terça-feira, 29 de abril de 2008

foi quando com o alan moore eu vi, um cavalo de fogo ali...

Porque nada, mas nada neste mundo é solto e totalmente dissociado de qualquer coisa, de modo que tudo encontra algo a lhe fazer par por relações às vezes absurdas, especialmente se trabalha nessa busca de insanas interconexões uma mente humana. Eu estava procurando tirar o atraso em minha leitura de Promethea - gibi genial e ultraviajante e de Alan Moore e J. H. Williams, sobre o qual não concebo uma única linha decente à guisa de comentário - e lá encontrei umas criaturas meio espectrais denominadas Globgoblins. Quase imediatamente fui levado a Dar-Shan, terra fictícia palco das aventuras do Cavalo de Fogo. A maléfica Diabolyn tinha Goblins a seu serviço. Mas eram uns bichinhos pequenos, até simpáticos - quase fofos; havia um rosa - notório alívio cômico da série. Mas ocorre a todos que eles eram originalmente humanos? A curiosidade os matou: abriram a urna onde se encontravam os, esses sim terríveis, Espectros, cujas aparições eram geralmente breves e bem, amenizadas a fim de não aterrorizar tanto o público infantil. Geralmente, foi dito. Mas há um episódio em que os Espectros assumem a forma de um cavaleiro com pinta de galã latino, bigode incluído, e seqüestra Sara, herdeira do trono de Dar-Shan. Acresce que os atemorizantes seres etéreos fizeram isso à revelia da vilã "oficial" do desenho; cansados dos fracassos dela, quiseram resolver os problemas - digamos, a existência de bondade no mundo - a seu modo. Falharam também. O Cavalo de Fogo recrutou para a vitória o antigo príncipe, viúvo da mãe de Sara, Sarana - e pai adotivo de Sara no chamado mundo mortal! Diabolyn e os Espectros devem ter apagado as memórias dele. O retorno das mesmas, no entanto, durou somente o tempo do episódio. Com tudo isso, venho dizer que, a partir dos tais Globgoblins, lembrei-me de que Cavalo de Fogo, com sua música-tema tola (quem nunca a cantou para uma risada?), era um desenho muito sombrio. Nem os Goblins gracinhas e a habitual mensagem de esperança a cada nova aventura poderiam esconder essa verdade. Esse episódio dos Espectros sempre me dava arrepios na infância.
Uma última coisa, não relacionada, ou relacionada demais: a competente Miriam Fisher dublava a doce Princesa Sara nos anos oitenta e hoje empresta voz à insana babá de Os Padrinhos Mágicos - personagens estranhos em desenhos idem, quão surpreendente.
Agora, com licença, ainda não acabei de ler aquela edição de Promethea.

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