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sábado, 5 de setembro de 2009

primeira trova (hilda hilst)

De "Trovas com muito amor para um amado senhor"


Nave

Ave

Moinho

E tudo mais serei

Para que seja leve

Meu passo

Em vosso caminho.



quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"a vida é uma ópera"...

E nós dois bem poderíamos fazer um dueto...daqueles bem apaixonados...


hahahahahah.

sábado, 28 de junho de 2008

rise and shine!

"Courage, child of Washington,
Though thy fate disastrous stems,
We have seen the setting sun
Rise and shine with brighter beams."

De The Torch Light And Public Advertiser, fevereiro de 1824.

Sempre gostei da expressão que dá título ao post. No texto acima, percebe-se uma clara referência ao Sol, mas podemos traduzi-la por algo como "acordar para a vida", fazer o que deve ser feito.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

nas alturas...

"Em cima, o mundo da era espacial onde equipes de noticiários voadoras viajam pelo céu para seu próximo furo de reportagem e ricos executivos transitam sem esforços entre condomínios de luxo, balneários na praia e reuniões de negócios; embaixo, o caos congestionado onde a vasta maioria dos moradores se espremem juntos em uma orgia de engarrafamentos e acidentes de moto."


Minha cidade segundo o "Guardian"! Não é chique?

quinta-feira, 17 de abril de 2008

lembrem-se, lembrem-se

o anjo esquerdo da história (Haroldo de Campos)

os sem-terra afinal
estão assentados na
pleniposse da terra:
de sem-terra passaram a
com-terra: ei-los
enterrados
desterrados de seu sopro
de vida
aterrados
terrorizados
terra que à terra
torna
pleniposseiros terra-
tenentes de uma
vala (bala) comum:
pelo avesso afinal
entranhados no
lato ventre do
latifúndio
que de im-
produtivo re-
velou-se assim u-
bérrimo: gerando pingue
messe de
sangue vermelhoso
lavradores sem
lavra ei-
los: afinal con-
vertidos em larvas
em mortuá-
rios despojos:
ataúdes lavrados
na escassa madeira
(matéria)
de si mesmos: a bala assassina
atocaiou-os
mortiassentados
sitibundos
decúbito-abatidos pre-
destinatários de uma
agra (magra)
re(dis)(forme) forma
- fome - a-
grária: ei-
los gregária
comunidade de meeiros
do nada:
enver-
gonhada a-
goniada
avexada
- envergoncorroída de
imo-abrasivo re-
morso -
a pátria
( como ufanar-se da? )
apátrida
pranteia os seus des-
possuídos párias -
pátria parricida:
que talvez só afinal a
espada flamejante
do anjo torto da his-
tória cha-
mejando a contravento e
afogueando os
agrossicários sócios desse
fúnebre sodalício onde a
morte-marechala comanda uma
torva milícia de janízaros-ja-
gunços:
somente o anjo esquerdo
da história escovada a
contrapelo com sua
multigirante espada po-
derá (quem dera! ) um dia
convocar do ror
nebuloso dos dias vin-
douros o dia
afinal sobreveniente do
justo
ajuste de
contas



(Não chequei se podia colocar o poema sem autorização de alguém; se eu estiver infringindo alguma lei, sejam polidos e me avisem antes de um possível inquérito criminal. O mais que faço aqui é divulgar um autor nosso.)

domingo, 3 de fevereiro de 2008

eu, etiqueta (carlos drummond de andrade)

Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.

domingo, 13 de janeiro de 2008

do fausto (goethe)...

A definitiva palavra de quem sofre de amor...



MARGARIDA (só, fiando)

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Não a torno a achar, mais, não.

Lugar onde o não encontre
É triste qual sepultura,
O mundo todo parece
Repassado de amargura.

A cabeça desvairada
Tenho, e turvo o pensamento.
Saudades, ai que endoidecem.
São meu contínuo tormento.

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Mais não torno a achá-la, não.

Quando à janela me chego,
Querem meus olhos buscá-lo;
E quando saio de casa
Somente quero encontrá-lo.

O seu ar é majestoso
E gentil sua estatura,
Que fogo altivo nos olhos!
No sorriso, que doçura!

E se dos lábios lhe correm
Doces falas de de encantar,
Quando a mão ele me aperta,
Quando chega a me beijar!

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Não a torno a achar, mais, não.

A ele meu peito aspira
Todo em amor abrasado;
Oh, quem me dera tê-lo aqui
Nestes braços apertado.

E tanto tempo beijá-lo
Que me pudesse fartar,
Ainda que de seus beijos
Eu houvesse de expirar!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

fazendo a própria sorte (lost)

Tricia Tanaka Is Dead

Hurley: Stop feeling sorry for yourself (...) Look, I don't know about you, but things have really sucked for me lately, and I could really use a victory. So let's get one, dude. (...) Let's look death in the face and say 'Whatever, man'. Let's make our own luck. What do you say?


sexta-feira, 9 de novembro de 2007

alberto caeiro

Que é Fernando Pessoa, que fala de André.


Quando eu não te tinha
Amava a Natureza como um monge calmo a Cristo...
Agora amo a Natureza
Como um monge calmo à Virgem Maria,
Religiosamente, a meu modo, como dantes,
Mas de outra maneira mais comovida e próxima.
Vejo melhor os rios quando vou contigo
Pelos campos até à beira dos rios;
Sentado a teu lado reparando nas nuvens
Reparo nelas melhor...
Tu não me tiraste a Natureza...
Tu não me mudaste a Natureza...
Trouxeste-me a Natureza para ao pé de mim.
Por tu existires vejo-a melhor, mas a mesma,
Por tu me amares, amo-a do mesmo modo, mas mais,
Por tu me escolheres para te ter e te amar,
Os meus olhos fitaram-na mais demoradamente
Sobre todas as cousas.

Não me arrependo do que fui outrora
Porque ainda o sou.
Só me arrependo de outrora te não ter amado.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

tocqueville

...e o mundo que não queremos.

"Vejo uma multidão inenarrável de homens, iguais e semelhantes, que giram sem descanso sobre si mesmos com o único fim de satisfazer os pequenos e vulgares prazeres com que enchem suas almas. Cada um deles vive à parte, alheio ao destino de todos os demais. Seus filhos e seus amigos constituem para ele a espécie humana. Enquanto concidadãos, está junto deles sem vê-los; toca-os sem o sentir; só existe em si e para si mesmo. Se lhe resta uma família, pode-se dizer que já não lhe resta uma pátria. Acima de todos eles eleva-se um poder imenso e tutelar que se encarrega, sozinho, de garantir seus prazeres e de velar por eles. Este poder é absoluto, minucioso, regular, previdente e apacível. Pareceria um poder paternal se, como este, tivesse por objetivo preparar os homens para a idade viril; ao contrário, porém, busca apenas fixá-los irrevogavelmente na infância. Não lhe desgosta que os cidadãos gozem, sempre e quando só pensem em gozar. Trabalha com gosto para fazê-los felizes, mas quer ser o único agente, o único árbitro. Supre sua segurança, provê suas necessidades, facilita seus gozos, gestiona seus assuntos importantes, dirige sua indústria, regula suas sucessões, divide sua herança. Ah, se pudesse livrá-los inteiramente do incômodo de pensar e da dor de viver!"

quinta-feira, 24 de maio de 2007

douglas adams tem algo a dizer sobre mim...

"Na verdade, estou começando a agir de forma bastante estranha, ou talvez não esteja realmente começando a agir estranhamente, mas começando a agir de uma forma que é estranhamente diferente das outras formas estranhas como eu realmente ajo."

quarta-feira, 16 de maio de 2007

"Calaboca bixinha. Tah kerendo pagar de gatchynha pra cima da bunitaki? Tah bowa? Chupa kiridjinha"