segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

adeus, jornalões

A cada semana eu levava o jornal de domingo com mais gosto para forrar o chão onde o cachorro faz suas necessidades. O número de páginas de seus cadernos aumentava periodicamente não porque havia mais pautas, e sim mais anunciantes. Da mesma forma, ele encolhia em feriados. Em vez de trazer mais matérias para o leitor com tempo livre, ocorria exatamente o oposto, como se o país e o mundo tirassem férias. Os anunciantes também rareavam, haveria alguma misteriosa relação? E mais: estávamos levando menos papel para casa, mas o preço era o mesmo de um domingo sem folga.
É que o negócio não é mesmo informar. Ou as manchetes não seriam tendenciosas, nem os colunistas despejariam opiniões tão irrelevantes. Melhor nem comentar os editoriais, diga-se apenas que se tratam de um bom reflexo do todo. O jornal inteiro parece um grande editorial, na realidade...quem dera os amores e frustrações de quem escreve ficassem restritos ao espaço delimitado para tal. E é tudo mal escrito: os erros de português incomodam pela quantidade, deixam uma impressão de coisa malfeita, amadora.
Decidi valorizar mais meu dinheiro, ainda mais em se tratando de algo tão precioso como a informação, que, aliás, encontro de qualidade e de graça na internet. E se leio alguma bobagem, pelo menos não mexi no bolso. O duro vai ser encontrar um substituto à altura para forrar o chão. Há muita semelhança entre o que o cachorro faz e as folhas impressas em que ele se aliviava.

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