domingo, 23 de maio de 2010

cantique de jean racine (fauré)

Para um bom domingo: a belíssima Cantique de Jean Racine, de Gabriel Fauré, na interpretação do Cambridge Singers.

Tem até a partitura para aprender a cantar junto, na sua voz ;)





A sugestão foi da Tatiane Olsen, mais uma vez.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

loyola brandão e a falação

Um dos livros cuja leitura mais me arrebatou é brasileiro. Ele se chama Não Verás País Nenhum e foi escrito por Ignacio de Loyola Brandão. A história se passa numa São Paulo de um futuro tão aterrador quanto possível: a especulação imobiliária tomou todo o espaço disponível e destroçou a vida nos bairros, os carros foram proibidos de andar nas ruas porque eles simplesmente não saíam mais dos congestionamentos, o clima é sufocante mesmo à noite. O apocalipse se estende ao país inteiro: a Amazônia se tornou um grande deserto, os governantes mentem, oprimem, matam. E tudo aconteceu basicamente porque deixamos...
É livro para comentar e citar pelo resto da vida. Destaco agora palavras sobre a "falação" que se forma em torno de certos assuntos de relevância, no mínimo, discutível e na qual às vezes embarcamos sem nos dar conta, até o momento em que simplesmente não conseguimos mais ouvir falar sobre o caso e constatamos que tanta discussão não fez a menor diferença...


"Um país onde há séculos se deita falação. Desde a carta de Pero Vaz de Caminha. A falação foi uma característica que os Esquemas souberam capitalizar, introduzindo na psicologia popular. Fizeram com que a falação se transformasse numa cortina de fumaça, encobrindo tudo que fosse possível.

O processo de falação obedece a uma seqüência invariável. Um primeiro momento, o da chamada denúncia. Alguém levanta o problema. Em seguida, uma fase delicada. A das vozes indignadas, governamentais ou não, que se erguem exigindo providências. O terceiro momento requer habilidade.

É a fase das promessas. Garante-se a formação de comissões de inquérito, promovem-se passeatas controladas, editoriais consentidos na imprensa, entrevistas categóricas. Este período é essencial, exige uma avalanche de falação contínua, exacerbada, exasperante. Falar até o total sufoco.

Não deixar ninguém raciocinar. Repisar indefinidamente o assim, até o ponto de completa saturação. Falar, falar até o esgotamento. E então, de repente, ninguém mais pode ouvir sequer comentar as tais denúncias. Elas se esvaziam. (...)

Os sistemas de governo se sucederam, as noções políticas se modificaram, menos a falação. Esta prosseguiu, como tara hereditária.(...)

Veio a Falação. (...) surgiram os protestos, artigos, e falatório contra tudo o que parecia errado para eles. Lutavam, denunciavam, protestavam, organizavam manifestações de rua, assembléias, cortejos, comícios, atos.

(...)

Quando a falação se iniciava, o poder se calava. Por um tempo. Depois, se indignava. Lentamente seus membros passavam a engrossar a fileira dos que contestavam. Até que todos, absolutamente todos, estavam falando.

Enquanto falavam, deixava-se a esperança de que providên­cias seriam tomadas. Era a nuvem de fumaça. As pessoas se esgo­tavam na falação. Cansavam o assunto, esvaziavam. Morria."



Pergunte-se qual é a falação do momento. E por favor, leia Não Verás País Nenhum.



domingo, 16 de maio de 2010

dia do gari

Hoje, dia 16 de maio, é o dia do gari. Foi por acaso que descobri a data, mas é uma informação que vem bastante a calhar.

O gari, esse profissional de vida dura, com a difícil tarefa de manter um pouco mais limpas as ruas da cidade que, por vezes, nós mesmos ajudamos a sujar. Você, que esteve no centro de São Paulo neste final de semana, imagine o trabalho que os varredores não terão ao final de mais esta Virada Cultural. Ainda temos muito a aprender, principalmente no que se trata de respeitar o serviço de uma categoria que muitas vezes tratamos como invisível e do qual só lembramos na hora de criticar.

Ou, pior ainda, para nos colocar acima de um pedestal imaginário, porque não somos aqueles que fazem o "desprezível" trabalho manual, cuja má fama alguns acreditam remontar aos tempos da escravidão.

E o mau exemplo já veio da boca de um conhecido "formador de opinião". Num descuido na parte técnica da Rede Bandeirantes, Boris Casoy mostrou sua verdadeira face, em frases escancaradamente preconceituosas, vergonhosas.

Relembre (ou conheça) o caso agora:







A lição? Sejamos mais humildes e vamos nos policiar para que nossas opiniões não reflitam ideias ofensivas - ainda que o preconceito não esteja tão "na cara" quanto na fala do senhor aí em cima.

Parabéns aos garis por seu dia, e minhas sinceras saudações a todos que realizam seu trabalho de maneira digna.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

duas demolições. só uma é notícia

O metrô de Santo Amaro, a lenda, está de volta à pauta...
O Metrô já vem desapropriando e desocupando alguns imóveis aqui na região. A companhia "escolheu" para suas futuras obras um terreno onde se situava um imóvel grande na avenida Santo Amaro, onde até um tempo atrás funcionava uma casa noturna, para sermos bem eufemistas.
Só para variar, o Metrô fez as coisas meio lentamente, e o imóvel acabou invadido. Moradores da região ficaram incomodados, não sem razão. Seguem links para matérias da imprensa que permitem acompanhar o caso.



E, por fim, foi ao chão.
Outro imóvel foi derrubado, do outro lado da avenida. Esse vinha sendo utilizado como residência já há algum tempo. Eram pessoas pobres, que talvez tivessem elas mesmas invadido a casa, abandonada, por não ter para onde ir. Que terá sido feito delas, agora que o Metrô decidiu tomar seu pedaço de chão para suas obras sem prazo de entrega? Foram para um casa nova? Cabe a pergunta, pois, evidentemente, isso não virou notícia. Talvez não se tratasse de algo que tirasse o sono da "opinião pública".

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ubi caritas

Por Tatiane Olsen


Ubi Caritas cantada pelo coro The King's College, Cambridge, é lindo de mais.

Onde há caridade e amor, Deus lá está

Unamo-nos em um único amor em Cristo

Exultemo-nos e alegremo-nos

Temamos e amemos o Deus vivo

E que nosso coração ame ao próximo sinceramente



bom fim de semana

segunda-feira, 3 de maio de 2010

gabriel's oboe

Aqui temos um dos meus coros favoritos, daqueles que tenho muito orgulho em dizer que pude cantar.
O filme A Missão tem trilha sonora composta por Ennio Morricone, músico italiano. A canção mais conhecida do filme é Gabriel's Oboe, posteriormente arranjada para coro a quatro vozes pelo maestro brasileiro Paulo Rowlands, que iniciou a trajetória no canto de muita gente, inclusive deste blogueiro. O texto cantado é uma oração em latim, o Angele Dei (anjo de Deus).
A seguir, a interpretação do coral Rondo Histriae, da Croácia (!) Assista e deslumbre-se. Não deixe de conferir mais do trabalho de Paulo Rowlands em sua página pessoal.


domingo, 2 de maio de 2010

andré fala do expansão sp no blog do @desabafo_sp

Que tal ler um post meu em outro blog?

Clique aqui para ver minha contribuição (que venham mais! rs) ao blog do @desabafo_sp, pessoal de olho na qualidade (?) do transporte nessa São Paulo caótica, caótica. No texto, busquei confrontar a propaganda maciça do Expansão SP com a realidade.

sábado, 1 de maio de 2010

Walt Disney + Salvador Dali

(decidi postar aqui no blog as coisas bacanas que recebo, via email, por exemplo. uma boa ideia pra ter sempre post novo)

Em 1946, Salvador Dalí e Walt Disney decidiram trabalhar juntos em um curta de animação chamado Destino. Infelizmente o projeto foi abandonado com menos de 20 segundos de animação pronta.

Mas, alguém dos estúdios Disney decidiu terminar o projeto baseando-se nos storyboards de Dalí.
O resultado:



Fonte:
http://pepsi.gizmodo.com.br/conteudo/o-encontro-de-disney-e-dali