Mostrando postagens com marcador Melancolia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Melancolia. Mostrar todas as postagens

domingo, 3 de fevereiro de 2008

E desde sua partida cada cômodo é habitado por um perturbador silêncio. Eu o temo quando a noite chega e a inexorável solidão se atesta.
A todo momento, a folgar na casa que agora é estranha, sem que me dê conta, aguardo seu retorno. E se estou fora, quando vejo os veículos passarem e um deles lembra o seu, meu coração me engana, dizendo que o dia de seu retorno já chegou; ou pior, que nunca houve partida.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Tive um lindo sonho mas ao acordar tudo que eu tinha era a realidade.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Um dia minha respiração parou durante o sono e jamais encontrei reconforto sobre esta terra. Despertei para uma existência sem sonhos, incapaz de precisar quando o pesadelo havia começado. Ratos e outras criaturas indesejáveis vinham até mim, perseguiam-me emitindo os mesmos ruídos sem descanso; as palavras de desdém que eu lançava não os repeliam, para tanto, teria sido necessário lançar um sortilégio não totalmente esquecido, mas cuja execução jamais pude levar a termo. Meu olfato identificava cada vez mais e melhor o podre, nem a mim mesmo digo o porquê. Minha voz, irremediavelmente cansada, sofria vitimada por uma pressão, um esforço que jamais lhe tinha sido exercido, que mais havia se acumulado ali como a poeira e a fuligem que tomam o telhado de uma bela casa, all that junk in the attic had never bothered me before. A busca de certas traduções não possui significado. Nunca estive tão perto da morte; permaneci vivo assim por décadas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

(...)

O blog contaminou o que teriam sido páginas de diário. Talvez para sempre.

Tenho essa necessidade de me entregar. Todos a possuem, na verdade, por melhor ou pior que lidem com ela. Não arrisco dizer como o faço hoje.
Não é possível sair e se entregar livre e facilmente a cada um, não a quem primeiro aparecer, não é são, não é saudável. Sei disso. Mas por vezes isso não basta para me manter mais tranqüilo. Sonho, imagino, uma total entrega, um confiar plenamente, a alguém sem rosto, o que é bom e mau. Bom por não haver o eventual risco de repetir as tolices do passado, aquelas cujo simples nome dói pensar sobre. Mau porque...ora, quem é você mesmo? Onde está que não me aparece? E assim se vive sem paixão. Então chegam aqueles dias em que me toma a vontade louca de dar nome, rosto e corpo a esse meu desejo, você que me é tão familiar, você com quem tenho essa proximidade, a você eu me daria, e faria sentir da mesma forma que eu. Tenho essa impressão de que funcionaríamos bem juntos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

o terceiro do ciclo

Queria estancar este sangue, mas as mesmas feridas tornam a reabrir quase espontaneamente. E essa dor.

trágica

Não posso com o peso do mundo, pobres de meus braços e costas. Convocam-me para um, dez, doze, inúmeros trabalhos, não dou conta de executá-los, logro êxito em uns poucos deles pois a fortuna não me abandona de todo, embora por vezes eu o desejasse. Encontro-me aprisionado em estranho local de onde jamais encontro a saída, tamanha dificuldade, já segui por este caminho antes. Agora uma criatura diante de mim, dentes como serra, cabelos longos e ondulantes, a língua cor de coisa morta. Mal posso fitar-lhe os terríveis olhos. Parece que posso vencê-la, ao que ela se transformará no mais ostentoso troféu, meu mais alto vôo. Mas estou paralisado, nada posso fazer. Todo dia, sinto me arrancarem parte importante do corpo, mas momentos após a terrível dor sinto um alívio imenso, penso que jamais terei de passar por aquilo novamente, mas o membro extirpado regenera e o ciclo se renova.


A minha história, não sei como termina.

bestial

Em minha alma está contida toda a raiva capaz de sentir somente quem não tem alegrias em vida. O que me rodeia é objeto de ódio, pois esse é o único sentimento que conheço. Sou constantemente atormentado pela angústia de quem espera e espera não se sabe o quê. Meus olhos nada enxergam com definição. É como se todo o mundo exterior estivesse como me sinto por dentro, distorcido, um ser outrora humano, um mero rabisco. E, mais que tudo, eu abomino minha ausência de forma.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

pedido especial

por um motivo também especial...

Agora que o mundo todo se recolhe, peço-lhe também que descanse. Encolhido diante de sua cama, em silêncio, suplico que sua vida encontre paz. Em silêncio, pois sei que minhas palavras, não é capaz de compreendê-las. Afinal de contas, não sei realmente se é você quem necessita de paz, pois, no fundo, não tem culpa por seus arrebatamentos. Se eles simplesmente ocorrem, não faz sentido exigir qualquer controle. Não há. Isso é você. Isso é sua vida e é impossível saber seu nível de consciência a respeito dela. O correto talvez seja pedir não por você, mas por mim. Pedir por algo sobrehumano, sobre mim, que me permita maior aceitação e uma melhor vida a seu lado. Chega a noite e o mundo se recolhe. Que todos descansemos bem e eu acorde melhor e mais capaz. É o que pode ser feito.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

amores perdidos

Choremos os amores perdidos...lamentemo-nos pelo que jamais se repetirá. Não se repetirá, a não ser assim, em flashes diante de nossos olhos dos tantos beijos, das carícias que bem podiam ter nos percorrido indefinidamente, difícil seria saber se era o tempo ou o corpo que jamais acabava. Ainda agora, sentimos aquele abraço nos apertar, e é só a triste lembrança de que aqueles braços não mais tornarão a envolver-nos. Repassemos as promessas que não se fizeram cumprir, as verbais e as mais eloqüentes que palavras. Que o digam estas lágrimas...sim, pranteemos os amores perdidos, por tão difíceis de serem apagados da memória, e do corpo. Choremos o que se foi e vamos sair à procura de novas paixões, sob as quais pesarão as terríveis incertezas, que as decepções, as perdas, as lágrimas, podem voltar a surgir, mas nada podemos fazer a esse respeito, amor não é algo que assim se rejeite buscar, encontrar quem sabe, é ainda pior viver sem esperança de achá-lo. Em que pese ao temor da perda.

sexta-feira, 16 de março de 2007

dois em um

(título sem leituras ocultas - os textos são independentes entre si.)

São almas incompreendidas, incompreensíveis, sem terem quem as decifre as mais recônditas necessidades. São únicas, solitárias em sua unicidade.

***

Sempre olhei para vocês esperando primeiramente atenção, depois o suave ar de compreensão e, por fim, o doce alento. Em vocês repousava minha única chance de redenção: como quis que me dissessem, você não é feio por dentro! Jamais o disseram. Jamais o dirão, não da maneira que por tempos aguardei...será que ainda aguardo? Feriram-me e nem sequer sabem disso, feriram-me com uma chama lancinante, a dor que senti, nunca poderei esquecê-la, nada a fará parar, mesmo quando ela não se fizer presente. A tocha foi acesa e o fogo jamais se extinguirá. Quero culpá-los pelo que me aconteceu, chegar-me a cada um de vocês e chamá-los seres da mais pura maldade. Sou humano, sempre busco culpados, sempre busco punição, mas a este caso talvez não se aplique. As coisas são. A chama arde. Em vocês, ela me consome.

domingo, 4 de março de 2007

foto e texto não relacionado

(registros de um dia quebrado)


E hoje me disseram que fico bem de azul. Agora há pouco, na verdade.

Ainda bem que só falam comigo em português. Minha mente, porém, não pára.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

choro




Preciso chorar
verter lágrimas
não pelo mundo
por suas maravilhas
as que encontro
ou as que já se perderam
não pela grandeza
que ecoará pela eternidade
preciso chorar
por minha pequena vida
pela tragédia
por mim representada
todos os dias
mas meus olhos
estão secos
não tenho lágrimas
para mim
nunca aprendi
a prantear minhas desgraças
preciso chorar
e já choro tanto.

sábado, 13 de janeiro de 2007

uma pessoa confusa...

dia 1

O dia está tão bonito...não há praticamente nenhuma nuvem no céu, creio que pela primeira vez desde que o ano começou. Dá pra tirar umas fotos lindas...preciso sair para qualquer canto.

Estava na van...até tentei conversar...verbalmente e também pelo olhar, a ver se havia alguma correspondência...não aconteceu...uma pena...tinha rosto tão simpático...bonito, até....uma pena.

Estou oficialmente mal...depressivo...pra baixo...isso tudo. De novo. Incomodado porque não tenho o que mais quero. E percebo que quero uma coisa muito bonita. Bem que a mediocridade podia me satisfazer. Às vezes acho que me basta, mas estou muito enganado. Pelo menos por ora. E é o suficiente para sofrer bastante.
Estou mal e quase perco a fome por isso....almoço fora de meu horário habitual.

Uma voltinha antes de partir...será que faço fotos bacanas? Enquanto caminho, uma trilha sonora triste em minha cabeça.

Volto de meu passeio. Ainda não estou bem e não há com quem falar sobre o que sinto. Bem, posso tentar escrever.

Não há palavras para expressar minha tristeza, mas há músicas. Músicas para desesperançados...eu preciso te falar...te encontrar de qualquer jeito...por que sou assim?
Não choro, mas canto.

Fim de tarde, um céu tão bonito. Mais fotos.

Nem todas as fotos ficaram boas. Que chato.

entre dia 1 e dia 2

(Diálogo. Outras palavras, mesma idéia.)
- Ainda bem que não estou apaixonado! Não tem coisa pior.
- Paixão só é ruim quando não é correspondida.
- ...

dia 2

Engraçado...o rosto de ontem me voltou à mente, sozinho, logo que acordei. Ontem mesmo mal me lembrava dele ao chegar em casa. Agora, eu o reconheceria num novo encontro. Mas não faz muita diferença.
Quero sair hoje de novo. Imagine se por acaso...ora, por acaso o quê?

Saí...como andei! Diz que quando a gente faz exercício alguma substância é liberada...que deixa a gente animado. Será?

Isso.

Banho e músicas bacaninhas. TV.

Terminar o dia bem é um final feliz pra esta história. Pois é isso mesmo que acontece. Ótimo.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

objeto

A decepção jaz sobre a cama. É onde ela assume inusitada forma corpórea, redentora para uns, indesejada para outros, sob diferentes ângulos. A respeito disso, entretanto, a opinião do maior de todos os juízes é a única relevante, e esse todos sabemos o que pensa, embora sua voz não se faça ouvir, não agora.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

minha cabeça

A partir de notícias de fora (um suicídio) e de experiências minhas (importa?), vislumbrei o autismo, a loucura e a morte. Tudo me pareceu extremamente condenável. No entanto...

terça-feira, 22 de agosto de 2006

estafa

Cansa-me falar das mesmas coisas, padecer com as mesmas duvidas, sofrer das mesmas dores. Cansa-me ter os mesmos sentimentos sufocando, procurando razões de ser, buscando esperança de...basta! O cansaço, a dúvida, a dor, nublam-me a vista, não faço distinção de traços e cores, perco-me por veredas há muito conhecidas, todos - todos - os rostos são estranhos. Diante do espelho me vejo exatamente como sou, mas a visão remete ao que olhos humanos não podem captar, e por essa percepção sou um estranho, minha presença é torta e desengonçada, meus bracos e mãos que no mundo físico parece tudo podem são atrofiados, sei o que perdi. Minha cabeça é tremendamente concentrada, um único pensamento novo e estou exausto.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

bruto

Não me agüento mais. Sinto vontade é de pular em cima de você. Quemmanda ser tão atraente, chamar tanto a minha atenção? Assim não posso resistir. Queria era pegar você de jeito, lamber seu corpo e sentir seu cheiro invadindo minhas narinas. Você querendo ou não. Pouco me importa se logo em seguida você vai me empurrar, perguntar se estou louco, me chamar por todos os nomes feios que você já ouviu por aí. Não estou nem aí...
Se eu ligasse pra isso não teria te agarrado. Foi um gesto maluco, sim, cedi a meus instintos, sim. Admito meu ato absurdo e as motivações estranhas que me levaram a tal. E você não entendeu nada. Nem tenta. Só fica aí me olhando feio. Ao diabo com seu olhar. Ao diabo com tudo. Ao diabo com o que acabei de fazer, que no final das contas não me adiantou de nada. Foi só meu desespero vindo à tona. Fazendo com que eu me sentisse ainda pior.
Agora vá embora. Vá correndo contar pra todo mundo o que aconteceu com você. Não é preciso que eu peça, mas não deixe de contar a quem mais lhe entende. Quem diz que tudo já passou, e tudo passará mesmo, com abraços e beijos.
A menos vocë tem quem lhe faça isso.

terça-feira, 18 de abril de 2006

apenas uns pensamentos...

Como sofre aquele que ama...e não sabe o que fazer desse amor.
Ao seu redor, as pessoas seguem vivendo, sonhando, buscando a plenitude, a felicidade. Mas quem ama só...mal vive! Para ele, a existência é uma miríade de "ses"...se a vida me sorrisse...se eu tivesse coragem...se eu tivesse tido coragem...
O momento em que ele se sente pior e quando ele se depara com uma pessoa que tem uma vida similar aquela que ele gostaria de viver. Que descobriu seu amor e lutou por ele, e não esconde de modo algum a felicidade contida em sua vitória. Vitória do próprio amor.
Nessa hora, o amante frustrado chora, mesmo que suas lágrimas não sejam visíveis. Mais uma vez, ele não é capaz de mostrar o que sente. Pena. Se sua vida tivesse sido diferente, as pessoas que o conhecessem associariam uma unica palavra, ao dizer seu nome: sentimento.


Isso começou, é claro, com uma canção. A ela seguiram-se outras, mas esta foi a primeira.

D'une Prison (composição de Fauré)

Le ciel est, par-dessus le toit, si bleu, si calme...
Un arbre, par-dessus le toit, berce sa palme...
La cloche, dans le ciel qu'on voit, doucement tinte,
Un oiseau, sur l'arbre qu'on voit, chante sa plainte
Mon Dieu, mon Dieu! La vie est là simple et tranquille,
Cette paisible rumeur là vient de la ville...
Qu'as-tu fait, ô toi que voilà pleurant sans cesse
Dis! qu'as-tu fait, toi que voilà, de ta jeunesse?

sexta-feira, 24 de março de 2006


Monday finds you like a bomb
That’s been left ticking there too long
You’re bleeding
Some days there’s nothing left to learn
From the point of no return
You’re leaving

Hey hey I saved the world today
Everybody’s happy now
The bad things gone away
And everybody’s happy now
The good thing’s here to stay
Please let it stay

There’s a million mouths to feed
And I’ve got everything I need
I’m breathing
And there’s a hurting thing inside
But I’ve got everything to hide
I’m grieving

Hey hey I saved the world today
Everybody’s happy now
The bad things gone away
And everybody’s happy now
The good thing’s here to stay
Please let it stay

Doo doo doo doo doo the good thing

Hey hey I saved the world today
Everybody’s happy now
The bad things gone away
And everybody’s happy now
The good thing’s here to stay
Please let it stay

Everybody’s happy now...



Mais uma da série "músicas que vem a cabeça"...esta é do Eurythmics e se chama I Saved The World Today. Eu adoro.
Curioso que ela tenha me surgido agora. Dá pra pensar em relacionar a canção e o (péssimo, péssimo) momento que estou vivendo agora. Na música, mencionam-se certos sofrimentos mas, de acordo com o refrão, tudo deu certo, a pessoa que "conta" a história diz que conseguiu resolver tudo e não consegue esconder a satisfação - sua e a de quem a cerca - diante do fim dos problemas.
Preciso encontrar alguma maneira de salvar o meu mundo. Talvez isso deixe um bocado de gente feliz, além de mim mesmo.


sábado, 11 de fevereiro de 2006

Do conteúdo de meu último post e do fato de eu não ter escrito mais nada aqui até agora, alguém poderia imaginar que eu havia morrido, suicídio a causa mais provável. Bem, estou aqui, de verdade, não como escritor fantasma.
Tá, eu sei que essa foi péssima.