terça-feira, 30 de maio de 2006

Stones, parem de tocar, diz líder do Pink Floyd

David Gilmour disse que os Rolling Stones deveriam parar de fazer turnês e se dedicar a ter uma vida de verdade. Para o guitarrista do Pink Floyd, a música não é mais o interesse do grupo de Mick Jagger, cujos melhores trabalhos pertencem ao passado e jamais foram superados.
"De quanto dinheiro mais precisam? Acho que o que mais buscam é o aplauso", disse Gilmour, para quem o aplauso "é uma droga poderosa".
Assino embaixo! Musicalmente, os Rolling Stones não ultrapassam a linha da mediocridade há muito tempo. O que mantém a banda até hoje são as megaturnês. Apenas discordo do sr. Gilmour em um único detalhe: não acredito que somente a badalação dos fãs justifique os grandes shows dos Stones. O fator dinheiro certamente fala alto na decisão dos velhinhos do rock em adiarem suas aposentadorias.

cinema atual: imagens belas, música pobre?

Li ontem uma matéria sobre a queda de qualidade nas trilhas sonoras especialmente escritas para o cinema. O autor afirma que os filmes de hoje não trazem mais os temas marcantes de outrora: tudo se tornou extremamente burocrático e similar. Os grandes trabalhos têm sido apenas pontuais.
Ele chega a chamar a trilha de O Senhor dos Anéis de pouco digna de um filme nesse estilo, coisa de que discordo até a morte. Para mim, tanto a trilogia quanto as belíssimas composições de Howard Shore entraram para a história. Mas vamos em frente.
O crítico apresenta em seu texto o atual critério de escolha de compositores para produções cinematográficas hoje em dia. Alguns dos problemas apontados na seleção, afirma, são o conhecimento musical restrito de compositores e arranjadores em comparação ao de grandes nomes do passado - são citados mestres como Ennio Morricone e "até mesmo" (palavras do autor) John Williams. Os músicos atuais acabam sendo escolhidos não tanto por seu currículo, mas por sua capacidade de estabelecer contatos com os grandes produtores hollywoodianos. Vale mesmo é a indicação. Como conseqüência, boa parte do trabalho dos profiisionais acaba se traduzindo em "correr atrás" do emprego; só depois disso se pensa em notas e acordes.
Mais um sério problema apontado é o intervalo relativamente curto para o compositor realizar seu trabalho. Fica complicado fazer algo especial com a pressäo de um diretor, este por sua vez pressionado por um punhado de produtores, todos insistindo para que tudo esteja pronto para que o filme chegue aos cinemas numa data estabelecida por motivos mercadológicos. Para piorar, normalmente é passada uma trilha temporária juntamente com o filme, sobre as quais espera-se que os músicos trabalhem, colaborando ainda mais para a padronização.
É triste vincular a arte a um sistema tão capitalista de produção, onde se prioriza o cumprimento de prazos e detalhes que certamente pesam mais sobre o retorno financeiro de um filme. Deve-se admitir que imagens marcantes, e não necessariamente belas, vendem melhor que uma canção mais bem elaborada ou que fuja do lugar comum. Fica difícil nos dias de hoje citar um tema musical que tenha emplacado após ter surgido para o público na tela grande, mas é extremamente simples se lembrar de batalhas, explosões e sangue derramado nas produções de sucesso atuais - cenas embaladas por músicas comuns, cuja presença é quase imperceptível em meio aos ruídos.

segunda-feira, 29 de maio de 2006

o confronto final


Ótimo filme, X-Men 3! Assisti domingo, num estado de excitação que só se dissipou quando começaram a rolar os créditos finais...aliás, acabei de lembrar, com muita decepção, que eu devia ter continuado no cinema até o final deles, para conferir uma última cena...droga.
Mas enfim...o filme foi muito divertido, tenho muita coisa para dizer sobre ele, mas preciso de um tempo para pôr tudo num único post. Mas digo desde já que cumpriu minhas expectativas. Ótimo encerramento para a trilogia. Será que vem mais por aí?

sexta-feira, 26 de maio de 2006

estou bem...o que há comigo?

Me recordo de ter lido, tempos atrás, um texto cuja idéia principal era a seguinte: muitas pessoas simplesmente não acreditam, recusam-se a acreditar, que podem se sentir felizes, ou que são capazes de atingir seu ideal de felicidade. Pessimistas por excelência, parecem fazer questão de procurar em algum detalhe, mínimo que seja, uma razão para dizer a si mesmas e a quem mais tiver paciência para ouvi-las que as coisas ainda não estão bem, ou que algo pode ocorrer a qualquer momento para por um fim a essa calmaria aparente.
Creio que eu seja uma dessas pessoas...no momento estou de ótimo humor - não por um acontecimento específico, mas basicamente por ter decidido não me deixar abater - e isso parece errado, ilógico. É como se eu não estivesse acostumado a me sentir de bem com a vida. Uma péssima impressão, jä que dela pode-se concluir que estou, durante a maior parte do tempo, dominado por sentimentos negativos, ou simplesmente não sentindo coisa alguma.
Pensando bem, isso seria capaz de me derrubar, se eu permitisse. Mas não. Sou um depressivo consciente, não um fanático!* A ordem agora é manter-se alegre, até o momento em que não der mais. Felicidade duradoura, ainda não sei se é possível para mim, mas não pretendo mais me deixar corroer por incertezas. Com sorte, não me apanharei fazendo questões como a que dá título a este post novamente.

*Sim, falei isso pensando em Chaves. Sim, foi uma piada. Ainda duvidam do meu estado de espírito?

quarta-feira, 24 de maio de 2006

1 comentário

De certa maneira, uma continuação do post de ontem, no qual eu queria ter escrito tanta coisa, mas nenhuma frase decente ou não-clichê saía. Então achei a imagem da Fênix e me dei por satisfeito com o que ela comunicava.
Agora umas palavrinhas vieram. O que é bom, pois o blog não é dirigido apenas à minha pessoa.

Quando uma paixão nos consome a ponto de toda esperança se acabar, e em seguida conseguimos superar esse vazio...é como se estivéssemos renascendo.

Espero que, em breve, eu possa dizer isso de alguém que hoje sofre.

terça-feira, 23 de maio de 2006

fogo e vida



Estou de volta.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

o mesmo

Violência ainda em pauta...

Uma entrevista do governador Cláudio Lembo. O partido dele, lembrem sempre, é o PFL, ex-Arena, aquele que faz de tudo para se manter no poder e certamente não é nada responsável pela situação atual de nosso país.
Mais belíssimas palavras de quem pouco se importa com a miséria até que os marginalizados resolvam ameaçar seu patrimônio - a quem ele quer convencer afirmando que não pertence ao grupo que diz criticar?
Reparem que o sr. Lembo se permite o uso da ironia em alguns momentos da entrevista. Credibilidade zero, mas a pose está lá, inabalável.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

save a prayer

Há uma música do Duran Duran chamada Save A Prayer. Lançada em 1982, é um dos maiores sucessos da banda. Talvez seja até a melhor música deles...mas nem sempre pensei desse jeito. Até algum tempo atrás, eu simplesmente os odiava. Para mim, eles não eram dignos de figurar na lista de grandes bandas surgidas na década de oitenta. Com o tempo aprendi a gostar de algumas coisas deles, especialmente da música em questão, que sempre me soava tão estranha aos ouvidos.
Pois bem. Digo agora que Save A Prayer sozinha serve para colocar Duran Duran entre os maiores nomes da música pop do período.
Ouvi a música hoje de manhã na Kiss FM (classic rock? acho que não...) e a gravação me pareceu, sabe, perfeita. Desde a introdução com o indispensável sintetizador - anos 80, gente! - até o última vez em que os vocalistas dizem "save a prayer 'til the morning after...", já perto do fade out. Não posso esquecer de quem conduz tudo isso: a espetacular linha de baixo, que eu adoro. Nem preciso ser especialista no instrumento para sentir que ela é muito bem sacada.
Save A Prayer é daquelas melodias envolventes, marcantes, para não esquecer mais.
O clipe (veja aí embaixo) foi gravado no Sri Lanka e possui belíssimas imagens. Praias, o mar, esculturas enormes e antigas, os elefantes...tudo muito bonito e, o que é melhor, combinando perfeitamente com a canção. Também é engraçado ver os ingleses branquelos da banda no meio dos habitantes locais...

terça-feira, 16 de maio de 2006

diário de guerra - segunda-feira

Saí da casa de meus pais em São Paulo por volta das sete e meia da manhã. Os terminais Capelinha e João Dias estavam fechados. Nenhum carro da SPTrans nas ruas. Vans e ônibus intermunicipais operavam normalmente, bem como a Linha Lilás do Metrô. Eu nunca havia visto a Estação Capão Redondo tão lotada.
O primeiro ônibus municipal apareceu somente quando eu estava chegando à Estação São Judas, e nem sei dizer se ele estava atendendo normalmente ou indo para a garagem. Da referida estação, segui caminho para o Terminal Tietê. Em São Bento, um anúncio: o metrô em que eu estava seria recolhido por "motivos logísticos". Foi a segunda vez em pouco menos de um mês em que isso me aconteceu. Desci e tomei o segundo trem que passou.
Cheguei a Campinas sem novos contratempos. Mesmo o fluxo na Marginal Tietê, eu já a bordo do "Cometão", era normal.
Deixei as malas em casa e passei um dia normal na Unicamp até pouco antes das seis da tarde. Foi quando eu soube que o expediente noturno no campus havia sido suspenso. Nem o Bandejão abriria. Pus-me caminho de casa. Felizmente, saí a tempo de ainda apanhar um circular. Seria duro voltar a pé sozinho, o céu já escurecendo.
Ah, sim: pelo que entendi, as aulas foram suspensas devido à possibilidade de um ataque criminoso à universidade. Estou falando sério. Considerei a hipótese de bandidos ameaçando estudantes absurda. Quando o medo toma conta, porém, as pessoas não costumam ser muito racionais.
Não sei o que será das atividades acadêmicas amanhã.
Uma última nota: uns bandidinhos assaltaram alguns estudantes perto de casa. Sempre há quem quer tirar proveito de crises. Certos estão os chineses...

domingo, 14 de maio de 2006

mar adentro


Uma pessoa decide morrer. A questão natural para nós ao ouvir algo parecido é "por quê?" Há que se tentar explicar, portanto: é um homem que ainda na juventude lançou-se ao mar, e em suas muitas viagens conheceu lugares excitantes, pessoas interessantes e viveu grandes paixões. Mas no mar aconteceu também a grande tragédia: um dia ele saltou de uma pedra para um mergulho, mas como a maré estava baixa, chegou ao fundo mais cedo do que imaginava, e chocou-se contra a areia. Certamente teria morrido afogado logo em seguida, mas foi resgatado, apenas para descobrir que ficara tetraplégico. Dependente de sua família para o resto da vida, jamais teria sua tão prezada liberdade de volta. Esse homem viveu assim por vinte e oito anos. Sua vida não passa de uma dolorosa obrigação - é o que ele pretende provar aos juízes para obter o direito de morrer com dignidade.
Em Mar Adentro, e apresentada a história (real) da batalha de Ramon Sampedro para dar cabo de sua vida. Nâo faltarão pessoas a lhe perguntar "por quê?", usando de toda sorte de argumentos para dissuadi-lo - entre elas familiares, amigos, e mesmo Julia, a advogada contratada para auxiliá-lo em sua apelação ao Judiciário. Julia faz mais que isso: auxilia Ramon na publicação de suas memórias e se torna muito próximo dele devido a problemas que ela mesma é obrigada a enfrentar - sim, o filme mostra mais de uma tragédia.
Destaque para o encontro de Ramon com um padre, também tetraplégico, e por isso duas vezes mais disposto que um eclesiástico normal estaria para convencê-lo a não renunciar ao mais precioso dos dons. Excelentes diálogos e a hilária presenca de um "mediador" tornam a cena memorável.
Atuação espetacular de Javier Bardem como Ramon, o homem mais que convicto em sua decisão, salvo por um breve, e emocionante, momento de dúvida e delírio. Seu humor é por vezes marcado por uma ironia dura, de quem considera tudo perdido mas não se desespera com isso. Ainda assim, o personagem cativa a todos em sua volta, de modo que é dificil entender por que ele pretende acabar com a vida.
Mesmo o espectador pode chegar a esse questionamento em certos momentos do filme. Por que Ramon não procura outro motivo para continuar vivo? Estaria ele realmente considerando todos os lados da questão? Em casos desse tipo, em que se recorre a eutanásia, talvez o melhor seja respeitar o livre arbítrio da pessoa. Não que essa atitude nos permita, como por milagre, encarar os fatos com pleno otimismo e certeza de que se fez o correto. No final da história, tem-se a sensação de que as coisas se passaram conforme seu próprio destino, mas tal atenuante não torna a situação menos trágica. Pode-se pensar que nos acostumamos tanto com a morte como fonte de sofrimento e dor que fica dificil aceitar que alguém a busque conscientemente para se livrar de seu fardo.
Belo filme, dirigido por Alejandro Amenábar: o homem que me pregou os maiores e mais legítimos sustos numa sala de cinema em Os Outros traz aqui uma obra sensível sobre pessoas obrigadas a lidar diretamente com a morte e ainda faz pensar sobre ela, coisa que habitualmente não fazemos sem um certo pânico. Um comportamento que talvez devêssemos aprender a evitar.

sábado, 13 de maio de 2006

collegiate singers

Calma, este não é mais um dos meus posts em inglês...quero é falar um pouquinho da oportunidade que tivemos de prestigiar esse coral dos Estados Unidos - e farei isso em meu idioma ;)
Na quinta e na sexta (11 e 12), o Coral Zíper na Boca abriu duas apresentações do Collegiate Singers, coro na Brigham Young University-Idaho. Sim, trata-se de um coral universitário, também. Durante este mês, eles estão fazendo uma turnê pelo Brasil. Já cantaram em São Paulo e tem compromissos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, entre outras cidades.
A apresentação de quinta aconteceu no Auditório da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp. Ontem, os dois coros cantaram num templo mórmon na Vila Industrial, também em Campinas. A BYU é ligada à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Dois membros do coro passaram alguns anos no Brasil em missões religiosas. Por isso, sabiam se expressar bem em português. As duas apresentações foram muito boas, mas quem pôde conferir o coral na quinta viu um concerto mais rico em termos de quantidade de músicas, quinze ao todo. No concerto seguinte, o coro enfatizou as músicas religiosas de seu repertório. Uma das poucas canções profanas presente nos dois dias foi a tradicional Muié Rendera (bastante comum em nossos encontros de corais), interpretada, como não poderia ser diferente, com um simpático sotaque "gringo".
Simpatia, aliás, era algo que não faltava aos coralistas, dispostos a interagir com os membros do Zíper, em inglês ou usando algumas palavras em português que foram capazes de aprender. Era uma forma de reafirmar o que já mostravam através do canto: a alegria que sentiam por estar em nosso país.
Vale conferir a página do coro para mais informações a respeito dele e de outros atividades relacionados ao canto coral realizadas na universidade. Em inglês, claro.

Editado em 17/5: Dêem também uma olhada nessa página, bem mais completa, falando mais especificamente sobre a turnê brasileira.

terça-feira, 9 de maio de 2006

eternos...e o oposto

O disco Dark Side of the Moon, a obra mais conhecida do Pink Floyd, lancado em 1973, acaba de atingir a marca inédita de 1500 semanas na parada da revista americana Billboard. O disco praticamente nunca deixou a lista dos 200 titulos mais vendidos da publicação americana e contabiliza mais de 40 milhões de cópias comercializadas - cerca de oito mil sao vendidas semanalmente até hoje.

O link da notícia, que por sinal acabei de ler, para os incrédulos...

http://obaoba.uol.com.br/noticias/9116_uol.htm



É o meu disco preferido. Ou, dizendo de outra maneira, minha obra musical do século XX favorita. ;)
Não preciso de paradas de sucesso para me dizer o que é bom, mas aqui se trata do registro de algo que é considerado música de qualidade há mais de trinta anos. E que, acredito, jamais deixará de ser tratado como tal.
Me diga o nome de UM artista recente, no topo das paradas de sucesso neste momento, que seria capaz de se manter por tanto tempo na lembrança dos ouvintes.

Só pra terminar...Dark Side em versão jamaicana? Nunca ouvi, mas tremo só em pensar que existe.

segunda-feira, 8 de maio de 2006



No fim, tudo acaba.
Deixamos de ser crianças, terminamos os estudos, mudamos de endereço, mudamos de emprego. Passamos a conviver com pessoas novas e aquelas do estágio anterior vão ficando para trás: de maneira brusca ou sumindo aos poucos, para ver nunca mais ou matar as saudades em reencontros esporádicos marcados por frases contendo a expressão "lembra quando?..." ou algo parecido.
Dentre as pessoas em nossa vida, algumas são, evidentemente, mais significativas que outras. Porque nos ensinaram algo importante, porque pudemos contar com elas em maus momentos; enfim, porque nos deram algo de que muito precisávamos, mesmo que em uma única ocasião.
Mas elas se vão mesmo assim. Alguns de nossos maiores amigos seguirão caminhos diferentes dos nossos quando a vida assim o exigir. Amizades são laços que jamais se rompem, mas afrouxam com a distância e o tempo.
Um dia, nossos pais partirão para sempre, e seu amor incondicional jamais encontrará substituto. Duro é pensar que aqueles que nos deram tanto simplesmente porque existíamos serão apenas lembranças em nossos corações.
Amores. Ah, amores, irão e virão de maneira descontrolada. Aquela primeira grande paixão parecerá única e avassaladora até que seu final nos "liberte", talvez substituída por um novo amor. Mais me deteria sobre o assunto se maior fosse minha vivência: quem viveu seus amores, por favor, remonte às suas próprias experiências e relacione-as ao tema central deste pequeno texto.
Se tivermos filhos, naturais ou de criação, eles um dia deixarão nossos lares de amor - como aquele em que nós crescemos, lá atrás no tempo - e farão suas vidas, guiados por suas próprias escolhas, com as quais talvez não concordemos. E vamos querer, mais que tudo no mundo, acreditar que aquilo que lhes tenhamos oferecido seja um diferencial em sua trajetória rumo ao sucesso em tudo o que fizerem.
Mas talvez não nos seja permitido testemunhar o sucesso de nossas crianças. Pois nós deixaremos de existir também, mais dia, menos dia, e será a nossa vez de nos tornarmos nada além de lembranças na mente daqueles cuja vida tocamos. E quando eles também se forem...e não houver mais quem se lembre de nós...é que chegou o fim.


Observação IMPORTANTE: Eu NÃO escrevi este texto num momento de profunda depressão, e não gostaria que ninguém se matasse por causa dele...são apenas reflexões minhas a respeito da vida. Tudo nela acaba mesmo, não é verdade? Mas percebam que eu não digo em nenhum momento, oh, nada adianta, vamos todos dar um fim nisso imediatamente para sofrer menos! Não! O melhor e mais lógico é aproveitar tudo ao máximo, da melhor maneira possível, enquanto ainda estamos aqui. Opções não faltam. Estamos vivos, fique feliz com isso!

sexta-feira, 5 de maio de 2006

Corintianos fanáticos...
Eles se alegraram com as contratações custeadas pelo dinheiro do novo parceiro de seu clube sem se importar com a origem duvidosa desses fundos.
Se acostumaram a chamar um argentino de ídolo, deixando de lado a eterna e estúpida rixa que alguns fãs de futebol teimam em cultivar.
Sonharam com a vinda de uma era gloriosa, repleta de conquistas.
Até o momento ela não chegou.
E enquanto não vem, se é que um dia virá, assistimos às vergonhosas conseqüências de uma verdade imutável.



Eles não sabem perder.

quarta-feira, 3 de maio de 2006

review: superpowers 1


Nada como um feriado para dedicar-se a leituras descompromissadas. E se o negocio é ler por diversão, gibi é algo imbativel.
A revista da vez foi Superpowers 1, de maio de 1986 (tem exatos vinte anos, portanto), estrelada pela Legião dos Super-Heróis, apresentando a conclusão da Saga das Trevas Eternas. Não li os capítulos anteriores da série, publicados em revistas do Super-Homem que evidentemente não possuo. Acho que posso acrescentar um "ainda" ao final desse último periodo, pois achei a Legião um grupo bem bacana e me interessei em ler outras coisas deles - pelo menos mais histórias escritas por Paul Levitz e Keith Giffen, um sucesso da DC pré-Crise.
Sobre o que li...no princípio, encontrei algumas semelhanças entre a saga e a maxissérie Crise nas Infinitas Terras, que estaria nas bancas pouco tempo depois: um terror desconhecido ameaça o Universo e a cada investida revela-se mais mortífero, os atacantes são espectros sombrios, uma criança de crescimento acelerado é a chave para a derrota do vilão, heróis são convocados às centenas a fim de oferecer alguma resistência aos bandidos. Neste último item, uma diferença marcante: na saga que li agora, os quaquilhões de mocinhos envolvidos são todos legionários. A equipe é enorme! Há os vários membros principais, reservas aos montes e ainda a Legião de Herois Substitutos. Há (havia? haverá??) muita gente superpoderosa no século trinta da DC.
Mesmo seguindo algumas das "receitas" básicas de histórias cósmicas, dentre as quais uma ou outra que citei anteriormente, a Saga das Trevas Eternas evolui de maneira diferenciada em relação à já citada Crise. Está certo que não li muitas coisas do gênero em todos os meus anos de fã de quadrinhos, mas a história, embora não possa ser considerada a mais original do mundo, não deixa aquela sensação chata de "mais do mesmo".
O interesse pela trama se mantem até a conclusão: o leitor acompanha os quebras - aos não iniciados em HQs, falo das batalhas entre superseres - com gosto e quer porque quer saber como tudo se resolve. Mérito dos autores, que também demonstram habilidade em contar uma história com tantos protagonistas. Uma ponta solta aqui ou ali, mas nada diretamente relativo à saga. Pode-se tratar de um plot que viria a ser trabalhado posteriormente, ou, menos provável mas não impossível, de algum corte na edição da Abril, coisa tão comum para a editora.
Outro ponto positivo da história é poder acompanhá-la sem ter que se preocupar com a complicada cronologia da DC, sem pensar em Terra-1, 2, infinito. Na própria edição de Superpowers esta tudo o que é necessario para a leitura: um resumo do que se passou na saga até o momento e pequenas fichas sobre a vida dos principais legionários. E só sentar e curtir.
No geral, gibi de super-herói de alto nivel, divertido como deve ser. Vale procurar nos sebos, como eu fiz para comprar meu exemplar. O difícil vai ser encontrar esse volume vendido a apenas R$ 1,50, como consegui. Tive muita sorte.
Só me resta uma dúvida...a frase "um épico para o nosso tempo", na capa da revista, se refere à conclusão da saga ou ao lançamento de Superpowers? As duas possibilidades parecem razoáveis.

um pouco de minha história como leitor e pretenso escritor

Quando eu era pequeno, eu queria ser escritor.
Aos oito anos de idade, cheguei a pedir uma máquina de escrever como presente de Natal. E fui atendido! Aposentei a coitada há tempos, não sem antes passar bons momentos com ela.
Adoro quadrinhos. Aprendi a ler com eles. Leio até hoje - algumas das histórias sao as mesmas com as quais me iniciei há mais de vinte anos.
Já criei muitos personagens para possiveis histórias, mas a grande maioria delas jamais foi para o papel - apenas passearam pela minha mente sem serem registradas. Logo, boa parte de minhas criações está esquecida. Tudo bem. As tramas ou eram bobinhas demais, ou meras cópias de coisas nos gibis que eu tinha. As tramas variavam de acordo com minhas próprias leituras da época. Por exemplo, quando eu era viciado em revistas de super-heróis, meus personagens também salvavam o mundo com poderes especiais.
Hoje em dia tenho alguns personagens envolvidos em uma grande história na qual estou "trabalhando" ja há mais de um ano. Os protagonistas sao três adolescentes que estudaram juntos no colegial. Um deles faz uma descoberta que, direta ou indiretamente, muda a vida dos três em muitos aspectos, e isso numa época já normalmente tão conturbada para qualquer pessoa. Sigo contando (a mim mesmo) a história deles como num seriado gigante. Dois deles já estão terminando a faculdade - o outro abandonou um curso no primeiro ano e ainda não decidiu o que, e se, pretende estudar - e inúmeros personagens novos foram integrados à trama.
Histórias. Sempre gostei delas. Sempre fui fascinado pela idéia de vê-las contadas no papel, mesmo tendo lido tão poucos livros ate o colegial. Eu preferia os quadrinhos, que meus pais tanto me compravam quando eu era garoto. Questão de costume, portanto.
Como era bom ser criança e ganhar gibi novo! Era meu pai quem os trazia, ao voltar do trabalho. Não tenho mais nenhuma revista daquela época, mas com a coleção O Melhor da Disney estou recuperando as melhores histórias em quadrinhos de minha infância, e encontrando algumas que me eram inéditas. O deslumbramento de outrora revive.
De tanto ler, veio o gosto pela escrita. Redações de escola (sempre gostei delas), uns quadrinhos que bolei ainda moleque e estrelados por mim mesmo (!), dissertações "jornalísticas" de meus dezenove, vinte anos - não me lembro de ter escrito alguma coisa nos meus duros anos de adolescente - , diário para aprender a me encarar de frente já praticamente adulto, e o blog para os outros enfim poderem me ler. Uma via de expressão que "sei" utilizar. Melhor que minha manifestação artistica favorita, a musica, paixão mais recente, sobre a qual ainda há muito a aprender. Bem como falar a respeito em outra ocasião.