Não posso com o peso do mundo, pobres de meus braços e costas. Convocam-me para um, dez, doze, inúmeros trabalhos, não dou conta de executá-los, logro êxito em uns poucos deles pois a fortuna não me abandona de todo, embora por vezes eu o desejasse. Encontro-me aprisionado em estranho local de onde jamais encontro a saída, tamanha dificuldade, já segui por este caminho antes. Agora uma criatura diante de mim, dentes como serra, cabelos longos e ondulantes, a língua cor de coisa morta. Mal posso fitar-lhe os terríveis olhos. Parece que posso vencê-la, ao que ela se transformará no mais ostentoso troféu, meu mais alto vôo. Mas estou paralisado, nada posso fazer. Todo dia, sinto me arrancarem parte importante do corpo, mas momentos após a terrível dor sinto um alívio imenso, penso que jamais terei de passar por aquilo novamente, mas o membro extirpado regenera e o ciclo se renova.
A minha história, não sei como termina.
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