Foi anunciado hoje o valor do bilhete com o qual será possível usar ônibus, trem e metrô: três reais. Valor abaixo daquele sugerido por técnicos do Estado, que temem por uma saturação das já bastante utilizadas linhas Azul e Vermelha. Eles queriam que o bilhete custasse R$ 3,60, valor que já representaria um desconto razoável para quem usa ônibus e metrô - atualmente, a soma das tarifas é de R$ 4,10. Os três reais anunciados hoje parecem uma dádiva dos céus. Porém, se nós não pagamos, alguém paga, evidentemente. No caso, os governos estadual e municipal vão dividir as despesas. A carga de subsídios ao transporte coletivo, já elevada, subirá ainda mais.
E temos ainda a pressa em implantar o novo sistema. Já há catracas compatíveis com o novo bilhete na Linha 2, da Paulista, e na linha de trens da CPTM que acompanha a Marginal Pinheiros, previstas para entrar em operação já no dia 30. Mais uma vez, profissionais da área tinham reservas quanto a essa data, prevendo transtornos que poderiam ser evitados adiando o ínício do funcionamento do sistema para janeiro.
Tudo isso tem uma justificativa: a proximidade das eleições. Tanto José Serra, prefeito, quanto Geraldo Alckmin, governador, são candidatos virtuais à presidência da República. Os dois, obviamente, querem colher os frutos políticos dessa medida. À primeira vista, o principal beneficiado é o prefeito, que prometeu a integração plena do transporte coletivo em sua campanha. Alckmin não perde tempo e, em entrevistas, faz questão de frisar que a parceria entre a Prefeitura e o Estado possibilitou a chegada do bilhete. A disputa dentro do partido promete.
E como ficam as coisas para os eleitores? A integração ônibus-trem-metrô inegavelmente facilita a vida de quem depende de transporte público. Mas o caráter visivelmente eleitoreiro de sua implantação urgente pode causar transtornos, e não falamos somente daqueles citados anteriormente neste texto. Será que um valor tão baixo para o bilhete - praticamente 25% de desconto em relação à tarifa atual para ônibus e metrô - e tão oneroso aos cofres públicos prevalecerá? É impossível prever com exatidão para quais setores serão destinados os recursos estaduais e/ou municipais; ajustes emergenciais podem ser necessários a qualquer momento. A pechincha no bilhete integrado é séria candidata a ser a primeira coisa a ser revista, em casos de aperto nas contas estatais.
Se não houver maiores problemas logísticos, o bilhete integrado é garantia de votos para o PSDB, qualquer que seja o candidato do partido. É impossível prever, entretanto, se o desconto "amigo" na tarifa poderá ser mantido a médio prazo - até depois das eleições, digamos.
E temos ainda a pressa em implantar o novo sistema. Já há catracas compatíveis com o novo bilhete na Linha 2, da Paulista, e na linha de trens da CPTM que acompanha a Marginal Pinheiros, previstas para entrar em operação já no dia 30. Mais uma vez, profissionais da área tinham reservas quanto a essa data, prevendo transtornos que poderiam ser evitados adiando o ínício do funcionamento do sistema para janeiro.
Tudo isso tem uma justificativa: a proximidade das eleições. Tanto José Serra, prefeito, quanto Geraldo Alckmin, governador, são candidatos virtuais à presidência da República. Os dois, obviamente, querem colher os frutos políticos dessa medida. À primeira vista, o principal beneficiado é o prefeito, que prometeu a integração plena do transporte coletivo em sua campanha. Alckmin não perde tempo e, em entrevistas, faz questão de frisar que a parceria entre a Prefeitura e o Estado possibilitou a chegada do bilhete. A disputa dentro do partido promete.
E como ficam as coisas para os eleitores? A integração ônibus-trem-metrô inegavelmente facilita a vida de quem depende de transporte público. Mas o caráter visivelmente eleitoreiro de sua implantação urgente pode causar transtornos, e não falamos somente daqueles citados anteriormente neste texto. Será que um valor tão baixo para o bilhete - praticamente 25% de desconto em relação à tarifa atual para ônibus e metrô - e tão oneroso aos cofres públicos prevalecerá? É impossível prever com exatidão para quais setores serão destinados os recursos estaduais e/ou municipais; ajustes emergenciais podem ser necessários a qualquer momento. A pechincha no bilhete integrado é séria candidata a ser a primeira coisa a ser revista, em casos de aperto nas contas estatais.
Se não houver maiores problemas logísticos, o bilhete integrado é garantia de votos para o PSDB, qualquer que seja o candidato do partido. É impossível prever, entretanto, se o desconto "amigo" na tarifa poderá ser mantido a médio prazo - até depois das eleições, digamos.
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