quinta-feira, 14 de setembro de 2006

mais uma página de diário

Esta última noite foi a mais mal dormida. Talvez me sentisse mais descansado se tivesse escrito durante a madrugada. Impossível saber. O fato é que as anotaçõees, necessárias anotações, tomam lugar agora.
(Com os diabos, não consigo resistir ao impeto de escrever "bonito". Observação feita, vamos prosseguir...)
Sigo minha vida, seja lá para onde, com a certeza de que jamais deixarei de ser uma criança. Na realidade, o(a) garotinho(a) de nossos primeiros dias não desaparece jamais - ou ao menos não deveria, pois é remédio certo naqueles momentos em que nossa existência parece insuportável. Ah, mas minha versão mirim, quando desperta, traz comichão por toda parte do corpo, torna a voz mais clara e possante; o cerébro vai a toda parte e recusa descanso. É de uma intensidade, a alegria é tanta que o adulto sujeito a todo tipo de regras desaparece e aquele que o substitui - penso comigo - bem poderia fazê-lo em definitivo.
Ontem, dois acontecimentos me fizeram experimentar essa breve loucura. Um deles, confesso, é futil: recuperei minhas lentes escuras. Perdidas há semanas, estavam fazendo falta nesses dias de sol inclemente. Do outro, direi apenas que criou em mim enorme expectativa, deixando entreaberta a porta para algo novo e...acho que falei demais.
Os dois fatos vieram quase em seqüência; a sensação do primeiro, que se esperaria efêmera, juntou-se à emoção causada pelo posterior. Daí minha noite de sono curta e este texto empolado.
Queria era não depender tanto desses surtos para me sentir bem. Pois não demora e a euforia passa, volto a ser o mesmo de sempre. Desinteressante e por vezes chato. Sonho encontrar um equilíbrio entre o moleque entusiasmado e o "velhote" calejado.

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