quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

inéditos...para mim

Natal em casa, tirei o dia para "pescar" filmes na TV a cabo. Sabe, fazer valer um pouquinho mais o preço que se paga pela coisa.
Sem Licença Para Dirigir...é que deixei muitas Sessões da Tarde para trás. Um daqueles filmes típicos de adolescente dos anos 80, feito sem nenhuma intenção além de divertir. E diverte mesmo! Garoto quer tirar a carta de motorista e, com ela, o passaporte pra vida adulta (óbvio), e, de quebra, e mais óbvio ainda, conquistar aquela garota por quem ele vem babando. Aí ele reprova no teste, mas quem disse que isso vai impedi-lo de sair dirigindo? A mocinha é Heather Graham (Os Picaretas, Austin Powers 2), novinha e a cara da Barbie. O cabelo também...aliás, existe como assistir a filmes dessa década sem reparar nos desastres acima da cabeça dos atores? Mullets são só o começo...Questões capilares à parte, situações malucas, reviravoltas bizarras e piadas infames não faltam, e o final pode ser meio chocante para quem fechou com a coisa de "homens merecem carros".
O Sobrevivente é ficção científica, estrelado por Arnold Schwarzennegger. No ano de 2017, um estado opressor manipula a população divulgando informações distorcidas e entregando entretenimento barato da pior espécie. No programa mais popular da "Rede", e que dá nome ao filme, opositores do regime lutam pela vida numa arena, com direito a gladiadores e platéia ensandecida, e invariavelmente perdem - claro, até o Schwarza aparecer. Fazendo o papel que lhe cabe: sujeito monossilábico embora metido a frases de efeito e tiradinhas sarcásticas e chutador de traseiros. O futuro do filme é como um prolongamento dos anos 80: cabelos estranhos (dã!), músicas com sintetizadores. A coreografia das dançarinas do Sobrevivente, o show, é algo que inspiraria as loucuras de Hans Donner - uma olhada nos créditos finais mostra que a responsável pela bagaceira é Paula Abdul!
Longa vida a essa década insana, e aos filmes que eu deveria ter visto na época. Que me sejam dados mais momentos de pôr a diversão em dia.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Viver um Natal pleno é comprar presentes a todos os amigos e familiares, e para isso enfrentar filas, congestionamentos, empurrões? Mesa farta, lista de compras cheia, apesar da crise? O espírito natalino manda, também, caprichar nas esmolas?
Senão, atente ao sentido cristão-ocidental da data festiva: um deus - ou alguém muito mais próximo dele que qualquer um de nós - surge entre os homens, ele também homem, a nos dar a definitiva lição de humildade.
Outra possibilidade ofereço: lembrar-se da magia que envolvia Natais idos, quando éramos poupados das preocupações e frustrações do mundo adulto. (Felizes de nós que tivemos essa dádiva.) Lágrimas aos olhos.
(...)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Um brevíssimo "passeio" - uma ida ao banco, para ser mais exato, e a possiblidade de constatar as conseqüências do crescimento à brasileira: o transporte público caótico, cuja missão é levar cada vez mais pessoas cada vez mais longe em suas residências na periferia; alagamento, pois as chuvas são mais ou menos as mesmas de sempre, mas o piso, asflatado, impermeável, é de nosso tempo; e o que a "opção rodoviária" nos legou tão zelosamente: trânsito e poluição - passei um minuto caminhando atrás de um caminhão velho e fumarento; senti-me perder uns três anos de vida.

domingo, 2 de novembro de 2008

depois

ó, mundo, palco constante de injustiças de toda sorte. Uma tristeza, o que ocorreu a Felipe Massa. Hoje tudo se fez tão certinho, nas pistas e no boxe. Não fossem os reveses anteriores, hoje mesmo ele se sagraria o primeiro campeão brasileiro na Fórmula 1 desde Senna. E em Interlagos!
E o campeão do mundo, que nem ao pódio subiu. Coisa chocha. Não recebeu cumprimentos de Serra e Kassab. Na penúltima volta, Hamilton viu o campeonato escapar-lhe das mãos. Na última curva - Massa já havia vencido a corrida - a taça estava nas mãos do brasileiro. E como se portou o pequeno Lewis durante os breves instantes em que tudo parecia perdido? Seu nervosismo era nítido; não sabe ainda lidar com adversidades. O título do primeiro piloto negro da história da Fórmula 1 poderia ter esperado.

Agora os helicópteros fazem o caminho de volta.

antes

A casa fica na rota dos helicópteros que vêm e vão de Interlagos. Desde manhã cedinho é esse movimento intenso bem acima das ruas, e o ronco dos motores que chega até aqui.

Eu queria ir até o autódromo hoje. Não para ver a corrida; acho que isso só deve ter sua graça na tevê. A coisa de ter um piloto brasileiro na briga do título, uau, tampouco me pega. E, importantíssimo, eu não iria suportar o barulho. Só queria estar lá para conferir o movimento. Chegar em Interlagos com uma hipotética bicicleta, aquela que ainda não tenho, ou pegar o trem e descer na estação Autódromo, e conferir São Paulo em dia de Fórmula 1. Eita cidade em que tudo acontece, lugar que recebe tudo e todos.

Que eu me lembre, é o primeiro dia de Finados em anos com um tempo tão bom. Para tristeza de um eventual piloto bom de chuva. Senna era, Galvão Bueno tentou convencer de que Rubinho também seria.
(Antes de clicar em publicar postagem, a chuva começa.)

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

resultados da câmara

Olha, aqui em São Paulo até que a coisa não foi tão desastrosa, certo? Perto do quadro assustador que se desenhava...só dois "famosos" levaram, e alguns nomes que não faziam falta não se reelegeram. Cem por cento satisfeito, não estou - longe disso - , mas dá até pra se alegrar um pouquinho.

sábado, 27 de setembro de 2008

Sem candidato a vereador até o momento. Acho que vou utilizar um critério esdrúxulo...tipo...atributos físicos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

bis

Pela segunda vez no ano vi um show de Fernanda Takai - e novamente vez de graça! A dose da Virada Cultural repeti bem pertinho da nova casa, no Shopping Boavista.
O repertório foi similar ao da apresentação anterior, com muitas músicas anteriormente gravadas por Nara Leão - a idéia era comemorar os 50 anos de bossa nova. Mas houve espaços para surpresas. Eurythmics marcou presença, como na vez passada, e as novidades foram versões de Duran Duran e...Michael Jackson! Todos aplaudidíssimos e com acompanhamento deste rato pop que lhes escreve.
Noite bela, e a torcida de que novos artistas - dentre os "grandes" - apareçam por aqui.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

sixteen years.
has it really been that long?

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sinto-me particularmente estranho. Acabo de saber do falecimento de uma pessoa conhecida. Até aí, vá lá. Mas o tal alguém já foi objeto de meu desejo - não creio que precise dizer qual.
A pessoa se encontra agora acima de qualquer impulso carnal que tenha sentido - ou que vieram a sentir por ela. Intocável. Penso em meu presente, no dela, querendo e não querendo especular o depois. O que lhe acontecerá não me compete. E eu? Ainda suscetível às paixões da terra. Ainda aqui, por razões incalculáveis.
Não tenho o impulso suicida, mas a verdade é que sofro, sabe? E quem partiu está livre do que padeço. Por enquanto?

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O blog está abandonado.
Há posts de julho ainda não concluídos, entre os rascunhos.
Atualmente não consigo nem pensar sobre o que escrever, quanto mais sentar ao micro e pôr mãos à obra. Tempo escasso.
Constato isso com pesar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

convite - meu último concerto coral em campinas

Salve, queridos amigos de Campinas! Espero que todos estejam bem.
Quero fazer um convite a vocês...no próximo dia 30 de agosto (sábado), o Canto Coral Exsultate, do qual faço parte, vai se apresentar no Festival de Música Sacra que está acontecendo este mês na Catedral Metropolitana de Campinas. O concerto está marcado para as 20:15 e no programa teremos o Magnificat de Pergolesi e dois corais do oratório Israel no Egito, da autoria de Haendel. Nesta última peça nos acompanhará o Coral Metrocamp e, durante todo o concerto, a Orquestra Ars Musicalis, ambos de Campinas.
Há mais um motivo pelo qual gostaria de ter a presença de vocês: esta apresentação será a minha despedida, ao menos por enquanto, de grupos corais. Quem me conhece sabe da importância do canto coral em minha vida nesses últimos anos, e foi em Campinas que essa história começou. Mas chegou a hora de dar um tempo, buscar novos ares. Mudarei de palcos, mas com alegria, a qual gostaria de partilhar com vocês. Me dão a honra?
Um abraço carinhoso do baixo de sempre,
André!

sábado, 19 de julho de 2008

http://ultimainstancia.uol.com.br/noticia/53652.shtml

Vem chegando a época das eleições e, não raro, ouvimos alguém comentar, "não há ninguém em quem se possa votar". Em uma cidade do Amapá, mais um pouco e esta frase poderia se tornar verdadeira.
Mais de noventa por cento dos postulantes a cargos eletivos em Mazagão podem ter suas candidaturas impugnadas; entre eles, todos - todos - os quatro concorrentes ao cargo de prefeito. 47 dos 52 candidatos à Câmara Municipal se encontram na mesma situação.
Quem esclarece o motivo é o Ministério Público estadual: “falta de moralidade e de condição de inegibilidade”. Há candidatos respondendo a mais de 20 processos de improbidade ou ações civis públicas.
Suponha-se que nada ocorra e todos os candidatos, ou a maioria deles, prossigam no pleito. Entre tantos nomes dotados de semelhante "ficha suja" assim comprovada, seria possível ao eleitor escolha legítima?

segunda-feira, 7 de julho de 2008

um assunto pendente

A ilha não me permitiu ficar calado, sabe?
Mais de um mês se passou desde que assisti ao final da temporada de Lost - o tradicional episódio duplo com taquicardia e adrenalina dobradas - e só agora, que o AXN encerrou o quarto ano da série, eu me disponho a falar um pouquinho a respeito. Quanto a isso, sou obrigadoa admitir: aquela última cena trouxe uma revelação bombástica demais para o meu gosto. Perto dela, aceitar o primeiro flashforward da série, um ano ano atrás, foi fichinha. Mesmo. Mas o tempo dá jeito em tudo, em Lost inclusive, e hoje "aceito" melhor o grande chamariz para a quinta temporada, a ser exibida no longínquo ano de 2009, quando um punhado de coisas passará a fazer mais sentido, e outras tantas continuarão um mistério...
Não adianta, eu amo esse programa.


Está me amadurecendo a idéia de um mega review da quarta temporada. Idéias, idéias. Torçam para que se concretize!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

não é que de vez em quando...

...aparece coisa boa (ou, no mínimo, razoável) de onde menos se esperaria?
Para quem ainda não sabe, desde segunda-feira, Chapolin está de volta à programação do SBT. O horário é 13:15. O senão é que há emissoras da rede que exibem programação local nesse momento. Aqui em São Paulo as risadas estão garantidas, mas, em outras cidades, as únicas opções para matar as saudades do "Vermelhinho" são o Youtube e os sites de fãs. Ou suas gravações caseiras...
Outra do tio Silvio: a chamada para Grey's Anatomy é sensacional. Sabe por quê? Normalmente o estilo brega do SBT me enoja um tanto, mas neste caso, vem bem a calhar. "Compra a novela americana com a novela brasileira", diz a locução - a série vai passar às quintas, logo após Pantanal. Novela! Eu nunca assisti e nem pretendo, mas convenhamos, Grey's é isso mesmo. Só o intervalo entre os capítulos é que é mais longo e, por isso, a história quase sem fim dura longos anos, em vez de longos meses.

sábado, 28 de junho de 2008

rise and shine!

"Courage, child of Washington,
Though thy fate disastrous stems,
We have seen the setting sun
Rise and shine with brighter beams."

De The Torch Light And Public Advertiser, fevereiro de 1824.

Sempre gostei da expressão que dá título ao post. No texto acima, percebe-se uma clara referência ao Sol, mas podemos traduzi-la por algo como "acordar para a vida", fazer o que deve ser feito.

terça-feira, 24 de junho de 2008

a filosofia de seu madruga (com breves comentários)


(Se você não admite que se fale de Chaves, sinceramente não sei o que está fazendo por aqui.)


"Não há nada mais trabalhoso do que viver sem trabalhar."

Apud um programa de televisão a que o velho pai da Chiquinha assistiu. O mestre - como, aliás, não surpreende - distinguia com sabedoria o trigo do joio na imprensa, e nos transmitia somente o melhor.

"Não existe trabalho ruim! O ruim é ter de trabalhar."

Não é preciso ser sábio para entender que esta lição não exclui a anterior. Trabalho, todos devem ter um, mas é impossível amá-lo, ou odiá-lo, durante cem por cento do tempo. Caso contrário, algo está muito errado!

"Na vida temos que sacrificar algumas coisas para conseguir outras."

Serve como justificativa para deixar de pagar o aluguel e para muitas outras situações práticas.


"Atores vemos...costumes não sabemos!"

Aqui o mestre se manifesta contra o culto às celebridades tão comum em nossos dias.

"Para o amor, não há barreiras! Todas se rompem!"

Sim, ele também versou sobre o amor. Como aconteceu com a maioria dos grandes nomes do pensamento humano, aqui as palavras de Madruga foram mal interpretadas, e ele acabou agarrado por Dona Clotilde.

"A vingança nunca é plena: mata a alma e a envenena."


Não somente uma grande lição de vida praticamente auto-explicativa, mas também um aforismo belamente construído - note-se a rima rica.

"As pessoas boas devem amar seus inimigos."

Madruga não usava de palavras difíceis em seus ensinamentos, dada sua origem humilde. Isso não impedia, contudo, que suas mensagens não tocassem fundo. Que o diga Dona Florinda, que após saber que o dito acima foi proferido por seu tradicional rival, não teve escolha senão a de louvar sua sabedoria, num dos momentos mais tocantes de todo o seriado.


E tenho dito! Se eu lembrar de mais pérolas, edito o post :)

domingo, 22 de junho de 2008

(telefone toca)

escritório
consultório
refeitório
reformatório

sanatório

envoltório

sábado, 21 de junho de 2008

festa junina (julina às vezes)

E vivam a quadrilha, o casamento na roça, as crianças vestidas de caipirinhas, as barraquinhas com gincanas e quitutes - mesmo coisas que não gosto, como quentão. E ainda tem correio elegante e a prisão. A fogueira. A quadrilha. Balão e rojão me deixam meio preocupado.
Não sei se festa junina pode ser considerada folclore, e na verdade isso não importa: simplesmente acho muito bom que siga acontecendo por nosso país. Prestigio sempre que posso.

minhocão morumbi?

É sobre o que acabei de ler nesta matéria no Yahoo. De algum lugar surgiu a idéia de construir uma pista elevada entre a futura estação São Paulo-Morumbi do metrô ao estádio do bairro. Justifica-se a pressa para chegar ao futebol com a proximidade da Copa do Mundo de 2014.
Em que pese à ausência de senso que acomete alguns dos brasileiros em assuntos concernentes à chamada "paixão nacional", espero uma manifestação veemente dos moradores da nobre região contrários à obra que lhes tiraria (mais) o sossego e eliminaria o canteiro central de uma avenida. E vozes tais costumam ser ouvidas. Outra razão lógica para um "fora Minhocão" é sua serventia para lá de discutível: espera-se um movimento maior para a festinha do futebol, e depois?
A nós outros, resta a torcida. Contra a obra, e não por um time qualquer, como alguém poderia supor, já que por aqui se falou de futebol. E uma dúvida: como aquela monstruosidade em Santa Cecília, o Elevado Costa e Silva - primeiro e único de sua estirpe, espera-se - pôde um dia sair do papel?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

nas alturas...

"Em cima, o mundo da era espacial onde equipes de noticiários voadoras viajam pelo céu para seu próximo furo de reportagem e ricos executivos transitam sem esforços entre condomínios de luxo, balneários na praia e reuniões de negócios; embaixo, o caos congestionado onde a vasta maioria dos moradores se espremem juntos em uma orgia de engarrafamentos e acidentes de moto."


Minha cidade segundo o "Guardian"! Não é chique?

domingo, 15 de junho de 2008

que dia!

Argh! Tudo que quero é esquecer este domingo. Todos têm aqueles dias terríveis; este foi o meu. Enfrentei conduções cheias e mal cheirosas, chuva, vento, chuva mais vento...para nada. Minha feliz recompensa não veio, a felicidade se recusou a sorrir para mim hoje. Melhor sorte na próxima.

sábado, 14 de junho de 2008

Em suas preces, peçam por mim. Façam com que me seja permitido descansar. Fechar os olhos, ir para o longe, e ao regressar, estar inteiro novamente. Que as inquietações cessem.

terça-feira, 10 de junho de 2008

realidade

O seu animal de estimação tende a perder parte de sua fofura quando você descobre que, no interior daquela linda embalagem, pode haver parasitas.

domingo, 8 de junho de 2008

carta amistosa

Meu caro amigo, que esta missiva o encontre bem. Devo-lhe uma visita, uma conversa mais demorada, uma tentativa de reviver os bons tempos (...), enfim; enquanto tal hora não chega, vai a carta mesmo, a fim de mostrar que não o esqueço.
Não escrevo, porém, para contar novas, aliás, numerosas e significativas, nem para pedir-lhe que me ponha a par das suas - se até minha vida andou, imagino o que não terá lhe acontecido. Ficará isso para depois. Agora, tudo que quero é sentar e, de certa forma, conversar. Peço a você, ao ler estas linhas, que imagine aquelas noites em outros tempos, tempos que poderíamos chamar de nossos, tão próximos que estávamos, tanto que compartilhávamos.
Ontem vi fotos suas e me foi impossível deixar de pensar, deixar a mente ir longe. A verdade é que você foi longe, meu amigo. Onde está agora, ninguém o diria em momento algum que chegaria. Você o disse, e isso fez toda a diferença. Por um tempo, ensaiamos que eu também tivesse um sonho, você bem se lembra. Como você, e como outros conhecemos em nossa época (suspiro), eu me levantaria contra todo e qualquer empecilho que viesse a surgir na tortuosa jornada a meu lugar mítico de direito. Mítico, porque muito, muito distante; de direito por aparente destino. Hoje...sinceramente, não creio mais que esteja neste mundo para realizar algum sonho. Ao contrário, se eu fosse acometido agora pela tristeza que por vezes tomava conta de mim quando ainda podíamos, você e eu, sentar e conversar, diria que meu destino é suportar pesadelos, de modo a com eles aprender alguma coisa. Que maneira de encarar a vida, você responderia, você que sempre a quis intensa, e assim se fez. Mas eu mudei...minhas idéias, meus conceitos mudaram. Não consigo mais crer que a vida seja uma só. Certas coisas simplesmente não se aplicam mais a mim. Nada de planos audazes que se imponham a pequenas probabilidades de êxito ou ao espanto do próximo e ao nosso próprio. ... aproveitando as chances que me forem dadas - que, veja só, ainda são variadas. Primeiro, as mais racionais, mais certas, e o que mais ver, lucro será.
Que ambos sejamos felizes conforme nos for permitido.
Um forte abraço.

terça-feira, 3 de junho de 2008

do que fazer a seguir

Sempre vou me cuidar. Farei o possível, o que estiver ao meu alcance, para não agir de maneira imprudente. Tenho um compromisso com meu bem-estar, o qual garante também ajuda a outras pessoas - mesmo a quem sequer imagino. Quem me fornece tal aviso pode também vir em meu auxílio.
Que assim seja.
Não provoque situações que possam ter conseqüências das quais possa se arrepender, talvez para sempre.

domingo, 1 de junho de 2008

como no primeiro mundo. como, no primeiro mundo?

Foi inaugurado ontem ao público o Shopping Cidade Jardim, localizado na Marginal Pinheiros, entre as pontes de acesso à Avenida dos Bandeirantes e a novíssima ponte estaiada. Não ainda a pleno vapor; muitas lojas ainda estão fechadas ou mesmo em obras. Atrás do shopping estão também em construção quatro edifícios, a se tornarem os mais altos da cidade.
Não estive na inauguração, obviamente. De fato, adentrar o lugar não está em meus planos em tempo algum. Nem se eu fosse absurdamente endinheirado. De quantos templos de consumo extravagante a cidade ainda precisa? Há a monstruosa Daslu sem acesso para pedestres do outro lado da Marginal, onde também se constrói o futuro shopping de Vila Olímpia - numa área de trânsito complicado - e os já veteranos (e vizinhos) Morumbi e Market Place não estão longe.
Foi pelo jornal de hoje que soube da abertura do shopping, com o qual não simpatizo desde o início das obras. Quase todos os visitantes adoraram a sensação de estar no "primeiro mundo", torrar dinheiro como se estivessem em outro país. Pois fazê-lo com a imagem de um Brasil na cabeça não deve ser tarefa fácil, por mais "elite" que o visitante do shopping se sinta. Quando as obras estiverem completas e o cheiro do Rio Pinheiros não se insinuar tanto no local, como agora acontece - segundo o jornal, sempre - talvez a atmosfera primeiro-mundista se construa mais facilmente.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

(mais um post que não teria título...)

A pessoa, caso volte ao blog, sabe do que estou falando ;)


Que manhã maravilhosa foi a de hoje. Tive de sair de casa cedo hoje com uma óbvia nuvenzinha preta sobre a cabeça, mas as primeiras lindas cores do dia logo a dissiparam.
Preciso de uma câmera decente. A outra, aposentei para não me estressar (mais). Ai de mim, que vejo fotos em toda parte agora que tenho o "olho fotográfico" desperto - ainda que em nível principiante.

***

Sim, estou roendo todas as unhas para o final da quarta temporada de Lost, disponível para download em algumas horas. Ah, a terrível expectativa. Quais perguntas serão respondidas hoje? Quantas outras surgirão? E depois é a espera mortal até um longínquo 2009.

***

Aqui entre nós, quem precisa de um novo Tira da Pesada?

terça-feira, 27 de maio de 2008

E agora essa possibilidade de vender a Nossa Caixa. Pouco sei de economia, como a população em geral, mas atrevidamente me pergunto o que leva a conclusão de que o Estado de São Paulo não deve mais gerir um banco. Mais ainda em se tratando daquele que hoje é responsável pela folha de pagamento do funcionalismo público paulista, estadual ou de seus municípios - a qual, estranhamente, até bem pouco tempo atrás, estava nas mãos dos espanhóis do Santander desde a venda do Banespa, há anos. Ninguém havia pensado, ou pensa agora, que servidor paulista deveria receber seu contracheque de São Paulo? O possível novo dono da instituição paulista seria o Banco do Brasil, que faria o arremate por venda direta. Há, porém, quem questione a legalidade de tal procedimento, dizendo que empresa pública se vende por leilão, aberto a quem interessasse. E banco grande interessa a banco grande; aí também viriam as megarredes privadas, nacionais ou multinacionais, e seus lances vistosos. Em se fechando o negócio com o BB por qualquer via, levando-se também em conta a recente incorporação de outros estaduais pelo mesmo, surge um banco estatal tão poderoso quanto os maiores privados. Então os mais críticos à desestatização diriam que, não tivesse havido a farra de privatizações de alguns anos, que vendeu bancos estaduais como o Banespa e todas as operadoras de telefonia, entre tantas outras empresas, não seria preciso incentivar o surgimento de banco gigante estatal algum. E com a inocência de quem é leigo em granes finanças, deixo outra pergunta: até que ponto uma empresa pública deve ser competitiva? O pouco que consigo apreender desse jogo trata da quantia absurda de dinheiro que os já mui abastados banqueiros e investidores tiram como do nada, enquanto nós outros...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

gerais...generalíssimas



***

Meu cachorro fará quatro meses no dia 29, quando estrear o episódio final da quarta temporada de Lost (nos EUA).
Brrr.

***

Alguém diria que esta é uma boa época para estar solteiro...
Quem sou eu para concordar?

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Você tinha de ver o fim de tarde de hoje, amor.
Coisa mais linda.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

névoa

Não me lembro do último amanhecer enevoado por estas bandas. Me recordo de vários ao longo da infância, eu indo para a escola, a visão ao longe prejudicada por aquilo que os meus pais chamam de cerração - não gosto dessa palavra, não sei por quê. Então, na manhã de hoje, senti-me retornando a tempos antigos, mais inocentes, em que a própria vizinhança era mais amigável, mais pura, e desejei que a névoa que encobria as casas mal acabadas, hoje em número muito, muito maior que em minha infância, de alguma forma se fundisse à degradação humana ao redor e tudo fosse dissipado aos raios do sol.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Tive ontem a oportunidade de trafegar pela mais recente obra viária da cidade, a ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira (já possuímos logradouros homenageando ex-donos da Globo, do Estado e agora da Folha; resta apenas a Abril). Eu era motorista, então não pude contemplar mais detidamente o caminho percorrido; foi apenas o barato de dirigir na "ponte nova".
Mais uma grande solução urbanística para carros. Agora, a torcida para que sejam contemplados em breve os habitantes e "passantes" da cidade que utilizam, ou podem bem vir a utilizar, outro meio de transporte, como ônibus, metrô, bicicleta.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Posted by Picasa

domingo, 4 de maio de 2008

homem de ferro

O primeiro blockbuster do ano é muito bacana; assistam sem medo. A transformação de Tony Stark de playboy inconseqüente a super-herói com direito a interesse romântico a ser trabalhado em futuras seqüências (ei, é uma adaptação de quadrinhos hollywoodiana) é bem entregue. O carisma é tanto que é impossível não vibrar quando a armadura definitiva de Homem de Ferro singra os céus pela primeira vez depois de testes e mais testes, e isso vale mesmo para quem não faz o tipo engenhoqueiro do protagonista. Ação e efeitos visuais na medida certa, como é imprescindível em filmes do gênero. Quantos aos atores, sem grandes queixas; Robert Downey Jr. está ótimo e mesmo Gwyneth Paltrow se faz menos insossa que o usual no papel da ruiva Pepper Potts.
A tradicional participação de Stan Lee é divertidíssima, redimindo o chefão da Marvel daquela aparição jogada em Homem-Aranha 3. E permaneçam no cinema até o fim dos longos créditos finais para uma última cena de fazer os fãs do gibi babarem.


sexta-feira, 2 de maio de 2008

chove desde sempre.

quarta-feira, 30 de abril de 2008

flores

Estou diante da entrada de um Pão de Açúcar. Há flores de todo tipo aqui. Tenho pensado muito em flores ultimamente. Como nunca antes. Detenho-me a contemplá-las onde estiverem: em casa, na rua, em fotografias. Penso em ter alguma (algumas?) em meu quarto. Mas meu irmão pode destruí-las. Há um outro contra, mais tolo. Flores se vão muito depressa. Em poucos dias, começam a murchar, definhar...morrer. Não se trata de avareza. Queria mesmo uma imagem mais duradoura, cores que se mantivessem, nada de trocas semanais de morte por vida. Então imagino: eu poderia pregar fotografias de flores nas paredes. Mas não é a mesma coisa! Que solução encontro, além de fazer-me indiferente a esse colorido, como no passado?
A propósito, interessaram-me por aqui: gerberas (parecem, mas não são margaridas), crisântemos, violetas, girassóis, kalanchoes e lírios alaranjados.

terça-feira, 29 de abril de 2008


Ora...sempre pode haver quem ainda não tenha visto. Será que o padre achou o Henry Gale?

foi quando com o alan moore eu vi, um cavalo de fogo ali...

Porque nada, mas nada neste mundo é solto e totalmente dissociado de qualquer coisa, de modo que tudo encontra algo a lhe fazer par por relações às vezes absurdas, especialmente se trabalha nessa busca de insanas interconexões uma mente humana. Eu estava procurando tirar o atraso em minha leitura de Promethea - gibi genial e ultraviajante e de Alan Moore e J. H. Williams, sobre o qual não concebo uma única linha decente à guisa de comentário - e lá encontrei umas criaturas meio espectrais denominadas Globgoblins. Quase imediatamente fui levado a Dar-Shan, terra fictícia palco das aventuras do Cavalo de Fogo. A maléfica Diabolyn tinha Goblins a seu serviço. Mas eram uns bichinhos pequenos, até simpáticos - quase fofos; havia um rosa - notório alívio cômico da série. Mas ocorre a todos que eles eram originalmente humanos? A curiosidade os matou: abriram a urna onde se encontravam os, esses sim terríveis, Espectros, cujas aparições eram geralmente breves e bem, amenizadas a fim de não aterrorizar tanto o público infantil. Geralmente, foi dito. Mas há um episódio em que os Espectros assumem a forma de um cavaleiro com pinta de galã latino, bigode incluído, e seqüestra Sara, herdeira do trono de Dar-Shan. Acresce que os atemorizantes seres etéreos fizeram isso à revelia da vilã "oficial" do desenho; cansados dos fracassos dela, quiseram resolver os problemas - digamos, a existência de bondade no mundo - a seu modo. Falharam também. O Cavalo de Fogo recrutou para a vitória o antigo príncipe, viúvo da mãe de Sara, Sarana - e pai adotivo de Sara no chamado mundo mortal! Diabolyn e os Espectros devem ter apagado as memórias dele. O retorno das mesmas, no entanto, durou somente o tempo do episódio. Com tudo isso, venho dizer que, a partir dos tais Globgoblins, lembrei-me de que Cavalo de Fogo, com sua música-tema tola (quem nunca a cantou para uma risada?), era um desenho muito sombrio. Nem os Goblins gracinhas e a habitual mensagem de esperança a cada nova aventura poderiam esconder essa verdade. Esse episódio dos Espectros sempre me dava arrepios na infância.
Uma última coisa, não relacionada, ou relacionada demais: a competente Miriam Fisher dublava a doce Princesa Sara nos anos oitenta e hoje empresta voz à insana babá de Os Padrinhos Mágicos - personagens estranhos em desenhos idem, quão surpreendente.
Agora, com licença, ainda não acabei de ler aquela edição de Promethea.

domingo, 27 de abril de 2008

virada cultural

O centro da cidade em ebulição. O saguão da Prefeitura resiste à potência avassaladora da Orquestra Sinfônica Municipal e do Coral Lírico, mas o mesmo não se pode afirmar a respeito dos espectadores; alguns deles nitidamente jamais haviam estado numa sala de concerto, perdoe-se o barulho. O som de piano na praça é bem-vindo, restaura energias físicas e psiquicas. Pistas de dança abertas a escolher, separadas por somente uns poucos quarteirões. Performances de artes corporais. Grandes shows de música popular. Teatro. Cinema. Tudo isso e tantas coisas mais possíveis de ser vivenciadas num único final de semana, a maioria esmagadora de graça. A quarta Virada Cultural reafirma o sucesso do evento que clama tornar-se tradição, chamariz a turistas, moradores e passantes nesta São Paulo repleta de possibilidades de lazer, cultura e entretenimento.
Já me rasguei para o acontecimento na prefeitura; cito mais dois eventos marcantes. Fãs antigos e recentes, novos e de mais idade compartilham do prazer de conferir o prazer dos Mutantes em se apresentar novamente - pude finalmente apreciar a unicidade do som da banda. Fernanda Takai atrasou, mas encantou o público; com sua simpatia, garantiu novos fãs ao repertório de seu primeiro cd solo.

terça-feira, 22 de abril de 2008

bem-vindo, tyrone!

Querido diário,
Desde sábado, a família tem um novo membro. É um cachorrinho, um filhote de Dachshund ou Teckel, aquele das propagandas de amortecedores Cofap. Sempre achei, erroneamente, que essa raça famosa se chamasse Basset Hound; os dois cães têm suas semelhanças e o equívoco é até comum. O nosso - é macho - tem três meses de idade e se chama Tyrone. Idéia de minha mãe, que é fã de Backyardigans. O Tyrone da TV, porém, é um alce. Mas todos achamos o nome simpático.
Preciso dizer que o cachorrinho é uma graça? Ativo, brincalhão, carente - sempre quer a companhia de alguém e chora quando vê que vai ficar sozinho lá fora. Na foto a seguir, a carinha tristonha dele.





quinta-feira, 17 de abril de 2008

lembrem-se, lembrem-se

o anjo esquerdo da história (Haroldo de Campos)

os sem-terra afinal
estão assentados na
pleniposse da terra:
de sem-terra passaram a
com-terra: ei-los
enterrados
desterrados de seu sopro
de vida
aterrados
terrorizados
terra que à terra
torna
pleniposseiros terra-
tenentes de uma
vala (bala) comum:
pelo avesso afinal
entranhados no
lato ventre do
latifúndio
que de im-
produtivo re-
velou-se assim u-
bérrimo: gerando pingue
messe de
sangue vermelhoso
lavradores sem
lavra ei-
los: afinal con-
vertidos em larvas
em mortuá-
rios despojos:
ataúdes lavrados
na escassa madeira
(matéria)
de si mesmos: a bala assassina
atocaiou-os
mortiassentados
sitibundos
decúbito-abatidos pre-
destinatários de uma
agra (magra)
re(dis)(forme) forma
- fome - a-
grária: ei-
los gregária
comunidade de meeiros
do nada:
enver-
gonhada a-
goniada
avexada
- envergoncorroída de
imo-abrasivo re-
morso -
a pátria
( como ufanar-se da? )
apátrida
pranteia os seus des-
possuídos párias -
pátria parricida:
que talvez só afinal a
espada flamejante
do anjo torto da his-
tória cha-
mejando a contravento e
afogueando os
agrossicários sócios desse
fúnebre sodalício onde a
morte-marechala comanda uma
torva milícia de janízaros-ja-
gunços:
somente o anjo esquerdo
da história escovada a
contrapelo com sua
multigirante espada po-
derá (quem dera! ) um dia
convocar do ror
nebuloso dos dias vin-
douros o dia
afinal sobreveniente do
justo
ajuste de
contas



(Não chequei se podia colocar o poema sem autorização de alguém; se eu estiver infringindo alguma lei, sejam polidos e me avisem antes de um possível inquérito criminal. O mais que faço aqui é divulgar um autor nosso.)

terça-feira, 15 de abril de 2008

o lado bom

Não sei vocês, mas nesses tempos em que os dias de sol se tornam cada vez mais escaldantes e estimulam aqueles que preconizaram o aquecimento global a fazer a dança do "eu te disse", acho simplesmente maravilhoso curtir um tempo nublado e frio de vez em quando, dormir ao som da chuva e enrolado nas cobertas.
E neste final de semana estavam me contando sobre outras épocas em Capão Redondo...muito mato, bichos, árvores frutíferas...um clima meio de zona rural, mesmo. Coisa de 35, 40 anos atrás, nem é tanto tempo assim. E o tempo? Dá para acreditar que já houve geada por estas bandas? Invernos que faziam jus ao nome.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Por que tanto trânsito, por que hoje há acidentes como nunca nas ruas, nas estradas...nas calçadas? Causas, poderíamos atribuir várias, sair culpando pessoas, coisas, mas eu parei um dia diante da televisão e me pus para pensar...atente aos comerciais: são tantos anúncios de automóveis, carros e motos de todos os modelos e preços, mais atenção ainda: é cada vez mais fácil adquiri-los, tantas facilidades, anos de crediário, compre agora e só termine lá longe, e quem mesmo assim ainda não pode, aguarda ansiosamente o momento de ter o seu carro, ou a sua moto - o importante é ser seu - a ganhar as ruas da cidade que são tantas, porque sempre adoramos carros mesmo quando poucos podiam tê-los...e hoje o transporte público é deficiente...bem, o cidadão adquire o seu veículo e quer mais andar com ele por aí, é seu direito, o problema é que por aí está tudo parado, cada vez mais parado, de modo que hora do rush vem se tornando coisa do passado, os dias são um rush. Aí começa a batalha. Moto, por exemplo, fica presa em trânsito só se o condutor quiser. E mais e mais condutores não querem, os carros param e as motos avançam, a buzina quase estourando os ouvidos de todos, ai de quem se colocar no caminho, retrovisores e vidas em risco. E os veículos com quatro rodas ou mais se vêem igualmente impacientes: avançam sinal, fecham cruzamento, invadem pistas proibidas. O resultado sabemos, vemos nas ruas por onde passamos ou não. O que precisaríamos sobretudo era menos egos, uma coletividade que passasse a agir mais como tal.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Em pleno mês de abril eu fui sonhar com natal. Parece mentira, hahaha.
Pra piorar, o sonho foi tão, digamos, intenso, que, enquanto eu "estava" nele, pensei em colocar no blog alguma mensagem como, feliz natal a quem é de comemorá-lo. Algo assim. Do grupo que não celebra a festa me esqueci, mas garanto que não foi maldade.
O sonho, ou do pouco que lembro: havia até um grupinho vocal cantando músicas com mensagens natalinas. Eu não fazia parte dele, nem alguém conhecido.
Minha memória é tão boa em quase tudo, mas se recusa a funcionar quando o assusnto é sonhar. E até em sonho eu penso no blog: note-se que fiquei mais de dez dias sem postar.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Que magnífica manhã! Abro a janela - meu quarto dá para o sol nascente - e a primeira saudação do dia é dupla: vem da luz intensa da estrela-mãe há pouco erguida do horizonte, vibrando, espraiando novidade de vida, e de uma brisa fresca, que bem poderia ter dado volta ao mundo durante a madrugada, pois parece trazer agora a paz que envolve o merecido descanso dos seres. Recebê-las assim juntas, é como se algo as infundisse e derramasse o melhor de ambas sobre esta terra, o resultado final é precioso. É fonte a mais segura de necessária renovação para a semana recém-iniciada, sopro para o qual basta içar velas, definir curso e avançar sempre.

sábado, 29 de março de 2008

fotos de celular

Analisando assim, friamente, o telefone celular, nome genérico dado a esse artefato multitarefa que boa parte das pessoas não totalmente excluídas da sociedade de consumo atual possui, o qual também pode ser utilizado como aparelho de telefonia móvel, é uma das invenções mais peculiares da história. Não pelo aparelho em si, mas devido ao retrato que nos revela da humanidade.
E note-se que, num primeiro instante, alguém poderia pensar que o celular, ao contrário, aos poucos nos desumaniza. Capture isto: uma pessoa se aproxima, falando, mas não é a você que ela se dirige. Nem a alguém próximo, aliás: seu interlocutor é um ser invisível, ele ou ela também a falar "consigo" em outra parte. Mas esta é uma foto à parte no álbum que ora contemplamos. Quase todos já ouviram da boca de alguém o dito "não vivo sem meu celular" e, a partir do que se apresenta nas próximas linhas, tal dependência se mostrará aos olhos legítimo sinal de...bem, tire o leitor sua conclusão.
Falamos acima sobre uma pessoa já engajada em uma conversação ao telefone. Mais interessante ainda, entretanto, é notarmos a posse do aparelhinho antes de qualquer palavra ser dita, quando ouvimos um daqueles toques ou ringtones tão correntes quanto extravagantes. Se o celular toca seqüências de peças eruditas ou pior, uma campainha de telefone, ele não poderia ser mais arcaico. Hoje muito se escolhe, basicamente, entre os hits do momento e os inventivos toques falados - quem já ouviu sabe, impossível descrevê-los. Quer algo marcante de verdade e as opções anteriores não satisfazem? Ninguém deixará de olhar em volta procurando aquele telefone que tocou o tema da clássica cena do assassinato em Psicose ou rugiu como o monstro de fumaça da ilha de Lost.
Completa-se a ligação. Agora, por favor, não seja indelicado e procure fechar os ouvidos à conversa alheia. Se, por um motivo qualquer, porém, a pessoa se vê obrigada a elevar o tom de voz...então seja bem-vindo, por um instante, à vida de um completo desconhecido. Seu papel é o de um confidente involuntário. E creia, não se experimenta o real constrangimento até o dia de ouvir a primeira briga ao celular. Um boi faz falta é nessas ocasiões, com o perdão da liberdade tomada ao dito popular. Os mais maldosos não seguram as risadas.
Álbum pitoresco, não? Teríamos mais cenas assim fascinantes, a seu modo, se prosseguíssemos. Nunca o criador do telefone celular deve haver imaginado que seu invento seria utilizado como um modo de expressão tão contundente.

quarta-feira, 26 de março de 2008

vida é para se maravilhar

Há uma espécie de cigarra que passa dezessete anos em estágio larval, sob a terra, alimentando-se de seiva extraída de raízes arbóreas. Quando esse longo período chega ao fim, o animal "emerge" do solo, escala a árvore que o alimentou por tanto tempo, troca de pele e se torna uma cigarra adulta, asas que o permitem voar e pronto a completar seu objetivo nesta vida: encontrar um parceiro e se reproduzir. Se o inseto for macho, emitirá aquele canto tão característico, contínuo, pressuroso. A fêmea produz um único som, semelhante a um estalar de dedos, proveniente do ato de bater uma asa contra a outra, sinal de que aceitou a corte de um macho e está pronta para a cópula. Uma cigarra adulta não vive por mais de duas semanas.

marca

Você é capaz de deixar suas pegadas sobre o deserto - prova incontestável de sua presença no mundo hostil - ou sua espécie não foi talhada para isso?

terça-feira, 18 de março de 2008

Acordo insone no bairro dormitório
Quem se perde entre paredes familiares
conta apenas consigo próprio
Tateio no escuro sem encontrar
o remédio que não cura
O que tenho comigo
preencheria um mundo de diferenças
(...)
Então eu estava seguindo meu caminho dentro de uma daquelas famigeradas vans - "dá um passinho pro fundo, pessoal". Quase invariavelmente o aparelho de som desses carros está nas alturas, o rádio tocando uma dessas músicas bem ao gosto popular, e a meu desgosto. Mas nesta viagem o som estava num volume até civilizado, e ouvia-se uma música gravada por algum cantor ligado a alguma dessas igrejas pentecostais. Melhor que a alternativa, pensei. E de repente, um clique: a melodia era idêntica, idêntica mesmo, à do jogo Bobby Is Going Home, do eterno Atari. Fiquei notadamente pasmado. Não sei se a música "existia" antes do videogame; se alguém puder, ajude-me aqui. Mas ouvir algo tão familiar de uma maneira tão inesperada...nem sei o que mais dizer.

Fiz um midi para a melodia do joguinho, até mesmo porque não encontrei nenhum na Internet (que absurdo). Só que o Blogger não hospeda esse tipo de arquivo, então não posso mostrar aqui este fruto de meu trabalho.

segunda-feira, 17 de março de 2008

canto: eu já sabia!

Cristina Gawlas Viena, 16 mar (EFE).- Cantar não é apenas uma das formas de expressão mais antigas do ser humano, mas também pode curar muitos males, garantem cada vez mais médicos, que recomendam a prática do canto com regularidade, embora os estudos sobre seus efeitos benéficos do canto sejam recentes.
Até pouco tempo atrás, não existiam estudos científicos a respeito do assunto, mas resultados de pesquisas recentes confirmam inclusive que cantar deveria ser receitado pelos médicos, afirma a doutora Gertraud Berka-Schmid, psicoterapeuta e professora da Universidade de Música e Artes de Viena.
A especialista critica pais e professores que tentam proibir as crianças de cantar porque "não sabem", pois assim as privam de sua capacidade de "personificação" e o acesso à experiência do som.
"Isso faz com que a consciência da personalidade mude, reduzindo seu desenvolvimento, porque poder levantar a voz, ser ouvido, ser reconhecido e aceito é de importância vital para um ser eminentemente comunicativo como o ser humano", afirma Berka-Schmid em declarações à revista de medicina austríaca "Medizin Populär".
"Cantar é a respiração estruturada", afirma a médica, explicando o efeito fisiológico da respiração abdominal - a mais profunda -, que prevalece quando se canta e que se transforma em massagem para o intestino e em alívio para o coração.
Além disso, garante a doutora, essa respiração fornece ar adicional aos alvéolos pulmonares, impulsiona a circulação sanguínea e pode melhorar a concentração e a memória.
Na opinião da especialista, cantar é um ótimo remédio para os males específicos do nosso tempo, porque equilibra o sistema neurovegetativo e reforça a atividade dos nervos parassimpáticos, responsáveis pelo relaxamento do corpo.
Cantar gera harmonia psíquica e reforça o sistema imunológico, importantes frente a problemas tão freqüentes hoje em dia, como os transtornos do sono, as doenças circulatórias e a síndrome de
burnout - a exaustão emocional.
As conseqüências de um estímulo nervoso excessivo são típicas dos tempos atuais, afirma a especialista: as pessoas não agüentam os próprios impulsos, se isolam, se bloqueam e paralizam ou acumulam agressividade.
Através da voz, o ser humano é capaz de expressar seus sentimentos de tal maneira que pode se desfazer de uma série de más sensações.
Em algumas ocasiões, isso não é possível apenas falando normalmente e, por isso, o canto desempenha um papel essencial.
Lembrando o ditado "quem canta, seus males espanta", não há diferenças em cantar sozinho, em dupla, em coro ou no banheiro, assim como não importa se a pessoa desafine, garante Berka-Schmid.
O corpo é o instrumento de que dispomos para nos comunicar e jogar fora a ira acumulada. A respiração varia de acordo com as emoções, pois quem está agitado, por exemplo, tende a respirar de forma diferente daquele que se encontra triste.
Na prática, observou-se que pacientes com Mal de Alzheimer, graças a uma música conhecida, recuperaram algumas lembranças, e pessoas que sofreram apoplexia conseguiram voltar a falar através do canto, segundo a especialista.



Li no Yahoo. Esta merecia o copy/paste integral. Quem me conhece sabe que vou discordar um pouquinho da parte em que se diz "não importa se a pessoa desafine". Se eu perco o tom e percebo - quase sempre percebo - fico mal; já a pessoa que viaja demais na afinação perto de mim ganha uma careta. No mais, é isso mesmo: ai de mim se eu não cantasse. Você deveria tentar também.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Já tive esse mesmo sonho outras vezes nas últimas semanas. Vários livros aparecem abertos diante de mim, começo a lê-los em voz alta ou apenas mentalmente. Os temas são familiares, compreendo cada palavra, mas não me recordo de nada ao acordar, perco todas as informações. Hoje vi também pedaços de papel com anotações feitas à mão; essas, tenho certeza de que sequer consegui ler.
Conversei com uma amiga iniciada em espiritismo a respeito e ela acredita que posso estar prestes a receber uma mensagem, algo que devo divulgar, quando chegar a hora desse conteúdo se revelar.

sábado, 8 de março de 2008

felipe carrillo puerto

Felipe Carrillo Puerto nasceu na cidade de Motul, México, em 1874. Foi governador de seu estado natal, Yucatán, entre os anos de 1922 e 1924. Progressista, teve como principais bandeiras a reforma agrária, o voto feminino e a conquista de direitos pelos índios maias. Era conhecido como Dragão Vermelho com Olhos de Jade por seus inimigos e Apóstolo dos Índios por seus admiradores. Teve mais treze irmãos, e praticamente todos lutaram pela melhoria nas condições de vida dos povos maias, exceto um. Puerto foi assassinado em janeiro de 1924. Quando ele foi morto, três de seus irmãos, Wilfrido, Benjamin e Edesio, também perderam a vida, além de oito amigos.
Puerto viveu um romance com a jornalista norte-americana Alma Reed, o qual foi celebrado na canção "La Peregrina".
Duas cidades mexicanas têm seu nome, nos estados de Quintana Roo e Oaxaca. Há também uma avenida na periferia da cidade de São Paulo, Brasil, chamada Felipe Carrillo Puerto.

Adaptado do Wikipedia. Clique para ler o artigo original (em inglês).

sexta-feira, 7 de março de 2008

obama citando sandman

No banner abaixo, o clássico duelo de palavras entre Sandman e um demônio (com a cara do David Bowie, pelo que me lembro) na quarta edição do aclamadíssimo título escrito por Neil Gaiman, transposto para a disputa para a vaga dos Democratas (de lá) à eleição deste ano. Obama se põe no papel do vencedor, claro.

PS1: Não apóio qualquer dos postulantes à eleição americana, com ou sem o apelo quadrinístico.
PS2: Preciso fazer um favor a mim mesmo um dia desses e ler Sandman completo.
PS3: O gif é do Universo HQ, porque não deu certo fazer o upload da imagem gravada do meu micro.

quarta-feira, 5 de março de 2008

manhã

As manhãs ainda são belas, apesar do que fazemos. Um céu tão azul, a luz esplêndida que empresta ainda mais vida ao verdefolha e ao multicolorido de asas pétalas. Pássaros cantando a liberdade, voando junto ao chão, saboreando levar-se pelas altas correntes. Sorrisos puros, vozes cristalinas. As coisas estão onde devem ser procuradas.
Eu tenho tanto medo de me apaixonar.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

chance rara

O ano terrestre tem, aproximadamente, 365 dias e seis horas. De modo a não jogar fora essas horas "de sobra", a cada quatro anos surge uma data diferente em nosso calendário, inserida no final do mês de fevereiro. É o ano bissexto.
Isso é coisa que qualquer um sabe. Ou deveria saber.
Se o blogueiro não posta nada num dia 29 de fevereiro, se simplesmente o deixa passar, só terá outra oportunidade em quatro anos. Muito pode acontecer até lá. O blog pode perder o interesse. Circunstâncias adversas - cito falta de tempo como a menos trágica - podem limitar a disponibilidade do usuário.
Mas a situação mais chata seria deixar a data passar batida de novo por puro desleixo após tão grande lapso de tempo.
Na dúvida, o melhor é postar, mesmo que não se diga nada muito útil.

***

O texto original para o post acabava aqui. Felizmente, porém, encontrei pauta. Para minha sorte, ela está relacionada à idéia de chance rara. É que acabei de assistir o episódio de Lost desta semana e, nossa, achei espetacular. Coisa nesse nível de excelência na série, eu vi pela última vez no final da terceira temporada. E na televisão em geral...atrevo-me a dizer nunca. O volume de coisas que vi e o que me fizeram sentir...Longe de mim parecer fanático, mas Lost é para entrar na história, mesmo.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

loucuras

Estava eu a checar a grafia de uma palavra para minha mãe na edição antiga do Aurélio que temos em casa e meio sem querer deparei com a definição de manicômio segundo o próprio: "hospital de loucos". Tal significado não me pareceu adequado a constar de uma obra que se julgue tão importante à lingua portuguesa, então corri a ver que diziam outros dicionários - em suas versões online, pois não sou lexicógrafo nem gramatiqueiro. O Houaiss, minha primeira escolha, só o assinante UOL pode acessar. O Michaelis define manicômio como "hospital de doentes mentais" - melhor que loucos. Encontrei no Priberam, um serviço português, coisa ainda melhor, que transcrevo integralmente, mantendo a grafia de lá:

manicómio

do It. manicomio, Gr. manías, louco + kom, r. de komeín, tratar
s. m.,
hospital ou instituição asilar onde se tratam doenças mentais.

Algo mais digno de dicionário, a meu ver. Que não se deixe de atentar, contudo, à etimologia da palavra: a tradução literal dos radicais gregos que lhe dão origem de fato dizem manicômio tratar-se de "hospital de loucos". Mas isso só ficaria bem no dicionário se antes especificassem a definição como popular, vulgar, que seja.
A propósito, não é a primeira vez que o Aurélio surpreende assim, negativamente. O verbete efeminado, ao menos nesta versão antiga, não me deixa mentir.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

seis milhões...e contando

Seis milhões é o número de veículos emplacados na cidade de São Paulo atualmente. Estima-se que tal marca será alcançada hoje.
E contando, pois logo todos estarão parados num congestionamento monstruoso e ficará fácil dizer qual o número exato deles "na mão".
Previsões apocalípticas à parte: a média habitante/carro de São Paulo é a mesma de Paris. Seria chique, se os parisienses não tivessem à sua disposição uma rede de trens metropolitanos que atravessam todos os arrondissements da cidade. Já o nosso metrô é aquela coisinha insignificante que bem conhecemos. E quando finalmente se dispõem a ampliar a malha...
Transporte de massa aqui na cidade sempre foi tão coisa de pobre que foi deixada para último plano ao longo dos anos. E o resultado são centenas de ruas e avenidas entupidas de carros, a maioria deles com um único ocupante - o condutor. Coisa triste de constatar; faça o exercício.
E lá vamos nós rumo a razão um por um?

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

sem-eclipse

No dia do único eclipse lunar total do ano, o céu está todo encoberto, porque não teve chuva forte hoje, pela primeira vez em muitos dias.
Quando não é para ser...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

quero andar de bicicleta...

Meu sonho de consumo de jovem adulto paupérrimo é uma bicicleta. É a primeira coisa que providenciarei quando houver um dinheirinho que chegue. Não estou nem um pouco por dentro dos modelos à venda, das vantagens de cada um e se seus preços justificariam o investimento. Isso é o menos; encontro quem me assessore...alguém que não seja um vendedor.
Penso na bike e nos passeios bacanas que posso fazer com ela, e já é possível bolar alguns programas, mesmo numa cidade sem muitas alternativas de locomoção além de ruas congestionadas. Ciclovia é coisa raríssima, há poucos bicicletários, e pedalar aspirando toda essa poluição não deve ser moleza. Mas devagar devagarinho, surgem uns prós. Durante os finais de semana e nos feriados, os ciclistas podem pegar carona nos metrôs e trens da CPTM, das 15 às 20 horas aos sábados (um tanto restrito, infelizmente) e das 7 às 20 horas aos domingos. Embarca-se no último vagão e, claro, não é permitido pedalar dentro da estação. Ah, ir a parques com a magrela sem muito se cansar, mesmo que eles fiquem meio longe de casa. Ou pegar aquele cineminha sem a preocupação de achar lugar para estacionar ou, pior ainda, esperar ônibus.
Mas meu espírito "radical" ainda iria querer mais; tornar a bicicleta o meio de transporte preferencial o deixaria mais calminho. Mas só seria isso possível morando perto de meus compromissos. Mundo louco. Até lá, tenho minhas leituras para aquelas intermináveis horas em coletivos.
Bem se vê, não quero a bike unicamente como objeto de lazer, ou para atender à correta ordem de praticar exercícios. Há um idealismo irresistível na idéia de pedalar; depender, de fato, apenas de si no simples ato de ir até ali e depois voltar.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

salto de sete quedas

Deixo de lado as motivações um tanto quanto mesquinhas do post anterior para falar brevemente de uma beleza brasileira, nossa, perdida há mais de vinte e cinco anos em nome do progresso pelo progresso.
Todos ouvem falar de Foz do Iguaçu, da maravilha de contemplar a imponente queda d'água que se faz ouvir a quilômetros de distância, espetáculo da natureza. E Salto de Sete Quedas, dizem-nos os que tiveram o privilégio de conhecê-lo, era ainda maior, mais belo, mais digno de superlativos. Situava-se no Rio Paraná e desapareceu completamente quando da originação do lago da usina hidrelétrica de Itaipu, colosso que abastece Brasil e alguns países platinos. Outra das faraônicas obras concebidas em época de ditadura militar que, sem o devido planejamento, cobrou seu preço. Ou alguém acredita que tamanha força da natureza cessa de existir por acaso?
Salto de Sete Quedas. Uma rápida pesquisa no Google nos permite descobrir que o sete era número cabalístico; podiam identificar-se quase vinte diferentes quedas nas "Cataratas do Paraná". O Wikipedia destaca ainda que resquícios do Salto são identificáveis quando do abaixamento do nível de água na usina, ressaltando, ao mesmo tempo, que a magnitude de outrora é irrecuperável mesmo com um improvável esvaziamento da represa.
São outros os tempos agora, foram-se os militares, vive-se à sombra dos estragos de sua época, com os quais é imperativo aprender. Devemos acreditar que um Salto de Sete Quedas não seria destruído nos dias de hoje, não porque agora temos "democracia", mas por haver maior comprometimento com a causa ambiental em toda parte. E em parte desse processo de crença induzida (porém não passiva, irmãos) contribuímos eu neste post e quem mais dedicou seu tempo a este assunto, na Internet ou por outras mídias.
Não se esqueçam de nossas cataratas submersas, mesmo aqueles que nasceram após o desastre, e não por ímpeto masoquista em recordar tristes histórias. Se alguém merece mesmo se incomodar com o sepultamento do Salto a ponto de ter noites mal dormidas são os responsáveis por tal barbárie. A gente lamenta e vai em frente, em nome do que ainda existe e vale a pena preservar.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

uma data para não lembrar

Amanhã, a pessoa a quem enderecei esta carta faz aniversário - boa memória tem suas desvantagens. Estive pensando em reenviar-lhe o e-mail: em meio aos montes de desejos de muitas felicidades em Cristo - pois, sabe, trata-se de alguém bastante popular e que adora afirmar a todos sua fé evangélica, neopentecostal, ou algo que o valha - eu me manifestaria dizendo, você, sob esse seu manto de alegria e luz, tem seu pecadozinho escondido, menosprezou alguém que só queria sua amizade por orgulho, preconceito...eu nunca soube, nunca saberei. Na verdade, até agora, não encontro motivo para não fazê-lo. Pôr uma pedra no passado, como muito se diz? Não pedi para ter esta lembrança; enviando novamente ou não a carta, a data no calendário me fará pensar na idiotice do gesto de quem me enganou. E então eu queria ser D., queria ser quem já esqueceu, mas sou quem ainda não foi capaz de. Então pensei numa coisa um tanto mirabolante: conversar com alguém a respeito antes de bancar, hã, a vilã amarga/amargurada. Logo comunico aqui minha decisão final.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

confirmed dead (comentário sobre o episódio de lost desta semana)


Não é algo que eu faço normalmente, mas este review que escrevi para a comunidade do Orkut Lost Brasil ficou tão bacana (ou seja, longo?) que veio pro blog também. Caia fora imediatamente se não quer ler spoilers!



E aqui estou, após ter assistido ao episódio duas vezes.
Pra começar, tenho de admitir uma coisa: pela primeira vez, desde que comecei a acompanharLost, a quantidade de perguntas não respondidas me incomodou. Um pouco, mas incomodou. Eu estava com um amigo quando vi o episódio pela segunda vez, e na parte em que Charlotte encontra o esqueleto do urso polar, após explicar pro meu brotha (rs) que o símbolo da Estação Hidra estava na coleira do urso, eu disse, "agora quero ver explicar como esse urso foi parar aí", ao que meu amigo respondeu, "se é que vão explicar". Então eu temi, pela primeira vez, por uma possível ausência de respostas, talvez para muitas das coisas estranhas que já vimos. Sei que Lost é um drama, com elementos de ação, ficção e etc., e mais do que tudo quero saber qual vai ser o destino de cada personagem, Oceanic 6 ou não, mas acho que seria muito feio não dar respostas a certas coisas, como por exemplo, à pergunta do Locke sobre o monstro. Para essa e muitas outras, eu não quero um "I don't know".
Pois é, minha fé na ilha sofreu um leve abalo hoje...

Queixa registrada, continuemos...bem, o pessoal que jogou Find 815 - não é meu caso, a propósito - deve ter ficado satisfeito com as referências ao game. Será que perdi muita coisa? E que equipe arrumaram para essa missão de "resgate", não? De todos, o quase-piloto do vôo 815 é o mais normalzinho (o que era aquela vaca?), e o oriental "caça-fantasmas" é o cara da vez para odiar. Pessoas com poderes como o dele não costumam ser retratadas com um temperamento diferente, mais pacífico? Sem contar que eles têm fotos do Desmond, do Ben...estão fazendo coleção ou o quê? rs
E Matthew Abaddon é um dos "bad guys", só pode. No que depender dele, ninguém nem pensa em procurar a ilha. Medo.
No mais: o helicóptero que todos esperavam desde Greatest Hits chegou à ilha. A saber quem vai embarcar nele pra ir para casa, se é que é ele mesmo o veículo de fuga dos Oceanic 6.
E o Ben? Se daqui em diante Lost entrar numa trajetória descendente inimaginável (já bati na madeira não sei quantas vezes; quem está lendo até agora, por favor, faça o mesmo) ainda vai valer a pena continuar assistindo só por ele. Mas que personagem. Nem sozinho e amarrado ele perde a venenosa lábia. E ainda me deixa na maior das dúvidas: dizendo o que sabe sobre o pessoal do helicóptero, ele está agindo no sentido de manipular todo mundo, como de costume, ou ele está mesmo com medo e simplesmente quer sobreviver?
No geral: um episódio inferior à estréia, com o problema de "ah não, perguntas demais" muito à vista, mas com bom ritmo e qualidade bem superior ao abismal Stranger in a Strange Land. Que venha The Economist...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

mais um desses golpezinhos

Em plena época de folia, olha o que me chega:


Gmail - RACISMO
Aviso Importante


Sr(a) usuário

Recebemos uma denúncia que em seu Profile foi publicado material inapropriado e um de nossos usuários fez uma denúncia. Pedimos que confirme se esta denúncia é verdadeira ou não. Caso não se manifeste no prazo máximo de 24hrs, seu Profile será cancelado. Lembre-se! Você precisa estar ciente que não está de maneira alguma sendo ofensivo com nenhum usuário ou ter publicado alguma imagem ao qual possa ferir a integridade moral de um de nossos membros. Para que você possa nos informar que esta denúncia não procede, por favor siga os passos abaixo:
Passo1 - Clique no link http://www.orkut.com/conf.apx?985372334=myprofile034856304
Passo2 - Ao carregar o site, clique no botao de confirmação informando que essa denúncia relacionada à você não procede.
Passo3 - Aguarde a mensagem de conclusão.



Atenciosamente

Equipe Relacionamentos - Orkut.com

©2007 Google


O pior é que o email tinha símbolo do Orkut no corpo e tudo mais. Podia até ter enganado alguém mais desavisado. Mas ao passar o mouse pelo link que eles fornecem, há um atalho para um site completamente diferente. Lá, provavelmente pedem para o usuário digitar login e senha para resolver essa "situação".
E olha o remetente:

ORKUT-CANCELAMENTO DE CONTA

Não dá para levar a sério um endereço de e-mail digitado em Caps Lock, né?
Ainda assim, pode ser que a pessoa fique encucada. Mas, aqui entre nós...um site te acusa de racismo, e aí? Podem te responsabilizar criminalmente? É complicado, não deve valer a pena. No máximo, eles banem seu perfil. Aí você faz outro, grande coisa. Ou nem faz, vá. Se Orkut fosse útil, a gente não veria tanta atrocidade por lá.
Tem de ser impusivo demais para cair nesses contos. Ou dar muito valor a bobagens.
Ah, e eu nem comentei da "intimação" que recebi, pelo meu email do Yahoo - breve, mais um braço da Micro$oft - que consistia de uma intimação para tomar parte de um processo no Ministério Público Federal. Algo assim. Tinha até selo da instituição no email, não sei se legítimo. Para saber do que se tratava, era clicar num arquivo anexado. E a coisa ainda me foi enviada duas vezes. Por favor!

domingo, 3 de fevereiro de 2008

eu, etiqueta (carlos drummond de andrade)

Em minha calça está grudado um nome
que não é meu de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que a moda
seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que antes era e me sabia
tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer, principalmente).
E nisto me comprazo, tiro glória
de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam,
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrina me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de ser não eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
E desde sua partida cada cômodo é habitado por um perturbador silêncio. Eu o temo quando a noite chega e a inexorável solidão se atesta.
A todo momento, a folgar na casa que agora é estranha, sem que me dê conta, aguardo seu retorno. E se estou fora, quando vejo os veículos passarem e um deles lembra o seu, meu coração me engana, dizendo que o dia de seu retorno já chegou; ou pior, que nunca houve partida.

o princípio do fim (calma, gente)

Lost voltou nesta última quinta para os norte-americanos e os fãs de outras partes do mundo incapazes de esperar um segundo a mais pela estréia da quarta temporada; como é de se supor, faço parte, com muito orgulho, do último grupo citado. O episódio estava disponível na internet, já com legendas, no final da madrugada do dia 31 para o dia primeiro, horas depois de sua exibição no canal ABC, e antes que a manhã acabasse, já estava bonitinho em meu computador - assisti duas vezes. Ponto para a tecnologia que tornou isto possível - transmissão de dados veloz - e sinceros agradecimentos à legião de fãs doentes encarregados da tradução das falas de cada personagem, da inserção de legendas no vídeo original e também - quanta coisa! - da "quebra" do arquivo em diversas partes para facilitar o download.
Quanto ao episódio em si, mantenho-me fiel à minha política de não divulgar spoilers - fáceis demais de serem encontrados pela rede - e digo que o retorno cumpriu a (enorme) expectativa deste lostmaníaco. Aquele espectador ávido por respostas imediatas pode se desapontar, contudo. Fatos novos são introduzidos, confirmando alguns rumores divulgados pela internet (sempre ela).
O seriado agora toma um rumo sombrio, conseqüência lógica dos eventos finais da temporada anterior, a saber, a morte de Charlie e a iminente chegada à ilha de pessoas cujos interesses são incertos. Começa aqui a preparação de terreno para o famigerado flashforward que mostrava Jack e Kate fora da ilha, mas longe de terem seus problemas resolvidos. Como é de Lost que estamos falando, neste primeiro episódio são apresentadas novas e curiosíssimas peças de um quebra-cabeças ainda distante de ser plenamente elucidado.
Os longos meses de abstinência chegaram ao fim. Isso é uma excelente coisa. Mas isso não torna mais fácil esperar a semana seguinte por mais um episódio novo em folha. E ainda essa greve de roteiristas em Hollywood, que promete, até o momento, cortar a quarta temporada ao meio.
O que será de mim quando Lost acabar? Estou completamente viciado. O dia em que decidi assistir ao episódio piloto pela primeira vez foi o começo do meu fim.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

tropa de elite

Devo ter sido um dos poucos brasileiros que não assistiu a Tropa de Elite no ano passado. Por este motivo, simplesmente não podia rir de boa parte das piadas que circulavam por todos os meios sobre o Capitão Nascimento e seu batalhão. Foi um fenômeno pop, sem dúvida. Não foi sem receio que enfim conferi a fita. A última grande febre nacional foi Cidade de Deus, que poderia ter sido um ótimo filme, mas em minha cotação ficou apenas no bom, tendendo a mediano, por causa da produção pretensiosa que parecia gritar a todo momento "Hollywood, você precisa me amar". Será que este Tropa sofre do mesmo mal?, eu me perguntava. Felizmente, a resposta é não. Não pretendo me alongar aqui; só digo que o filme funciona bem. Dá até para pensar um pouquinho: a ideologia e principalmente as atitudes violentas da tropa se justificam?
E tudo o que falaram do Capitão Nascimento é a mais pura verdade. Acho que estão perdendo tempo: já deveriam tê-lo mandado à caça do Bin Laden. Só para aquecer, claro.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

mundo

É de ontem, vocês se incomodam? E um tanto clichê, também.

Bush pedirá ao Congresso 70 bilhões de dólares para a guerra em 2007

Ah, se não fosse tão necessário fazer a guerra, sempre, fico pensando, o que se poderia fazer com uma dinheirama dessas. Teria de ser algo igualmente lucrativo, sem dúvida. Já se ouviu falar em pessoas passando fome, mas buscar uma solução para esse leve embaraço não encheria os bolsos de capitalista algum.

tecnosonho

Esquisito por demais...
Eu estava conversando com alguém via MSN (ou outro programa desses? bem, quase não uso outro) e assim, sem mais, a pessoa pede minhas senhas na internet (para quê?) e eu, sem mais ainda, passo elas, de boa. Só depois que me ocorre a besteira que fiz e penso, com certa tranqüilidade, que depois devo mudar todas as "palavras-passe" (vi isso uma vez, não lembro onde; não soa engraçado?), agora públicas, mas não sem antes pensar num novo critério para criá-las, porque eu tenho uma "receita" para criar senhas, sim, e você também deveria.
Coisa estranha...


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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

pink floyd live at pompeii...e minha cabeça oca


A música de Pink Floyd - colorida, criativa, surrealista e muito inventiva - adapta-se muito bem a criação visual. No anfiteatro e nas ruínas da antiga cidade de Pompéia, a banda Pink Floyd leva o público a uma extraordinária experiência audiovisual. O filme foi gravado na arena durante o dia e nas fantásticas paisagens de vulcões em erupção à noite, numa perfeita transição do áudio para o vídeo. As canções começam e terminam com a música "Echoes", do álbum "Meddle" e inclui também as seguintes músicas:

Echoes
Careful With That Axe Eugene
A Saucerful Of Secrets
"Us And Them"
One Of These Days
Mademoiselle Nobs
"Brain Damage"
Set The Controls To The Heart Of The Sun
Echoes

O diretor Adrian Maben nos traz esta versão novíssima de um filme lendário. Somando-se às entrevistas originais realizadas durante a gravação de Dark Side Of The Moon, essa versão apresenta a única e pessoal filmagem da banda trabalhando em "Live at Pompeii" em Paris, tomadas atmosféricas e novos efeitos visuais.



Tenho o DVD desde 2003 - o texto acima, copiei do encarte - e ele estava inexplicavelmente encostado desde então. Uns meses atrás, foi feita justiça: a produção é fantástica, claro. E quem lesse o blog logo iria ficar sabendo. Mas o próprio respectivo post foi parar na gaveta também, até agora. E a culpa nem foi a preguiça de me alongar em minhas impressões acerca do filme; em verdade, nunca tive intenção de fazê-lo. Simplesmente aconteceu. Dois pequenos pecados cometidos diante de uma mesma bela obra. Vergonha...nem a data em que a vi pela primeira vez tenho para registrar.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

heath ledger

Rapaz de 28 anos, talentoso, bem-apessoado, carreira em franca ascensão. Artista.

Morto. Ao que tudo indica, suicidou-se.
Se confirmado, eis mais uma dessas situações em que nada faz sentido algum.

mirante - janeiro

O tempo promete ser muito estranho ao longo deste ano.
Lembro-me de pouquíssimos dias típicos de verão desde que voltei do Rio. No primeiro final de semana do ano e nos dias seguintes, havia sol, mas não o calor insuportável típico da estação, pelo menos não para mim: à minha volta, as pessoas se queixavam dos dias quentes. E não chovia: à tarde, as nuvens se adensavam, mas não caía uma gota sequer; no máximo, as temperaturas caíam durante a noite. E em pleno janeiro, a seca chegou a preocupar, os níveis dos reservatórios de água perigosamente baixos. Então a temperatura resolveu subir, para simultâneos desespero e alívio, respectivamente pelos dias abafados e o retorno, ainda que tímido, das chuvas. E chego agora ao final de semana passado. Aquele com a frente fria que trouxe chuvas quase ininterruputas até, digamos, ontem, e derrubou a temperatura a níveis invernais. Já tivemos dezesseis graus em São Paulo. Dezesseis. Hoje, o sol está de volta, mas o frio destes últimos dias nos deixa uma manhã típica de inverno, das que se reluta em abrir as janelas num primeiro momento. Tudo isso em menos de vinte dias.
E eu queria tanto um feriado com tempo agradável, mas não sei o que esperar. Estações do ano é um conceito comprovadamente obsoleto.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

sobre o (fim do) sarcasmo

É algo que sempre fiz questão de demonstrar, desde que percebi presente em minha personalidade. No meu perfil do Orkut, por exemplo, está lá, assinaladíssimo: humor seco/sarcástico. Eu procurei refiná-lo observando o Chandler de Friends e me considerei amador ao conhecer o dr. House. Sempre gostei quando as pessoas notavam essa minha tendência à acidez.
Agora, porém, não acho que sarcasmo seja algo bom a ser cultivado. E o motivo é essa minha fase, por assim dizer, espiritualista.
Desde que comecei a freqüentar esse centro kardecista, coisa de um mês atrás, comecei a repensar certas atitudes, que julguei em parte responsáveis pelo estado de inquietação em que me encontrava e que podem ter sido responsáveis pela necessidade de buscar ajuda tão inusitada. Também tenho tido acesso a textos de inspiração espírita. Já por várias vezes li que as palavras ferinas atingem também aquele que as pronuncia. Nesses ataques pessoais, sob o disfarce de insights super inteligentes sobre o que o outro tem de falho em sua personalidade, acabamos por revelar mais de nós mesmos. Se vejo tão claro o erro de alguém e o utilizo como arma, a amargura, o descontamento, isso faz parte antes de tudo de mim. Também não me gosto e projeto tal sentimento negativo nos outros, o que só o faz aumentar.
Outra coisa que se diz em minhas leituras: se sua palavra não for positiva, num momento de crise, por exemplo, guarde-a para você. Pensa-se melhor e em seguida você nem lembra o que o deixou nervoso.
O sarcasmo parecia algo tão característico de mim, agora estou trabalhando para eliminá-lo, na tentativa de ser uma pessoa melhor. Ao menos por ora, isso me faz sentido.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

mandamentos

"É melhor ser alegre que ser triste"
Crer em alguma coisa que duvidar de tudo
Fazer melhor hoje que lucubrar sobre o passado
Cultivar o carinho de quem está próximo
Em vez de envolver-se ao frio do mundo.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

E nestes dias parece que a única solução para evitar a insanidade é crer-se possuidor de uma alma, crer que a existência reservada aos seres humanos é muito mais que a ganância, a ambição desenfreada que tomaram conta desta terra e ameaçam lançá-la para sempre nas trevas da devastação e do abandono antes mesmo do apagar de nosso céu. É que para viver sinto necessárias outras luzes, que não cessem ao fechar dos olhos.

domingo, 13 de janeiro de 2008

do fausto (goethe)...

A definitiva palavra de quem sofre de amor...



MARGARIDA (só, fiando)

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Não a torno a achar, mais, não.

Lugar onde o não encontre
É triste qual sepultura,
O mundo todo parece
Repassado de amargura.

A cabeça desvairada
Tenho, e turvo o pensamento.
Saudades, ai que endoidecem.
São meu contínuo tormento.

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Mais não torno a achá-la, não.

Quando à janela me chego,
Querem meus olhos buscá-lo;
E quando saio de casa
Somente quero encontrá-lo.

O seu ar é majestoso
E gentil sua estatura,
Que fogo altivo nos olhos!
No sorriso, que doçura!

E se dos lábios lhe correm
Doces falas de de encantar,
Quando a mão ele me aperta,
Quando chega a me beijar!

Perdido tenho o sossego,
Magoado o coração;
Fugiu a paz da minh'alma,
Não a torno a achar, mais, não.

A ele meu peito aspira
Todo em amor abrasado;
Oh, quem me dera tê-lo aqui
Nestes braços apertado.

E tanto tempo beijá-lo
Que me pudesse fartar,
Ainda que de seus beijos
Eu houvesse de expirar!

sábado, 12 de janeiro de 2008

pague-se

E sob o pretexto de destinar mais recursos à saúde pública, há alguns anos foi criada a contribuição hoje conhecida por CPMF. Isso faz uns dez anos. Era para ser algo provisório, está até no nome. A seu favor, além da boa causa da saúde, dizia-se que era imposto impossível de sonegar.
Na época da CPMF a dengue voltou. Voltou para valer. Algo faltou, então. provisório da CPMF era prorrogado e prorrogado, um dinheiro de que o governo dizia não poder abdicar.
Agora, comemora-se por aí o fim da infame contribuição, um dinheiro a menos que o cidadão deve ao Estado. Muito se discutiu para a eliminação, ou não, depende se falamos de oposição ou governo, desse único imposto. E já pagamos outros tantos, mas ninguém se empenha em rever a quantidade desses tributos sobre tributos. Ou de coibir a temida sonegação que não alcançava a contribuição defunta.
Hoje, um surto de febre amarela se avizinha em nossas cidades. Com ou sem CPMF, é um risco real. Enquanto isso, continua-se pagando, continua-se falando demais.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

madrox

Mais um gibi "velho" que merece review. É de 2004, foi publicado aqui em 2006, e eu só li essa semana. Enrolado, não? E ainda quero contar uma historinha...
Fatos e fotos. Eu, quatorze anos de idade, fã do desenho dos X-Men - aquele citado no post anterior. Não demorou e me tornei também leitor do gibi dos X-Men; à época, um daqueles formatinhos da Abril. Descobri que os quadrinhos mutantes eram um universo bem mais amplo que o mostrado na telinha. Já na minha primeira revista, conheci um punhado de personagens novos, a citar alguns: Jamie Madrox, o Homem Múltiplo; e um cara fortão chamado Guido Carosella. Em princípio, achei que fossem vilões, mas na saga dos mutantes que peguei em andamento ficou claro que eles estavam sob domínio do Rei das Sombras (ei, esse eu já conhecia). Verdadeiro vilão vencido, muitos mutantes bonzinhos no mesmo lugar: logo de cara presenciei uma reformulação nas equipes X - ingênuo que era, para mim a coisa era definitiva. Madrox e Guido passaram a fazer parte de uma equipe mutante subordinada ao governo norte-americano, o X-Factor, ao lado de outros personagens novos para mim, como Destrutor, Polaris e Lupina, mas que o tempo mostrou terem muita história antes de formada a equipe. E suas aventuras eram publicadas, ufa, em X-Men. Chamavam atenção as altas doses de humor nas situações vividas pelo grupo, algo que até então me parecia inconcebível num gibi de super-heróis - eu ainda não havia sido apresentado à Liga da Justiça de Keith Giffen e J.M. deMatteis, pioneira nessa abordagem. O codinome de Guido, o cara fortão, era...Fortão. De qualquer modo, eu gostava bastante daquelas histórias, e agora vejo o X-Factor cômico como uma das poucas coisas nos quadrinhos mutantes dos anos noventa digna de ser lembrada.
E então surgiu esta minissérie, Madrox. O fator nostalgia bate forte na hora de pegar e ler o gibi: além do personagem-título, Lupina e Fortão também estão lá, e o escritor é o mesmo daquele bom X-Factor, o talentoso Peter David. Mas a história tem seus méritos próprios.
Jamie Madrox agora é um detetive particular num canto de Nova York denominado Cidade Mutante. Ele tem dois intrigantes casos em mãos: o de uma mulher que duvida da fidelidade do marido, um mutante paralítico mas capaz de criar uma projeção astral de si mesmo, e o de uma cópia sua que aparece esfaqueada e à beira da morte após retornar de Chicago, cidade bem violenta mesmo na vida real. Lupina, Fortão e uma outra cópia vão investigar o possível adultério, e o Jamie original encaminha-se a Chicago saber quem tentou matá-lo e por quê. Neste último plot concentra-se a parte noir da trama, como o narrador - o próprio Jamie - faz questão de dizer a si mesmo o tempo todo.
Peter David teve uma idéia muito interessante para trabalhar Madrox. Um homem múltiplo não precisa fazer escolhas, não à maneira que nós, pessoas "inteiras", estamos acostumados: optando por caminhos que nos desviarão irremediavelmente de outros. Ele pode ir em qualquer direção imaginável, bastando para isso criar uma cópia e dizer, "vá". Então ela retorna e Jamie absorve o conhecimento adquirido. E há cópias de Madrox por toda a parte, assimilando todo tipo de experiência - há um Jamie shaolin! Como efeito colateral, contudo, as cópias criam um ponto de vista próprio sobre as realidades vivenciadas, criando certa confusão na mente do original e também colocando-o, vez ou outra, em boas enrascadas.
Assim, o inusitado, tão bem-vindo nas histórias dos mutantes da Marvel - e inexplicavelmente escasso na maioria delas - marca presença nas páginas desta mini, extremamente indicada para eternos fãs que há muito evitam os títulos X devido ao marasmo dos mesmos, situação que já dura longos anos e nos faz buscar, quase sempre, lá no passado a lembrança de boas sagas.
As aventuras de Madrox e dos outros continuam na nova série do X-Factor, também de Peter David, que breve devorarei com o mesmo gosto, assim espero.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

eu convoco o poder total da tempestade!

Dá pra acreditar que esta frase, mais do que digna a figurar no rol de coisas mais toscas já proferidas por personagens fictícios em todos os tempos, não tinha nenhuma ocorrência no Google até agora? Bem, acabei de mudar isso.
Ouvir a Tempestade invocando os elementos ao usar seus poderes era uma das coisas mais duras de agüentar no desenho dos X-Men dos anos 90, que passou por um bom tempo na Rede Globo.
E falando nisso...
Sabe o que me faria convocar o poder total da tempestade? A nulidade chamada Big Brother Brasil, atualmente em sua oitava edição. Sempre que isso volta ao ar, eu penso: há ainda interessados no programa da casa cheia de gente vazia? Mas todos os potenciais espectadores devem se fazer a mesma pergunta e, em vez de usar o bom senso, voltam a dar ibope para a coisa, perpetuando a máxima "é ruim, mas como tem quem veja, vai continuar". E sempre há quem alegue falta de opção...sabe, pessoas a quem a alternativa desligue a televisão não foi apresentada.
E, pelo que andei lendo, BBB está garantido até o ano de 2011, no mínimo. Até lá, vamos ver se manifesto poderes climáticos...mas dispenso o discurso empolgado da Tempestade do desenho: a tevê já tem chatonildos de sobra.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008


E viva a falta de pauta...