Antes que ninguém mais agüente ouvir falar em futebol, peço licença para comentar uma história em quadrinhos que me veio à memória ontem e apresenta, como tema, essa grande paixão dos brasileiros.
Ela foi originalmente publicada em janeiro de 1961 na edição 479 da revista do papagaio e que, devido à estranhíssima iniciativa tomada pela Editora Abril de alternar a já existente revista do Pato Donald com uma nova publicação do Zé, vem a ser o primeiro número do gibi do malandro. Depois os títulos foram separados, mas mantiveram a numeração de Zé Carioca lá na frente.
Não sou velho a ponto de ter lido a publicação original, evidentemente. Foi pela coleção Anos de Ouro do Zé Carioca, de 1989, que tive acesso à leitura desse e de outros gibis antigos.
Detalhes editoriais à parte, vamos à história em si.
Seu título, "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão", parece dizer tudo: no caminho do artilheiro Zé, está o goleiro que ocorre ser o ganso mais sortudo do mundo. Mas convido o leitor a ir mais a fundo, envolver-se mesmo. Como o folgado do Gastão, avesso a qualquer atividade que envolva o mínimo de esforço, se torna o guarda-meta de uma equipe de futebol, cabe dizer, prestes a disputar uma final de campeonato contra o time do fenômeno Zé Carioca (este, sim, merece a alcunha)? Explica-se: após levar um "fora" de Rosinha, a eterna namorada do protagonista - porque nessa época os patos e os personagens da turma do Zé se encontravam com freqüência - numa festa, o primo do Donald decide procurar o presidente da equipe que enfrentará o papagaio e seus companheiros na final do campeonato. Para convencer o cartola a colocá-lo no time, o ganso dá uma prova de seus...talentos futebolísticos. Ele apenas se senta diante do gol e ordena que alguém chute em sua direção. A bola não entra, porque é atingida por um míssil balístico. Assim, a extraordinariamente chata sorte de Gastão o garante no time.
É preciso dizer que a final é dramática? Todo tipo de evento capaz de impedir Zé Carioca de fazer balançar as redes adversárias e é absolutamente improvável acontece. Afinal, é Gastão quem está sentado - sim, sentado - diante do gol.
O lance que coloca a equipe de Zé em desvantagem no placar é particularmente irritante. O papagaio mais uma vez se aproxima da área inimiga, onde pode-se ver o goleiro brincando com sua chuteira. No instante em que Zé chuta, Gastão atira o calçado por trás do ombro, atingindo a bola e propiciando um lançamento a um de seus atacantes, que invade a área e marca.
O time de Zé Carioca precisa apenas de um empate para se sagrar campeão, mas é impossível fazer a bola entrar quando, entre outros lances improváveis, a bola vai parar na rede que Gastão amarrou entre suas traves para tirar uma soneca.
No último minuto de jogo, o papagaio é derrubado na área. É a última chance de marcar. Zé põe a bola sobre a marca de pênalti - Gastão está trepado de cabeça para baixo no travessão -, toma distância, chuta no canto e...um terremoto faz com que as traves mudem de lugar e impede que a bola entre.
O juiz, entretanto, apita gol!, alegando que a bola teria entrado se a meta estivesse no local correto. Palavra de árbitro não se discute, e ele mesmo andava cansado da sorte do Gastão. Melhor para Zé e seus amigos, agora com um título para comemorar.
Uma história divertida, o detestável Gastão, cria do mestre Barks, sendo muito bem utilizado e entrando bem no final, como adoramos ver.
Abaixo, a capa de Zé Carioca 479, com uma amostra daquilo que o papagaio teve de enfrentar.
Os dados sobre a revista, bem como a imagem da capa, foram colhidos do site Inducks. Não sou velho a ponto de ter lido a publicação original, evidentemente. Foi pela coleção Anos de Ouro do Zé Carioca, de 1989, que tive acesso à leitura desse e de outros gibis antigos.
Detalhes editoriais à parte, vamos à história em si.
Seu título, "Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão", parece dizer tudo: no caminho do artilheiro Zé, está o goleiro que ocorre ser o ganso mais sortudo do mundo. Mas convido o leitor a ir mais a fundo, envolver-se mesmo. Como o folgado do Gastão, avesso a qualquer atividade que envolva o mínimo de esforço, se torna o guarda-meta de uma equipe de futebol, cabe dizer, prestes a disputar uma final de campeonato contra o time do fenômeno Zé Carioca (este, sim, merece a alcunha)? Explica-se: após levar um "fora" de Rosinha, a eterna namorada do protagonista - porque nessa época os patos e os personagens da turma do Zé se encontravam com freqüência - numa festa, o primo do Donald decide procurar o presidente da equipe que enfrentará o papagaio e seus companheiros na final do campeonato. Para convencer o cartola a colocá-lo no time, o ganso dá uma prova de seus...talentos futebolísticos. Ele apenas se senta diante do gol e ordena que alguém chute em sua direção. A bola não entra, porque é atingida por um míssil balístico. Assim, a extraordinariamente chata sorte de Gastão o garante no time.
É preciso dizer que a final é dramática? Todo tipo de evento capaz de impedir Zé Carioca de fazer balançar as redes adversárias e é absolutamente improvável acontece. Afinal, é Gastão quem está sentado - sim, sentado - diante do gol.
O lance que coloca a equipe de Zé em desvantagem no placar é particularmente irritante. O papagaio mais uma vez se aproxima da área inimiga, onde pode-se ver o goleiro brincando com sua chuteira. No instante em que Zé chuta, Gastão atira o calçado por trás do ombro, atingindo a bola e propiciando um lançamento a um de seus atacantes, que invade a área e marca.
O time de Zé Carioca precisa apenas de um empate para se sagrar campeão, mas é impossível fazer a bola entrar quando, entre outros lances improváveis, a bola vai parar na rede que Gastão amarrou entre suas traves para tirar uma soneca.
No último minuto de jogo, o papagaio é derrubado na área. É a última chance de marcar. Zé põe a bola sobre a marca de pênalti - Gastão está trepado de cabeça para baixo no travessão -, toma distância, chuta no canto e...um terremoto faz com que as traves mudem de lugar e impede que a bola entre.
O juiz, entretanto, apita gol!, alegando que a bola teria entrado se a meta estivesse no local correto. Palavra de árbitro não se discute, e ele mesmo andava cansado da sorte do Gastão. Melhor para Zé e seus amigos, agora com um título para comemorar.
Uma história divertida, o detestável Gastão, cria do mestre Barks, sendo muito bem utilizado e entrando bem no final, como adoramos ver.
Abaixo, a capa de Zé Carioca 479, com uma amostra daquilo que o papagaio teve de enfrentar.
2 comentários:
Eu tenho 64 e tive essa revista sou Flamengo mas esse é um dos meus jogos favoritos, só faltou as escalações, obra.
Marcio roberto de Oliveira
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