sábado, 28 de maio de 2011

marcha da liberdade

A Marcha da Liberdade rolou, apesar da ameaça de proibição que pairou sobre ela, como de fato havia sido proibida a Marcha da Maconha, cuja dura e arbitrária repressão pela polícia foi a motivação imediata - mas não a única - da manifestação de hoje. Proibida ou não - no final, o governador e os policiais cederam, desde que não houvesse "apologia" ao uso de drogas - as pessoas estiveram lá, muita gente mesmo, ouvi falar em cinco mil participantes. E eu fui um deles, acompanhei boa parte da marcha; parei de só ficar agitando no Twitter.
Seguem algumas poucas fotos (tiradas do celular...) da concentração no vão livre do Masp e pouco antes da saída da marcha propriamente dita.

Minutos depoois da minha chegada, muita gente já ali reunida. Famílias com crianças presentes: a manifestação é pacífica

"Policial, os nazistas também 'só' cumpriam ordens" - Alguns dos cartazes empunhados durante a Marcha foram feitos na hora

Contra a homofobia: presentes. Havia um cordão policial enorme em frente ao Masp, mas não houve problemas para chega à concentração

Alguém pode responder?


"Mais amor, por favor" "Ei polícia, vem me defender"


Uma clássica frase pela liberdade de expressão e manifestação


Todos devem saber do caso do estudante que foi morto dentro da USP. Para estes manifestantes, pôr PM lá dentro não resolve. E eu concordo


...


Olha a Soninha (ex-Soninha para alguns...) marcando presença e dando uma entrevista


As pessoas começavam a sair para a marcha. Nunca antes vi tanta viatura junta. Por que, para a polícia, acompanhar uma manifestação é sempre estar preparada para o pior?


Para ficar claro que todos ali queriam marchar em PAZ

Acho que "eles" entenderam

A Marcha foi pela Paulista, desceu a Consolação - com uma pausa em frente ao cemitério da Consolação para lembrar a morte dos líderes camponeses José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, esta semana - e foi até a Praça da República, sem nenhum incidente grave.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

vídeo - entre rios

O que hoje conhecemos como o município de São Paulo surgiu numa colina, entre dois rios. Um ponto estrategicamente isolado por proteções naturais, ideia dos indígenas que o colonizador surrupiou. Por anos São Paulo viveu de seus rios. No final do século 19, a necessidade mudou: São Paulo tinha de crescer. E os rios se tornaram empecilhos ao modelo de crescimento que havia sido adotado. Foram transpostos, canalizados, enterrados. Nas proximidades de suas antigas margens, junto a seu antigo leito, construções imponentes, valorizadas. E para os rios, ia o esgoto. Mas eles, os rios, já estavam isolados, ninguém se importaria. E assim São Paulo foi crescendo, mais e mais. Logo surgiram outros rios no caminho. Mas estes não se comparavam aos anteriores: eram imensos, faziam curvas, possuíam muitos metros de largura mesmo quando não chovia. Formavam paisagens maravilhosas. Foram também canalizados, e suas antigas várzeas se tornaram atraentes para os negócios imobiliários. E isso mesmo com nossa grande invenção, as enchentes. E como São Paulo já havia crescido tanto, as distâncias a percorrer se tornaram também grandes. O escolhido para vencê-las permitia também excelentes possibilidades de negócios: era o automóvel. E assim, parcial ou totalmente, os rios deram lugar a grandes avenidas para os automóveis andarem depressa. Ora, São Paulo crescia, e não podia parar. E essa lógica segue inalterada até os dias atuais.

Sobre isto e mais um pouco trata o vídeo a seguir, entitulado Entre Rios. Que sistema estamos alimentando quando achamos que precisamos de um carro porque o transporte público não presta ou mudar para um novo apartamento num condomínio que oferece inúmeras opções de lazer? As escolhas que os governantes fazem são exatamente aquelas que as empreiteiras e a indústria automobilística mais querem que sejam feitas. O preço disso tudo foi bastante caro e quem mais pagou foram nossos antigos rios. Não por acaso tentaram escondê-los, fazer-nos crer que eles não estavam mais ali. Mas basta uma chuva mais forte e...

ENTRE RIOS from Santa Madeira on Vimeo.