quinta-feira, 12 de julho de 2012

a morte

A morte...tão misteriosa quanto familiar...tão insondável quanto certa...a única certeza...nesse mundo racional que criamos, buscamos sempre razões e certezas...a morte é a única certeza...e estamos sempre fugindo dela...fugindo da nossa única e comum certeza...não podemos sequer falar na morte...ela que aconteça com os outros...vamos adiar sua inevitabilidade enquanto for possível...na verdade...vamos esquecer a sua inevitabilidade...julgamo-nos tão melhores...somos humanos...somos racionais...mas morremos também...como qualquer outra criatura viva...como qualquer outro animal...então criamos uma morte própria para nós...quando morremos, é que vamos para algum lugar...para onde?...depende de onde viemos e da morte que convencionamos...mas só saberemos ao certo para onde vamos quando nos formos...formos para onde?...existe onde?...esse verbo exige mesmo um complemento?...e não é verdade que os mortos simplesmente se vão...pois os sentimos mesmo após sua morte...a morte cria presenças ausentes...já se foram, mas demoramos a reconhecer...na verdade, dependendo de quem for, a presença ausente é sentida por muito tempo...por vezes ela é invocada...e sentimos que ela sempre estará ali...estará não estando...tão misteriosa é a morte...tão familiar...também morreremos mas não iremos embora...

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