sábado, 27 de março de 2010

ghost bike




Minha habitual pedalada de final de semana teve destino certo esta manhã: uma homenagem a mais um ciclista morto (assassinado!) nas ruas desta cidade. O sr. Manoel Pereira Torres atravessava na faixa com sua bicicleta, com o sinal aberto para os pedestres, próximo ao viaduto Vereador José Diniz. Um motociclista que passava em alta velocidade no corredor exclusivo de ônibus o atingiu em cheio. Com o impacto, a bicicleta foi lançada contra um poste de aço e dobrou ao meio. Já seu Manoel foi arremessado foi arremessado contra o semáforo, a três metros de altura. Morreu na hora.
A ghost bike é uma bicicleta pintada de branco instalada no local da morte do ciclista. Foram também pintados nos dois lados da avenida os dizeres "devagar vidas", tudo como ação em nome de uma maior tolerância no trânsito e, por extensão, em nossas vidas.
Leia mais a respeito da morte de seu Manoel e desta ghost bike (e de outras) neste post do Vá de Bike. E aprendamos alguma coisa.

terça-feira, 23 de março de 2010

o anjo esquerdo da história

Novamente cito no blog este coro, composto por Gilberto Mendes sobre poema de Haroldo de Campos.
Ocorre-me que já se vão quase dez anos desde que o ouvi pela primeira vez (ah, o tempo passa). Foi numa apresentação do coral Gilberto Mendes, de Valinhos, antes que eu me tornasse parte dele, e tivesse a honra de cantá-la, para grande espanto do coralista iniciante que eu era então. Foi a primeira música que aprendi na nova "casa", e importante demais em muitos sentidos. Divulgar grandes autores brasileiros e passar uma forte mensagem política e humana se revelou um envolvente desafio e cantar cada vez melhor foi aos poucos adquirindo uma importância muito grande, como se eu estivesse percorrendo um caminho que eu estava destinado a traçar...(algo que preciso recuperar atualmente, mas essa é outra história)
Achei uma gravação do Madrigal Ars Viva, do qual o próprio Gilberto Mendes (o compositor, claro) participou, da música. A versão deles tem algumas coisas de que não gosto, umas mudanças de andamento estranhas, mas no geral é boa, e serve para mostrar a todos esta música sobre a qual tenho muito orgulho de dizer que fez parte de minha carreira de coralista - e de minha própria história.


segunda-feira, 22 de março de 2010

Voltaram à mochila lápis, caneta e agenda para notas. Falta apenas a inspiração para voltar a escrever. Virá, se tiver de vir.

sábado, 6 de março de 2010

luiza erundina


Antes de abrir a boca para soltar a confortável máxima "político é tudo igual", conheça um pouco sobre Luiza Erundina. Uma boa oportunidade passou hoje, numa entrevista da deputada federal e ex-prefeita de São Paulo ao programa Provocações.
Por defender o direito a greve de motoristas e cobradores de ônibus em anúncios publicados nos jornais da capital, foi acusada de gastar dinheiro público de forma irregular. Um advogado entrou com ação pública contra Erundina, e ela perdeu. Para quitar a dívida, teve um apartamento e um carro penhorados, e ainda teve de contar com a ajuda de amigos políticos, que organizaram eventos para arrecadar a quantia restante.
Políticos são realmente todos iguais? Em uma cidade que já foi governada por gente como Paulo Maluf e Celso Pitta, Luiza Erundina foi a única prefeita condenada judicialmente.
No programa, Erundina comentou o caso, relembrando sua passagem pela prefeitura da maior cidade do país. Fez questão de frisar as dificuldades que enfrentou sendo o que é - mulher, nordestina e de esquerda. A deputada falou também de suas convicções e perspectivas políticas e pessoais.
Além da íntegra do programa no site da TV Cultura, selecionei mais uns links interessantes. Clique aqui para ler a chamada para a entrevista de Erundina no site da TV Cultura e aqui para saber mais sobre o caso arbitrário que gerou sua condenação.
Também destaco a íntegra de sua participação no programa Roda Viva, em 1988, após a confirmação de sua candidatura a prefeitura de São Paulo. O programa também é excelente exemplo de como a imprensa se comporta com políticos de esquerda, como Erundina, ou que simplesmente a incomodem por algum motivo. Destaco os momentos em que Boris Casoy (tinha de ser ele) questiona se a então candidata acredita em deus e em que a acusa de promover o que chama de invasões urbanas.
A imprensa que demonizou a ex-prefeita desde sua campanha e especialmente durante seu mandato tem muito em comum com a justiça que a sentenciou: ambos selecionam os desvios que querem coibir. Por sua trajetória, por sua orientação política, devido a essa perseguição explícita à sua pessoa empreendida por representantes de um pensamento retrógrado e elitista, Luiza Erundina é uma figura política digna de respeito e confiança. E de voto.