sexta-feira, 6 de janeiro de 2006

conheci Henfil!

O bom de passar um tempo em São Paulo é ter a chance de fazer aqueles passeios que eu não tenho a menor disposição de fazer quando visito meus pais em finais de semana porque a viagem me deixa morto de preguiça.
Hoje, por exemplo, fui ao Centro Cultural Banco do Brasil pra ver uma exposição do Henfil. Eu não conhecia praticamente nada do trabalho dele e achei que essa seria "a" oportunidade de conferir alguma coisa. Achei que só iria ver um ou outro desenho, mas que nada...havia inúmeras tiras. Estive no local da exposição por quase duas horas e não consegui ver tudo, simplesmente porque já estava cansado de tanto ler.
Henfil era mesmo muito talentoso. Impossível ler alguma coisa dele e ficar indiferente. Um leve sorriso, uma gargalhada sonora, surpresa, uma pausa para reflexão. Ou simplesmente não saber o que fazer, no caso específico do humor negro das tiras dos Fradinhos.
O traço dele é quase sempre simples, beirando o tosco em alguns momentos, mas é bastante funcional. Há tiras com traço mais elaborado, mais raras, e curiosamente nunca em seus personagens principais.
Quanto ao conteúdo, o cartunista abordava temas variados, mas predominava em seu trabalho a crítica velada ao regime ditatorial da época. Às vezes, nem tão velada assim: algumas tiras eram tão cáusticas que eu ficava me perguntando, "cara, como os militares deixaram isso ser publicado?" De um modo geral, é possível separar os trabalhos em dois tipos: aqueles que precisavam de um pequeno texto explicativo (p.ex. se a tira tratava de algum fato) e as que permanecem atuais e talvez continuem assim sempre. Ah, mas por melhor que seja o material, não dá pra ler tudo de uma vez, como eu disse antes. O ideal seria possuir uma coletânea com os trabalhos mais significativos do autor - daquelas bem completas, com textos informativos - para guardar e ler quando puder. Alguma editora podia publicar isso.

Nenhum comentário: