domingo, 10 de dezembro de 2006

intangível/inatingível

Como eu não há outro. Soa estúpido, não? Por tão óbvio. Um, um qualquer, nunca é igual a outro. E não escapo disto. Ali, na multidão, apontam-me, e me torno um qualquer, o que, sabe-se, é bem distinto de ser qualquer um, mas disso não falo aqui.
Digo: como eu não há outro. Claro. Somos todos diferentes.
Então eu?
Sou mais diferente que os outros.
A meu redor, pessoas se entendem, pessoas de todo tipo, e é um milagre. O que as torna únicas não faz diferença. Estão unidas.
Mas eu. Sobro. Sempre sobro. Às vezes levo tempo para perceber, às vezes está claro desde logo. Tenho apenas minha peculiar companhia, talvez a única a mim adequada.
Não sei por quê.

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