Meu primeiro contato com esse simpático senhor e seu trabalho, a que o rótulo "medicina humanizada" pode parecer pouco eficaz, como é comum quando se rotula, mas não deixa de ser um começo.
Todo mundo deveria ter visto a entrevista de ontem. Todo mundo mesmo. Adams dá palestras por universidades mundo afora; porém, no meio acadêmico as pessoas pensam a todo momento - ou deveriam fazê-lo - então talvez seu discurso humanitário, aquele que vai além da já mencionada humanização nas relações médico-paciente, não seja tão impactante como na televisão.
O choque causado pelo doutor começa pela sua indumentária: brinco em forma de garfo, camisa florida e calças vermelhas largas como as de palhaço. Que ninguém se engane com esse ar bufão: mesmo em momentos mais descontraídos, a fala de Patch Adams é contundente. Ele inicia criticando o filme baseado em sua vida, estrelado por Robin Williams, que reduz seu trabalho à máxima "rir é o melhor remédio". A cinebiografia pode ter aumentado, e muito, as contribuições financeiras a seu hospital modelo nos Estados Unidos, onde se atende de graça, mas não passa de uma, digamos, hollywoodianização de seus ideais.
E o médico com cara de palhaço se revela um grande provocador. Ele afirma que a indústria farmacológica é nefasta, que os grandes hospitais não são nada além de grandes instituições comerciais/financeiras. O sistema de saúde norte-americano exclui automaticamente 50 milhões de pessoas porque elas não possuem dinheiro.
Adams não se restringe à medicina, uma vez que a mudança de atitude que ele exige dos médicos deve valer para todos. E os petardos continuam. Noventa por cento dos americanos não pensa. As três pessoas mais ricas do mundo possuem renda igual à das 48 nações mais pobres. Torcer por multimilionários jogadores de futebol é uma lastimável perda de tempo - ele se referia ao football, mas nada impede de aplicarmos isso ao "nosso" soccer. Pessoas ricas que nada fazem além de se exibir são completamente vazias. Ele nos exorta várias vezes à questão da Amazônia.
Patch Adams: o capitalismo é a pior coisa que já aconteceu ao mundo!!!
A televisão fica pequena e tímida diante das idiossincrasias do doutor. Ele não tem controle. Fala palavrões e põe convidados e entrevistadores a cantar. Em certo momento, levanta-se da cadeira, arregaça as pernas da calça para mostrar o personagem que interpreta ao apartar - com sucesso em 100% dos casos, segundo ele próprio - brigas entre pessoas que nunca havia visto. Sim, aquelas desentendimentos para os quais qualquer outro ser humano dá as costas. É a revolução de Adams.
Em cada gesto, em cada palavra, a segurança de quem acredita no que está fazendo, que é possível um outro mundo, baseado em fraternidade, cordialidade, amor incondicional, em vez deste nosso corroído pela ganância por poder e dinheiro, e há fome e miséria ali ao lado.
E se todo mundo tivesse visto essa entrevista...todo mundo mesmo...e repensasse a vida...por que não?
Todo mundo deveria ter visto a entrevista de ontem. Todo mundo mesmo. Adams dá palestras por universidades mundo afora; porém, no meio acadêmico as pessoas pensam a todo momento - ou deveriam fazê-lo - então talvez seu discurso humanitário, aquele que vai além da já mencionada humanização nas relações médico-paciente, não seja tão impactante como na televisão.
O choque causado pelo doutor começa pela sua indumentária: brinco em forma de garfo, camisa florida e calças vermelhas largas como as de palhaço. Que ninguém se engane com esse ar bufão: mesmo em momentos mais descontraídos, a fala de Patch Adams é contundente. Ele inicia criticando o filme baseado em sua vida, estrelado por Robin Williams, que reduz seu trabalho à máxima "rir é o melhor remédio". A cinebiografia pode ter aumentado, e muito, as contribuições financeiras a seu hospital modelo nos Estados Unidos, onde se atende de graça, mas não passa de uma, digamos, hollywoodianização de seus ideais.
E o médico com cara de palhaço se revela um grande provocador. Ele afirma que a indústria farmacológica é nefasta, que os grandes hospitais não são nada além de grandes instituições comerciais/financeiras. O sistema de saúde norte-americano exclui automaticamente 50 milhões de pessoas porque elas não possuem dinheiro.
Adams não se restringe à medicina, uma vez que a mudança de atitude que ele exige dos médicos deve valer para todos. E os petardos continuam. Noventa por cento dos americanos não pensa. As três pessoas mais ricas do mundo possuem renda igual à das 48 nações mais pobres. Torcer por multimilionários jogadores de futebol é uma lastimável perda de tempo - ele se referia ao football, mas nada impede de aplicarmos isso ao "nosso" soccer. Pessoas ricas que nada fazem além de se exibir são completamente vazias. Ele nos exorta várias vezes à questão da Amazônia.
Patch Adams: o capitalismo é a pior coisa que já aconteceu ao mundo!!!
A televisão fica pequena e tímida diante das idiossincrasias do doutor. Ele não tem controle. Fala palavrões e põe convidados e entrevistadores a cantar. Em certo momento, levanta-se da cadeira, arregaça as pernas da calça para mostrar o personagem que interpreta ao apartar - com sucesso em 100% dos casos, segundo ele próprio - brigas entre pessoas que nunca havia visto. Sim, aquelas desentendimentos para os quais qualquer outro ser humano dá as costas. É a revolução de Adams.
Em cada gesto, em cada palavra, a segurança de quem acredita no que está fazendo, que é possível um outro mundo, baseado em fraternidade, cordialidade, amor incondicional, em vez deste nosso corroído pela ganância por poder e dinheiro, e há fome e miséria ali ao lado.
E se todo mundo tivesse visto essa entrevista...todo mundo mesmo...e repensasse a vida...por que não?
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