sexta-feira, 25 de agosto de 2006

de nossos tristes tempos e de como eles poderiam parecer ainda piores


Ei-nos enfrentando um dos invernos mais quentes cujas temperaturas já foram registradas. E calor nesta época do ano significa clima seco, muito seco. A baixa umidade relativa do ar agrava os efeitos dos gases poluentes em nossa saúde. Nessas horas, agrada-me pensar que não moro em São Paulo (a foto acima mostra o céu da cidade ontem), embora esteja atento ao fato de que a fumaça feia da capital também afeta o ar campineiro e o de outras cidades não tão proximas. De qualquer forma, a exposição indireta mata menos rapidamente.
Impossível deixar de levar em conta também como o mundo está se deteriorando. E a culpa, óbvio, é de nossa bem-sucedida espécie.
Poluição do ar, desmatamentos, queimadas, tudo isso leva a uma concentração maior de gases do efeito estufa - velho conhecido até de quem se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto - na atmosfera. A tal "estufa" dificulta a dispersão da energia térmica solar para o espaco, ocasionando um aumento na temperatura terrestre. Desse desequilíbrio, decorrem anomalias climáticas de todo tipo, e o derretimento das calotas polares já ameaça ilhas e regiões litorâneas ao redor do globo. São fatos, não alarmismos de ecochatos. Eleva-se a temperatura em um mísero grau e a biodiversidade é seriamente comprometida em várias frentes.
E já cogitei ser biólogo. Uma vez formado, eu me afastaria a todo custo das áreas mais carniceiras e viscosas da ciência que estuda a vida, dedicando-me à ecologia. Vamos proteger o mundo, eu pensaria, mas por pouquíssimo tempo. Afinal de contas, meu ganha-pão consistiria não apenas em testemunhar, mas também relatar, a degradação da Terra. E sem esperanças de tomar parte em medidas capazes de reverter tão triste quadro.
O conhecimento adquirido como ambientalista me traria imensa desilusão, talvez tendendo ao insuportável. Desta, escapei. Os dias cada vez mais quentes e os gases tóxicos que respiro já me deixam suficientemente infeliz.

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