quarta-feira, 15 de junho de 2011

professores do ifsp fazem paralisação

Poucos conhecem o IFSP - Instituto Federal de Ciência, Tecnologia e Educação de São Paulo. Trata-se de uma instituição de ensino federal, como o nome entrega, que oferece cursos de nível técnico, técnico integrado ao ensino médio e superior - em São Paulo, há cursos superiores nas áreas de tecnologia, engenharias e licenciaturas. O instituto originou-se da expansão da antiga Escola Técnica Federal de São Paulo, que, ao passar a oferecer também formação superior, foi chamado de Cefet antes de adotar a denominação atual. Há campi do IFSP em outras cidades do estado de São Paulo, assim como outros IFs em outros estados.
A expansão da antiga escola técnica exigiu a contratação de novos docentes, o que foi feito de modo insuficiente e inadequado, dada a política adotada de contratar majoritariamente professores substitutos, cujo vínculo empregatício com o IF tem duração de apenas dois anos. Agora, a reitoria da instituição pretende aumentar a carga horária dos professores, o que compromete a dedicação para outras atividades intrínsecas à carreira docente - como a pesquisa, a extensão - e tem nítidos reflexos na qualidade dos curso oferecidos.
Desse modo, os estudantes têm se posicionado a favor da paralisação marcada para hoje e amanhã, a qual serve como advertência de que os docentes não aceitam as propostas do reitor e vem também chamar a atenção para diversos problemas de infraestrutura enfrentados pelos frequentadores do campus. A possibilidade de uma greve no segundo semestre não é descartada.
A seguir, uma carta aberta do Centro Acadêmico do curso de Licenciatura em Geografia dá mais detalhes sobre a situação no IFSP e o porquê do apoio à paralisação dos docentes.


Carta Aberta do C.A. Geografia

em Apoio à Paralisação dos Professores do IFSP

Nos próximos dias 15 e 16 de junho os professores do IFSP irão realizar uma paralisação em defesa do trabalho docente, em resposta ao processo de sucateamento da educação dentro do Instituto. Tal precarização ocorre devido à expansão das vagas que não é acompanhada dos investimentos necessários para manter a qualidade de ensino e que foi agravada pelo corte de R$ 3 bilhões, na verba para a educação, feito pelo governo Dilma para 2011. Dentre os elementos mais sentidos pelos professores estão a ausência de um plano de carreira, defasagem salarial e o recente aumento da carga horária imposta à categoria. Este último item impede que nossos professores disponham de tempo adequado para elaborar suas aulas, atender o discente e para pesquisar e atualizar seus conhecimentos - elementos considerados essenciais para manter a qualidade de ensino.

Por outro lado, nós alunos também sentimos de perto a precarização pela qual passa o Instituto. Sofremos com uma infraestrutura insuficiente, que vai desde o acervo da biblioteca, goteiras nas salas de aula, poucas verbas para trabalho de campo e para assistência estudantil, a quase inexistência de programas de pesquisa e extensão e principalmente com a falta de professores. Neste semestre, por exemplo, algumas disciplinas só foram iniciadas no mês de maio, pois infelizmente o IF aplica uma política de contratação de “professores substitutos” que dura no máximo dois anos. Essa política traz enorme insegurança para nosso curso, pois além da grande rotatividade de professores, todo ano temos que enfrentar a enorme burocracia para tais contratações e o conseqüente atraso para início das disciplinas.

Todos esses problemas que rebaixam nossa qualidade de ensino levam ao Centro Acadêmico da Geografia a manifestar publicamente seu apoio à paralisação dos professores nos próximos dias. Fazemos um chamado aos alunos dos outros cursos para que apóiem a paralisação em defesa do trabalho docente e da qualidade de ensino dentro do IF, nos mobilizando para exigir da reitoria que acate as reivindicações dos professores e também as nossas

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