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sábado, 30 de maio de 2009

marabá

Hoje o Cine Marabá reabre suas portas ao grande público. Ontem, houve algum desses eventos para convidados, com tapete vermelho e tudo o mais, isso apesar das calçadas  mal conservadas da Avenida Ipiranga...bem, o cinema estava fechado desde 2007 para reforma, a qual deveria respeitar a construção original, tombada pelo patrimônio público. Ainda assim, em vez da enorme sala do passado (com mais de 1500 lugares!), o Marabá agora tem cinco, uma delas com tecnologia 3D. É a primeiro dos antigos cinemas do centro a ser assim revitalizado para o circuito comercial, já que o Olido foi alvo de políticas públicas e hoje é um centro cultural diversificado. As demais antigas salas de exibição da região, onde em tempos idos só se entrava a rigor, elitistas que eram, apresentam atulamente em sua programação filmes não muito adequados a programas saudáveis em família ou entre amigos. Registre-se o ardente desejo de que a iniciativa no Marabá seja bem sucedida e inspire a revitalização cultural e humana do entorno.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Doutores da Alegria é um documentário de Mara Mourão. O grupo que empresta seu nome ao filme é composto de pessoas que realmente servem de exemplo a nós todos, em seu trabalho maravilhoso.
Quem assistir tem a chance - mais uma - de descobrir que a programação de verão de certas emissoras é abjeta.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

até onde pode descer?

Whoopi Goldberg não faz mais daqueles filmes tão marcantes, seja o choroso A Cor Púrpura ou o canoro Mudança de Hábito, ou mesmo o meloso-ocultista Ghost, que lhe rendeu o Oscar (a quem me perguntar, só as cenas engraçadas com ela são assistíveis). Ela também não apresenta mais aquela coisa longa e tediosa que é o Oscar. Que fim levou? A programação do começo da tarde na Record deu a resposta. Ela estava lá, num filme chamado Meu Parceiro É um Dinossauro. Me parece uma boa explicar o título para dissipar idéias errôneas sobre...Meu Parceiro é um Dinossauro. Se isso for possível. É daqueles filmes com dois "tiras" - gíria idosa, não? - que são escalados para trabalhar juntos, mas não se conhecem, então tem aquele estranhamento inicial que se supõe capaz de render situações engraçadas. Whoopi é um dos policiais. O parceiro é...bem, agora ficou fácil.
Ou seja...Tá Todo Mundo Louco, com todos aqueles comediantes com o dom de não me fazerem rir, não foi o fundo do poço. A praga deve ter sido feia, e eu nem acredito nessas coisas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

inéditos...para mim

Natal em casa, tirei o dia para "pescar" filmes na TV a cabo. Sabe, fazer valer um pouquinho mais o preço que se paga pela coisa.
Sem Licença Para Dirigir...é que deixei muitas Sessões da Tarde para trás. Um daqueles filmes típicos de adolescente dos anos 80, feito sem nenhuma intenção além de divertir. E diverte mesmo! Garoto quer tirar a carta de motorista e, com ela, o passaporte pra vida adulta (óbvio), e, de quebra, e mais óbvio ainda, conquistar aquela garota por quem ele vem babando. Aí ele reprova no teste, mas quem disse que isso vai impedi-lo de sair dirigindo? A mocinha é Heather Graham (Os Picaretas, Austin Powers 2), novinha e a cara da Barbie. O cabelo também...aliás, existe como assistir a filmes dessa década sem reparar nos desastres acima da cabeça dos atores? Mullets são só o começo...Questões capilares à parte, situações malucas, reviravoltas bizarras e piadas infames não faltam, e o final pode ser meio chocante para quem fechou com a coisa de "homens merecem carros".
O Sobrevivente é ficção científica, estrelado por Arnold Schwarzennegger. No ano de 2017, um estado opressor manipula a população divulgando informações distorcidas e entregando entretenimento barato da pior espécie. No programa mais popular da "Rede", e que dá nome ao filme, opositores do regime lutam pela vida numa arena, com direito a gladiadores e platéia ensandecida, e invariavelmente perdem - claro, até o Schwarza aparecer. Fazendo o papel que lhe cabe: sujeito monossilábico embora metido a frases de efeito e tiradinhas sarcásticas e chutador de traseiros. O futuro do filme é como um prolongamento dos anos 80: cabelos estranhos (dã!), músicas com sintetizadores. A coreografia das dançarinas do Sobrevivente, o show, é algo que inspiraria as loucuras de Hans Donner - uma olhada nos créditos finais mostra que a responsável pela bagaceira é Paula Abdul!
Longa vida a essa década insana, e aos filmes que eu deveria ter visto na época. Que me sejam dados mais momentos de pôr a diversão em dia.

domingo, 4 de maio de 2008

homem de ferro

O primeiro blockbuster do ano é muito bacana; assistam sem medo. A transformação de Tony Stark de playboy inconseqüente a super-herói com direito a interesse romântico a ser trabalhado em futuras seqüências (ei, é uma adaptação de quadrinhos hollywoodiana) é bem entregue. O carisma é tanto que é impossível não vibrar quando a armadura definitiva de Homem de Ferro singra os céus pela primeira vez depois de testes e mais testes, e isso vale mesmo para quem não faz o tipo engenhoqueiro do protagonista. Ação e efeitos visuais na medida certa, como é imprescindível em filmes do gênero. Quantos aos atores, sem grandes queixas; Robert Downey Jr. está ótimo e mesmo Gwyneth Paltrow se faz menos insossa que o usual no papel da ruiva Pepper Potts.
A tradicional participação de Stan Lee é divertidíssima, redimindo o chefão da Marvel daquela aparição jogada em Homem-Aranha 3. E permaneçam no cinema até o fim dos longos créditos finais para uma última cena de fazer os fãs do gibi babarem.


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

tropa de elite

Devo ter sido um dos poucos brasileiros que não assistiu a Tropa de Elite no ano passado. Por este motivo, simplesmente não podia rir de boa parte das piadas que circulavam por todos os meios sobre o Capitão Nascimento e seu batalhão. Foi um fenômeno pop, sem dúvida. Não foi sem receio que enfim conferi a fita. A última grande febre nacional foi Cidade de Deus, que poderia ter sido um ótimo filme, mas em minha cotação ficou apenas no bom, tendendo a mediano, por causa da produção pretensiosa que parecia gritar a todo momento "Hollywood, você precisa me amar". Será que este Tropa sofre do mesmo mal?, eu me perguntava. Felizmente, a resposta é não. Não pretendo me alongar aqui; só digo que o filme funciona bem. Dá até para pensar um pouquinho: a ideologia e principalmente as atitudes violentas da tropa se justificam?
E tudo o que falaram do Capitão Nascimento é a mais pura verdade. Acho que estão perdendo tempo: já deveriam tê-lo mandado à caça do Bin Laden. Só para aquecer, claro.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

heath ledger

Rapaz de 28 anos, talentoso, bem-apessoado, carreira em franca ascensão. Artista.

Morto. Ao que tudo indica, suicidou-se.
Se confirmado, eis mais uma dessas situações em que nada faz sentido algum.

sábado, 6 de outubro de 2007

jogos mortais, ou a busca por michael emerson

Alguns grandes atores integram o elenco de Lost. Freqüentemente encabeçando a lista de melhores está Michael Emerson, que interpreta Ben, o manipulador líder dos Outros. O excelente trabalho de Emerson no seriado incentiva o fã a procurá-lo em outros papéis. O ator, contudo, foca-se mais em teatro; aparições suas em cinema e televisão são raras. Uma delas é o primeiro filme da bem-sucedida série de terror Jogos Mortais, cujo quarto volume encontra-se em vias de ser lançado. Este revisor, pouco chegado a filmes do gênero, ainda não havia podido dar seu veredicto à fita em questão. Com o incentivo da presença de um grande ator no elenco, chegara o momento de dar uma chance à cinessérie.
Ao término do filme, entretanto, duas constatações decepcionantes. A primeira é de que Michael Emerson possui muito pouco tempo de tela, triste conhecer seu talento e vê-lo assim desperdiçado. A outra é mais geral: Jogos Mortais está longe de ser considerado bom.
Na trama, dois homens despertam acorrentados em um banheiro imundo, sem a menor idéia de como foram parar ali. Há também um cadáver no chão, uma arma na mão e a cabeça ensangüentada Aparentemente, os dois são vítimas de um jogo no qual o prêmio é manter-se vivo e dar mais valor a esse fato, mesmo que a morte de um deles se apresente como necessária à sobrevivência do outro. A pessoa por trás desse sadismo se comunica com os "jogadores" através de gravações e bilhetes misteriosos e é conhecida da polícia pela alcunha de Jigsaw.
A premissa não é ruim, mas o resultado não convence. Há momentos interessantes aqui e ali, mas no geral vê-se a tentativa do diretor James Wan em compensar evidentes falhas na execução do filme - cenas mal trabalhadas, atuações fracas, Emerson subaproveitado - com recursos controversos, como edição ultrarrápida à videoclipe, closes cirúrgicos em corpos mutilados e o pior: a reviravolta que conduz o filme à inevitável seqüência e parece querer dizer ao espectador, "veja o que guardamos na manga, como somos espertos". Os mais incautos podem até se deixar levar por essa conversa, mas para o espectador esperto tal artifício falha miseravelmente. Depois do festival de desacertos, o desfecho soa forçado demais.
Michael Emerson não retorna em outros volumes de Jogos Mortais, o que é mais um motivo para dar adeus à fraca série. Repassarei sua cinebiografia a fim de conferir mais de seu bom trabalho. E fevereiro de 2008, data da estréia da quarta temporada de Lost, custa muito a chegar.

parêntese

Estou relendo Cem Anos de Solidão.
Me pergunto o que esperar das releituras cinematráficas de O Amor nos Tempos do Cólera, do mesmo Garcia Márquez, e Ensaio sobre a Cegueira, de Saramago. O grande "charme" das obras desses autores é a narrativa ímpar de cada um. Imagino que, por melhores que os filmes se revelem enquanto filmes e nada além, estarão fadados ao rótulo de obras menores, em relação aos livros que os inspiraram.


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terça-feira, 24 de julho de 2007

ratatouille


É preciso ser meio ranheta para não gostar dos trabalhos da Disney/Pixar. Tecnicamente, a qualidade das animações melhora a cada filme; parece não haver limites para o aprimoramento de cenários, movimentação de personagens e outros detalhes que os olhos do espectador embasbacado podem captar. E as histórias, via de regra, têm bom apelo sobre o público em geral, sem parecer muito bobas aos adultos que levam suas crianças ao cinema, ou os que vão por sua própria conta. Ratatouille é ótimo exemplo. E digo mais: a história do ratinho cozinheiro está a par com as melhores produções da casa, como Toy Story, Procurando Nemo e Os Incríveis.
O protagonista Remy - não, seu nome não é Ratatouille, o título se explica mais para o final do filme - possui paladar muito mais apurado que o dos outros ratos, que logo o consideram "fresco" por se recusar a comer qualquer coisa, como eles. Um dia, ao entrar numa casa à procura de comida boa, conhece a história do renomado chef Auguste Gusteau (nome espetacular!), conhecido não somente por sua boa cozinha, mas também pela sua teoria de que "qualquer um pode cozinhar". Remy decide se tornar ele mesmo um cozinheiro, também.
Gusteau, porém, tem a carreira destruída pelo implacável crítico Anton Ego, opositor declarado de suas idéias, e morre pouco tempo depois. Seu fantasma (?) acompanha Remy numa jornada até Paris, onde está seu antigo restaurante. Mas como um rato pode ser bem-sucedido numa cozinha, ainda por cima de restaurante? Escondido, é claro, mais precisamente sob o chapéu do mais novo contratado do Gusteau's, o atrapalhado Linguini. Essa dupla tem a chance de fazer o restaurante voltar aos seus saudosos brilhantes dias.
Se compararmos a sessão de cinema de Ratatouille com o pedido de um fino restaurante, podemos dizer que o delicioso prato principal inclui dois ótimos acompanhamentos: como entrada, o ótimo Quase Abduzidos, o tradicional curta-metragem da vez, e um pequeno aperitivo, o trailer de Wall-E, a ser lançado em 2008 e que tem tudo para ser o filme mais sombrio lançado pela Disney, com ou sem Pixar.
Em tempo: em vez do pôster que tradicionalmente acompanha meus posts de cinema, temos acima uma cena do filme. É que a Paris de Ratatouille é mesmo encantadora e merecia ter uma imagem estampada por aqui.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

quarteto fantástico e surfista prateado


Nos cinemas, a Marvel decidiu: Quarteto Fantástico não é para ser levado a sério. Enquanto cinesséries como Homem-Aranha e X-Men têm apresentado equilíbrio entre seqüências de ação e momentos dramáticos, garantindo momentos memoráveis e que valem a revisita, as aventuras da família fantástica são marcadas por um clima leve, descompromissado, situações engraçadinhas surgindo mesmo nos momentos de maior tensão, como se assistíssemos a algum sitcom estrelado por superpoderosos. Ou ainda, já que falamos de filmes, a alguma inócua sessão da tarde. Duro é pensar que havia potencial para mais.
Os pequenos dilemas humanos dos quatro protagonistas são tratados de forma rasa - mesmo para um filme de justiceiros fantasiados. Ficamos sabendo que Sue, às vesperas do casamento, anseia por uma vida normal, sem supervilões ameaçando sua felicidade. Reed, o noivo, tenta conciliar os deveres com sua amada e as exigências de trabalho à sua mente privilegiada. O imaturo e mulherengo Johnny observa Ben e Alicia juntos e sente falta de um relacionamento do tipo em sua vida...mas são informações randômicas em meio às piadas.
Está bem, a receita "divertidinha" funciona no filme anterior, ainda que de maneira irregular, e na primeira metade dessa seqüência, garantindo diversão satisfatória - mesmo a troca de poderes rendeu bons momentos - mas a coisa desanda após o retorno do Doutor Destino, justamente quando deveria esquentar. Nos gibis, ele é um vilão espetacular, inteligente e de fala pomposa(?). No filme, Destino é só um cara com ar arrogante e sacana. A canastrice do ator também não ajuda.
A grande decepção, porém - grande mesmo - é Galactus. Concebe-se o Devorador de Mundos no filme como uma nuvem cósmica na qual apenas se vislumbra, por um breve instante, a silhueta do capacete utilizado pelo gigante antropomórfico dos quadrinhos.
Mesmo o Surfista surge subaproveitado. Visualmente, ele é um primor, como já se via nos trailers. Grande trabalho foi feito em mesclar o gestual de Doug Jones e a voz (alterada) de Laurence Fishburne para a composição do personagem. Mas ele mesmo é raso, como quase tudo no filme. Um personagem cujo nome está no título da produção poderia ter um background mais interessante.
Não falha a memória, Sue diz algo sobre a família cansar. E ela está certa. O modo Quarteto Fantástico de fazer filmes não segura uma série sólida de longas-metragens, ao contrário de cinesséries de heróis mais bem-sucedidas, justamente por terem mais a oferecer. A decisão sensata, em termos criativos, sem levar em conta somente lucro fácil, seria parar neste segundo filme. Melhor sorte a outros heróis - Surfista Prateado é uma boa opção. Para dar certo, o ideal seria reaproveitar a dobradinha Jones-Fishburne e, sobretudo, levar o personagem um pouco mais a sério.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

contando um final

Porque o tarde demais sempre chega. Ainda mais neste mundo maluco. Tanta poeira. Tanto sangue.
E eu estou destruído. Ninguém vê. A terra quando é devastada, como as que vimos, todos notam, mas eu?
Ninguém o conhecia melhor que eu. Nem mesmo seus parentes, seu pai, sua mãe. E muito menos essa pessoa que se apresentou em meu lugar, usurpando o que deveria ser meu por direito.
Tenho agora somente minhas lembranças. São só minhas. Porque do pouco que vivemos, que poderia ter sido ainda mais intenso se eu tivesse dado ouvidos a mim mesmo a partir de suas palavras, do pouco que vivemos, foi o que restou.
Breve foi nossa história, assim o destino quis. Se eu tivesse agido diferente...o que poderia ter sido? Ah, jamais saberei.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

paraíso


Belo filme. Não somente pela história, ou pelas boas atuações, mas também pela fotografia, uma das mais belas de que cosigo me recordar no cinema recente. Mesmo a mais singela cena é captada de maneira espetacular. Este fotógrafo amador foi ao delírio.
Olha, não sabia nada sobre o filme antes de decidir assisti-lo, talvez por isso, não escreverei nenhuma sinopse, ao contrário do que normalmente faço. Vou apenas citar os dois nomes que me atraíram a este colírio.
Tom Twyker, de Corra Lola Corra, é o diretor. Ele também compôs duas canções para a trilha sonora do filme.
E sou fascinado por Cate Blanchett desde que ela foi Galadriel.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

tempo.


O primeiro mês do ano já chegou ao fim. Isso mesmo. Não adianta nada ficar pensando se você aproveitou ou não esses trinta e um dias tanto quanto podia.

***

Com todo esse tempo livre em casa e o monte de canais de TV a cabo, estou procurando assistir a filmes que eu tenha perdido ao longo de meus anos. E são tantos! Pela segunda vez em dois dias, encontrei esta noite uma atração inédita (para mim) por acaso, zapeando canais. E não foi outro senão Beavis e Butt-Head Detonam a América. Peço a todos que não me odeiem. Não vi o longa dos dois moleques retardados na época do seu lançamento e não podia deixar escapar a chance de matar a saudade da série, um sucesso em meus dias de...bem, moleque retardado. E o filme Beavis e Butt-Head é mesmo um episódio esticado do antigo show. Só faltaram os videoclipes. Ao menos a "retardadice" dos dois ainda me fez rir. Ou foi apenas saudosismo?

***
Ah, uma risada boa no filme foi esta aqui: Butt-Head está quase morrendo e, bang, vê sua vida passar diante dos olhos. Ou seja, ele e Beavis rindo diante da TV desde a primeira infância. Aí ele conclui que a vida foi muito maneira*.

*Sim, traduziram cool como maneiro(a) (os) (as) na exibição de hoje. Eu cresci lendo cool como legal! That sucks.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

o labirinto do fauno


Quando a realidade é dolorosa, ou simplesmente não nos satisfaz, apela-se ao escapismo. E nunca o mundo dos homens é tão aterrador como na guerra. E se houver uma saída definitiva?

Acompanhando a mãe em viagem ao quartel comandado pelo pai de seu futuro irmão, a pequena Sofia, apaixonada por histórias fantásticas, descobre ser ela mesma uma personagem de conto de fadas. Para retornar a seu mundo, deve cumprir as tarefas impostas por um velho e misterioso fauno. Ao mesmo tempo, o general Vidal persegue os rebeldes ao regime de Franco - e quem quer que julgue estar em seu caminho no cumprimento de seu dever - com implacável severidade e violência.

quarta-feira, 19 de julho de 2006

transamerica


Sabrina (Felicity Huffman, Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar pelo papel) é uma transexual prestes a realizar sua tão esperada cirurgia de mudança de sexo. Uma semana antes da operação, recebe uma ligação de um reformatório de Nova York. Um dos internos é seu filho, concebido na época em que Sabrina ainda atendia pelo nome de Stanley. Ela resolve ir atrás do garoto e fazer o possível para afastá-lo de problemas, sem necessariamente revelar a ele a verdade. E ainda é preciso chegar a Los Angeles em tempo para a cirurgia.
Assim temos um road movie dos mais inusitados. E muito bom, ou não receberia menção alguma neste blog. Impossível deixar de simpatizar e se emocionar com a história. Recomendadíssimo.

terça-feira, 18 de julho de 2006

superman - o retorno


Aos grandes protagonistas, somente grandes histórias. É como deveria ser. No passado, tal máxima era seguida: não existem lendas medíocres envolvendo deuses e heróis gregos. Criações de Shakespeare não foram trazidas de volta da morte sob justificativas estapafúrdias. Nunca foi escrito um diário de Capitu no qual se dizia esclarecer a verdade sobre sua vida com Bentinho.
É que os personagens supracitados não são marcas registradas. Foi a indústria cultural a grande culpada pelas situações vexatórias que tantos ícones da cultura pop tiveram de passar. Pela lógica do mercado, é sempre necessário criar histórias estreladas por nomes bem conhecidos do grande público. Esses protagonistas são vistos pelos gigantes do entretenimento que detêm seus direitos autorais como grandes franquias capazes de vender todo tipo de produto previamente licenciado, incluindo desenhos animados, quadrinhos e filmes.
Tais histórias chegam ao público consumidor em tamanha quantidade que é impossível crer na qualidade de todas elas. De fato, a triste verdade é uma só: a maioria dessas criações merece a lata de lixo por tão ruins.
Felizmente, Superman - O Retorno, que estreou hoje nos cinemas brasileiros, é um exemplo de uso adequado de um personagem tão importante.
Bryan Singer, o responsável pela bem-sucedida (em todos os sentidos) empreitada dos X-Men na tela grande, prova mais uma vez seu grande talento ao revitalizar a franquia cinematográfica do Homem de Aço. As novas gerações têm a chance de viver o deslumbramento trazido pelo trabalho de Richard Donner trinta anos atrás, quando pela primeira vez os espectadores "acreditaram que um homem podia voar". Como no passado, é sair do cinema com a certeza de quem é o maior de todos os super-heróis.
O segredo, se há algum, é o total respeito à essência do personagem, àquilo que o torna cativante há quase setenta anos. Ele é a personificação da esperança, a encarnação de nossos ideais mais nobres. Superman faz sempre o certo, mesmo sob as mais adversas condições. Isso é, perdoem-me pela repetição, o essencial, seja qual for a mídia em que se trabalha o herói.
Aqui falamos de cinema, Um roteiro que mantenha os olhos do espectador na tela. Superman volta à Terra após passar cinco anos no espaço à procura de Krypton, seu planeta natal. O mundo teve que seguir em frente sem seu maior campeão. Lex Luthor voltou às ruas. Lois Lane cansou-se de esperar e decidiu constituir família.
Com a ausência do Superman, o mundo passou a questionar se ainda precisava dele. De certa forma, essa dúvida chegou ao filme propriamente dito: enquanto não temos uma resposta, o espectador pode senti-lo um tanto amarrado. Acompanhamos o ínicio das maquinações de Luthor, mas ainda não é possível compreender onde o vilão pretende chegar. Ainda falta o toque de grandiosidade, do qual temos apenas pequenos vislumbres em algumas cenas. E o encanto tem que durar o filme inteiro. Então o herói ressurge num momento de extrema necessidade e mostra que nunca deveríamos ter duvidado de coisa alguma. Nem mesmo quando, mais adiante, ele se depara com uma situação aparentemente insolúvel.
Os personagens, sabemos todos serem interessantes. É preciso saber escrevê-los e ter à disposição um elenco eficaz. Para este quesito, mais uma vez, pegamos a caneta vermelha e marcamos "confere". Todos estão muito bem. Destaque para Kevin Spacey e seu assustador Lex Luthor, talvez um dos mais intimidadores já vistos em qualquer história do Superman. Lex assusta até quando tenta ser engraçado.
Falando em atuações, agora é oficial: existe um novo Superman/Clark Kent. Brandon Routh não deixa nada a dever em relação a seu brilhante e saudoso antecessor, Christopher Reeve.
Superman - O Retorno é filme para não ser esquecido pelos fãs, que certamente o aclamarão como uma das melhores histórias do Homem de Aço já contadas. Surpreendentemente, isso pode causar algum desapontamento. Pois o filme deixa o espectador ávido por novas e grandes aventuras do herói e, como dito acima, elas são proporcionalmente escassas em relação a todo material produzido com o personagem. Basta conferir as pataquadas feitas com ele nos quadrinhos ao longo de sua longa carreira - mais especialmente nos anos noventa. Recomenda-se aos fãs não esmorecerem. Ignorem as porcarias e busquem contos dignos do super-herói. Dada sua grandiosidade, a diversão e a emoção estão garantidas.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

a day at the movies

A situação: você vai ao cinema com a intenção de assistir a um filme específico. Chegando lá, você descobre que quase todo mundo saiu de casa com a mesma idéia. O filme que você queria ver está sendo exibido em várias salas, e ainda assim as sessões são tremendamente concorridas. Você não está com a menor disposição de encarar fila na porta do cinema e correr o risco de pegar um péssimo lugar lá dentro. O que fazer? Simplesmente voltar para casa não é uma opção: você já está ali em frente à bilheteria mesmo, nada de perder a viagem. Toca escolher um novo filme. O que mais está em cartaz? Veja só. tem um com aquela atriz de que você gosta tanto, mas será que vale a pena? Comédia romântica...já não vimos demais disso na vida? E o que esperar do tipo de humor do filme? Só faltava aparecerem umas piadas de pum, arroto e outras baixarias? Mas parece não haver outra opção...você arrisca.
Isso me aconteceu hoje. Pão-duro como sou, evito a todo custo pagar para ver uma coisa de que eu possa não gostar. Felizmente, o filme de hoje me agradou de verdade.A essa altura, já deve haver gente interessada em saber do que eu fiz e querendo que eu diga logo o nome da tal atriz. A enrolação acaba no próximo parágrafo.
Fugi das sessões hiperlotadas de Carros para conferir Separados Pelo Casamento. É a história de um casal, vivido por Vince Vaughn e Jennifer Aniston (é ela!), que se separa, mas segue vivendo sob o mesmo teto.
Adentrei o cinema achando que estava para assistir a mais uma comédia típica de Hollywood, cheia de situações engraçadas envolvendo o casal descasado. Disse a mim mesmo: tente aproveitar a sessão num outro nível, além das piadas. Isso não foi necessário, pois o filme, apesar de apresentar, de fato, situações divertidas, é mais focado no drama. Se pensarmos bem, esse é, de fato, o tom apropriado para a condução do filme. Temos duas pessoas que se amam e construíram uma vida juntas tendo um desentendimento sério e percebendo que nenhuma de suas ações para retomar seu romance dá resultado; eles não se entendem mais. Isso é muito triste. E as situações são bastante reais. Me senti envolvido pelo que acontecia.
As ótimas atuações colaboram para o telespectador sentir a história. Aniston está ótima como sempre. Não me canso de vê-la em cena desde que me tornei fã de Friends; eu a acho muito autêntica. Vince Vaughn também merece elogios por seu papel de "marciano" (veja o filme e entenda do que estou falando).
No fim das contas, um filme que eu não faria a menor questão de assistir no cinema se mostrou altamente recomendável. Separados Pelo Casamento foi uma ótima surpresa. Quanto a Carros, só pretendo vê-lo depois das férias, quando a procura estiver bem menor.

terça-feira, 30 de maio de 2006

cinema atual: imagens belas, música pobre?

Li ontem uma matéria sobre a queda de qualidade nas trilhas sonoras especialmente escritas para o cinema. O autor afirma que os filmes de hoje não trazem mais os temas marcantes de outrora: tudo se tornou extremamente burocrático e similar. Os grandes trabalhos têm sido apenas pontuais.
Ele chega a chamar a trilha de O Senhor dos Anéis de pouco digna de um filme nesse estilo, coisa de que discordo até a morte. Para mim, tanto a trilogia quanto as belíssimas composições de Howard Shore entraram para a história. Mas vamos em frente.
O crítico apresenta em seu texto o atual critério de escolha de compositores para produções cinematográficas hoje em dia. Alguns dos problemas apontados na seleção, afirma, são o conhecimento musical restrito de compositores e arranjadores em comparação ao de grandes nomes do passado - são citados mestres como Ennio Morricone e "até mesmo" (palavras do autor) John Williams. Os músicos atuais acabam sendo escolhidos não tanto por seu currículo, mas por sua capacidade de estabelecer contatos com os grandes produtores hollywoodianos. Vale mesmo é a indicação. Como conseqüência, boa parte do trabalho dos profiisionais acaba se traduzindo em "correr atrás" do emprego; só depois disso se pensa em notas e acordes.
Mais um sério problema apontado é o intervalo relativamente curto para o compositor realizar seu trabalho. Fica complicado fazer algo especial com a pressäo de um diretor, este por sua vez pressionado por um punhado de produtores, todos insistindo para que tudo esteja pronto para que o filme chegue aos cinemas numa data estabelecida por motivos mercadológicos. Para piorar, normalmente é passada uma trilha temporária juntamente com o filme, sobre as quais espera-se que os músicos trabalhem, colaborando ainda mais para a padronização.
É triste vincular a arte a um sistema tão capitalista de produção, onde se prioriza o cumprimento de prazos e detalhes que certamente pesam mais sobre o retorno financeiro de um filme. Deve-se admitir que imagens marcantes, e não necessariamente belas, vendem melhor que uma canção mais bem elaborada ou que fuja do lugar comum. Fica difícil nos dias de hoje citar um tema musical que tenha emplacado após ter surgido para o público na tela grande, mas é extremamente simples se lembrar de batalhas, explosões e sangue derramado nas produções de sucesso atuais - cenas embaladas por músicas comuns, cuja presença é quase imperceptível em meio aos ruídos.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

o confronto final


Ótimo filme, X-Men 3! Assisti domingo, num estado de excitação que só se dissipou quando começaram a rolar os créditos finais...aliás, acabei de lembrar, com muita decepção, que eu devia ter continuado no cinema até o final deles, para conferir uma última cena...droga.
Mas enfim...o filme foi muito divertido, tenho muita coisa para dizer sobre ele, mas preciso de um tempo para pôr tudo num único post. Mas digo desde já que cumpriu minhas expectativas. Ótimo encerramento para a trilogia. Será que vem mais por aí?