante mistério na série, envolvendo a queda no avião, aquela que pode se chamar a "vida passada" de alguns de seus passageiros e praticamente tudo que se vê ou não na ilha. O modo fragmentado como a história é contada, seja por meio de flashbacks, seja ilustrando uma mesma cena sob diferentes ângulos, deixa o suspense sempre no ar, mantendo o interesse do telespectador. Claro, em algum momento serão exigidas algumas respostas, e a sobreposição de enigmas sem solução pode cansar, mas, para este início, está bem e, ao menos por enquanto, Lost justifica o hype. A idéia de pessoas perdidas numa ilha misteriosa soa batida, mas o desenvolvimento inicial da trama realmente atrai. E lá vou eu me perder em mais um universo ficcional.

quinta-feira, 8 de março de 2007

histórias minhas

Tenho esta estranha situação com histórias. Eu as adquiro, na forma de gibis ou livros, num ritmo mais rápido que aquele em que posso lê-las. Conseqüentemente, possuo sempre uma pilha de leituras pendentes. Já quanto às minhas histórias, as que brotam de meu cérebro, idéias para elas surgem inesperadamente, e dificilmente as escrevo como imagino, porque isso simplesmente não me ocorre. Ao retomar o famoso fio da meada, sei como recomeçá-las, mas não me recordo das passagens anteriores com detalhes, e algumas coisas brilhantes acabam ficando para trás, lá onde se guarda o que foi esquecido e só pode ser reencontrado por acaso.
O segundo caso é fácil de resolver. Farei resumos das idéias para minhas histórias grandes. Quando houver tempo, desenvolvo-as. A pilha "a ler", por outro lado, creio que existirá sempre. Coisa de leitor voraz e, bem, um tanto enrolado. Hoje leio mais e melhor que no passado, quando o papel começou a se acumular, mas já há tanto livro e gibi à minha espera que jamais direi, preciso comprar alguma coisa pois simplesmente não tenho o que ler!

domingo, 4 de março de 2007

foto e texto não relacionado

(registros de um dia quebrado)


E hoje me disseram que fico bem de azul. Agora há pouco, na verdade.

Ainda bem que só falam comigo em português. Minha mente, porém, não pára.

sexta-feira, 2 de março de 2007

olhe para o céu!

Sábado tem eclipse...detalhes aqui. Evento cósmico para nós, tão pequeninos.

a tv diz compre

A Polishop é uma espécie de herdeiro do Grupo Imagem, só que aparenta ser bem maior que o eterno vendedor das Facas Ginsu e do Ambervision, entre tantas outras maravilhas. Além das costumeiras inserções nos intervalos comerciais de emissoras, a nova rede possui canal próprio, que anuncia, o dia todo, ofertas disponíveis apenas por televendas. A mesma exaltação ao consumismo invade também os "buracos" na programação, especialmente no período matutino. de canais fechados: são os famigerados infomerciais.
Se algo incomoda na televisão, a menos que se trate de alguma atração realmente ofensiva, o correto é mudar de canal. Por isso, não cabe aqui criticar mais essa modalidade de comércio. Televenda é coisa antiga, por sinal. Uma das razões de ser do SBT de Silvio Santos é vender ao povão Telesenas e carnês do Baú da Felicidade. Muitas mulheres já sonharam em parecer-se com a atriz da novela; se não é possível uma semelhança física, ao menos podem-se comprar suas roupas e acessórios. E as garotinhas (algumas nem tanto...) que queriam todos os produtos da Xuxa?
Claro, as máquinas de fazer suco que nada desperdiçam e a frigideira do George Foreman são as estrelas da Polishop, vendendo-se sem intermediários famosos e estampando seus respectivos preços e formas de pagamento, como se estivéssemos diante de uma vitrine correta. Mas elas apenas mostram a realidade com menos sutileza.
Televisão vende. Sempre vendeu. Mesmo seu programa favorito pode ter, hoje em dia, dentre os muitos produtos licenciados com sua marca, uma caixa de DVDs com seus grandes momentos, para ter para sempre e assistir quando quiser. Sem intervalos comerciais. Não que seja possível livrar-se deles. Novos shows aparecem a todo momento, precisando de sua audiência, a qual atrairá anunciantes, que mantem o programa no ar com seu dinheiro. E anunciantes precisam vender, sabe? Que outros comprem: relaxe em sua poltrona e ignore o supermercado virtual. Caso não resista à coceira no bolso, nada de pânico: ao menos com a Polishop, se não ficar satisfeito, eles garantem a devolução de seu dinheiro.