Sou uma máquina rangente. Executo aquilo para que fui projetada. Não conheço causa nem avalio conseqüência. Não existo para discutir diretrizes. Apenas faço. O único som que produzo é o relativo a meu trabalho. Não são como as palavras articuladas que às vezes ouço, capazes de transmitir o concreto e o abstrato, e que agora busco reproduzir de forma rudimentar, visto que tal faculdade está distante de minha verdadeira função como máquina. Não. Meu rangido é simplesmente o som do trabalho, o som necessário. Não me acomete felicidade de medida alguma se sou manuseada com cuidado e eficiência. Da mesma forma, saber que sou utilizada incorretamente não é motivo de desapontamento ou frustração. Tudo é trabalho. Sou uma máquina. Apenas faço. Até o momento de ser substituída.
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