Abaixo, o Angelus Novus, de Paul Klee.
Sobre ele, Walter Benjamin, pensador antiautoritário, escreveu o seguinte (transcrito daqui):
“Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos de progresso.”
Caio Túlio afirma que "ninguém, mais do que os libertários (anarquistas), olharam para a história como o Angelus Novus", "pasmados pela barbárie que o homem produziu".
E o que tenho a dizer sobre isso?...
Na verdade, apenas digo que tal proposição é um ponto de partida para inúmeras reflexões. Primeiro, trata-se de buscar uma perspectiva distinta da História, mais ampla, não focada em datas e nem sob a necessidade de crer numa ideia de progresso ao longo dos mais distintos fatos e períodos históricos. E afinal, o que de fato é progresso? Existem eras denominadas de prosperidade em nossa História que representaram de fato melhoras nas condições de vida da população como um todo? Quem define o que se chama de progresso? As massas populares têm vez nos processos de mudanças sociais e econômicas experimentados ao longo do processo histórico? Tiveram alguma vez? Terão algum dia? Ou a história se repete sempre e não o percebemos?
Nenhum comentário:
Postar um comentário